Nos comerciais de margarina, as famílias aparecem sempre felizes e em harmonia, desfrutando do café da manhã. Entretanto, para muitas pessoas, a realidade se mostra diferente, pois elas encontram dificuldade de entendimento com os seus pais, filhos, irmãos, cônjuges, entre outros, e se sentem rejeitadas.
Para conquistar a harmonia e descobrir como lidar com a rejeição familiar, entender as razões que levam esse sentimento a existir pode ser o primeiro passo para vencer esses bloqueios e construir relações mais positivas com os seus familiares. Neste artigo, vamos entender as origens da rejeição familiar e o que podemos fazer para lidar com ela. Continue a leitura e saiba mais!
O que é rejeição?
Ter que lidar com o sentimento de rejeição é desafiador e é mais comum do que se possa imaginar. Atualmente, podemos observar isso, por exemplo, ao analisarmos o comportamento das pessoas nas redes sociais. Publicar uma foto e não receber likes ou enviar uma mensagem e não obter uma resposta, por exemplo, são atitudes vistas como indícios de rejeição. Isso acontece porque o ser humano tem uma grande necessidade de pertencimento a um grupo, de aceitação e de aprovação.
Isso ocorre porque, evolutivamente, a humanidade conseguiu prosperar quando agia coletivamente. Por isso, carregamos no nosso DNA essa necessidade de aceitação. Assim, todos nós queremos desenvolver bons relacionamentos com amigos, familiares e colegas de trabalho, pois consideramos esse fator essencial a uma vida mais harmônica e feliz.
A rejeição ocorre quando, por algum motivo, alguém ou algum grupo não nos aceita do jeito que somos. É um momento difícil, mas ao qual todos estamos expostos, afinal de contas, ninguém é obrigado a gostar de ninguém.
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Rejeição familiar: o que é e por que ocorre?
A família é o primeiro grupo social do qual fazemos parte. Quando se trata de rejeição familiar, o desafio se torna um pouco maior, pois é algo que pode estar atrelado ao indivíduo desde a infância.
Existem casos em que a pessoa se sente constantemente diminuída e abandonada, em decorrência de experiências negativas não ressignificadas, ou mesmo do seu excesso de carência emocional. Essas emoções negativas também podem impedir a pessoa de enxergar as demonstrações de afeto dos seus familiares no dia a dia, afinal, cada indivíduo tem a sua maneira de demonstrar o que sente. Não é porque alguém não demonstra como gostaríamos que esse alguém não nos ama.
Além disso, muitas pessoas criam expectativas muito grandes sobre os seus familiares. É o caso de pais que projetam nos filhos a realização de sonhos que eles mesmos não foram capazes de realizar. No entanto, os filhos são indivíduos autônomos dos seus próprios destinos, e não bonecos a serem controlados por quem lhes deu vida.
Assim, a romantização das famílias faz com que muitos idealizem demais as relações e se sintam decepcionados com a realidade. Um dos caminhos para vencer essa dificuldade é aceitar que, assim como você, cada parente tem as suas peculiaridades. Em outras palavras, mesmo que façam parte do mesmo núcleo familiar, cada pessoa tem suas histórias, sentimentos, personalidade, objetivos e diferentes formas de demonstrar o seu amor e os seus afetos.
Nem sempre esse carinho vem em forma de abraços, beijos e palavras acolhedoras. Entretanto, é importante buscar enxergar as boas atitudes com otimismo, pois essa é a chave para começar a eliminar o sentimento de rejeição e exercitar a empatia de se colocar no lugar do outro.
5 dicas de como lidar com a rejeição familiar
Se você sofre com o sentimento de rejeição, saiba que é possível contornar essa situação. Elencamos algumas dicas que vão ajudá-lo a lidar melhor com o problema e a entender a razão dos seus sentimentos e dos seus familiares.
1. Ressignifique as experiências
Muitos dos problemas pelos quais passamos na vida adulta começam na infância, e o sentimento de rejeição pode ser um deles. Alguns pais, em uma tentativa de oferecer uma boa educação aos filhos, mantêm uma relação mais distante e com forte imposição de regras. Mesmo que a intenção seja boa, pode ser que a criança cresça acreditando que não é amada, pois não recebeu o carinho que viu em outras famílias.
Tentar entender os sentimentos e ressignificá-los na sua mente o ajudará a compreender melhor as atitudes que os seus pais tiveram, pois, com certeza, a intenção deles foi positiva, e eles fizeram o melhor que podiam fazer.
O amor que você esperava receber na forma de um abraço pode ter vindo por meio de uma hora extra no trabalho para proporcionar a você mais conforto ou ficar acordado a noite toda enquanto você não chegava da balada, por exemplo. O primeiro passo, portanto, é questionar-se: será que a sua rejeição é, de fato, uma rejeição ou é apenas uma impressão de diferentes formas de manifestar sentimentos?
2. Compreenda a forma de amar de cada um
Muitas vezes, os sofrimentos acontecem porque nos atentamos apenas para o que está à nossa frente e nos esquecemos do quanto é importante ouvir as pessoas na essência e buscar compreender a sua forma de ser, sentir e agir. Nem todos sentem a necessidade ou sabem como demonstrar o que sentem explicitamente; muitos até acreditam que isso não é importante.
Todavia, saiba que nada é por acaso. Muitas pessoas não receberam determinados tipos de afetos dos seus pais e acabam por reproduzir exatamente os comportamentos dos seus familiares. Por isso mesmo, é necessário observar e entender o jeito de ser de cada um, inclusive o seu.
Dependendo do tipo de proximidade que você tem com o familiar, pode ser positivo chamá-lo para uma conversa e dizer o que está sentindo. Em muitos casos, o diálogo é o que falta para que se consiga entender os sentimentos um do outro e, assim, manter uma relação saudável para ambas as partes.
3. Exerça o perdão
Mesmo que tenham acontecido situações que o magoaram, envolvendo um parente, busque exercer o perdão. Além de essa atitude ajudá-lo a melhorar a relação com a família de uma forma geral, eliminar um sentimento tão negativo quanto a mágoa será positivo. Lembre-se de que os membros da sua família também são seres humanos, que estão sujeitos a cometer erros, assim como você também está, mas procure entendê-los.
Além disso, verifique se as críticas que essas pessoas fazem são construtivas e fazem sentido. Se algum familiar critica os seus hábitos financeiros, por exemplo, talvez haja algo em que você possa de fato melhorar, nesse sentido. No entanto, se essa crítica for inverídica, preconceituosa ou não tiver um propósito construtivo por trás, apenas aceite que aquela é a opinião da pessoa e que você discorda.
Em uma situação de rejeição, aquele que se sente preterido não é o único a sofrer. Mesmo que não demonstre, o indivíduo que “despreza” também pode estar passando por um momento difícil. Com frequência, o que falta é que um estenda a mão para o outro para que, juntos, conversem, se entendam e coloquem um ponto final nas situações mal resolvidas e nos ressentimentos do passado.
Se essa reconciliação não acontecer, entenda que a escolha não foi sua, mas da pessoa que está promovendo essa rejeição. É algo complicado, especialmente em se tratando de um familiar muito próximo. Entretanto, entenda que você não pode controlar as expectativas e opiniões que as outras pessoas criam a seu respeito. Assim, apenas seja você mesmo, pois deixar de ser quem você é para agradar aos outros só fará com que você se sinta infeliz.
4. Entenda que você não é o problema
Quando alguém o rejeita, saiba que você não é o problema, pois isso tem muito mais a ver com quem está rejeitando do que com qualquer outra coisa. Sentir-se inferior apenas trará mais sofrimento. Então, reconheça que está fazendo o seu melhor e que não precisa da aprovação de todos para ser feliz. Manter uma boa relação com os familiares é importante, mas condicionar a sua felicidade a isso não é emocionalmente saudável. Se necessário, procura a ajuda de um psicólogo sobre essa questão.
Caso a rejeição aconteça por conta de alguma atitude sua, reflita sobre o seu comportamento e peça desculpas pelas suas falhas, pois ter essa consciência é essencial ao seu crescimento como ser humano também. Se, porém, você se sentir tranquilo com as suas decisões, continue o seu caminho, pois, em algum momento, o familiar que está se contrapondo a você entenderá as suas razões.
O importante é que você não perca a sua razão e que não adote uma postura que provoca desagrado de forma proposital. Tenha humildade para aprender, para perdoar, para pedir perdão e para ser alguém melhor a cada dia. Contudo, jamais deixe de fazer o que o faz feliz.
5. Invista em autoconhecimento e autoestima
Quando sente que é rejeitado, o ser humano costuma buscar em si defeitos para justificar esse sentimento, o que pode produzir um quadro de inconformidade, tristeza ou revolta. Essa reação funciona como uma tentativa de defesa ou mesmo de entender a situação, mas a verdade é que serve apenas para trazer mais dor e sofrimento.
Por isso, quando se sentir rejeitado, procure pensar nas suas qualidades e talentos, pois, certamente, você tem muitos. Outra dica é: não tente buscar justificativas para os comportamentos que apenas o outro pode explicar. É ele quem precisa resolver essa questão consigo mesmo. Um pai que rejeita o filho homossexual, por exemplo, precisa entender a si mesmo e compreender a origem do seu preconceito para pôr um fim a ele.
O autoconhecimento é uma força libertadora. Quanto mais uma pessoa conhece as suas forças e pontos a serem desenvolvidos, mais ela conseguirá se posicionar diante das críticas. Isso significa que ela será capaz de acolher e tentar melhorar naquilo que de fato for verdade, mas também conseguirá ignorar ou mesmo defender-se diante de críticas que simplesmente não fazem sentido.
Todos têm pontos de melhoria, e você também, mas isso não o faz inferior a ninguém. Então, busque se conhecer, valorize os seus pontos fortes, procure melhorar o que for necessário e mantenha a sua mente tranquila. O autoconhecimento e a autoestima geram uma paz de espírito que ninguém pode abalar, desde que a sua consciência esteja tranquila.
Conclusão
De sua parte, faça o possível manter uma boa relação com a sua família, alimente pensamentos e sentimentos positivos, mas não espere que o amor dos outros o complete — você já é alguém completo, e a sua felicidade não deve depender da aprovação de terceiros.
Ame-se em primeiro lugar e reconheça-se como alguém merecedor. Dessa forma, o carinho que receber será sempre dado de maneira voluntária, sem cobranças, o que certamente tornará sua vida melhor e mais positiva, evitando discussões e ressentimentos. Se receber críticas construtivas, utilize-as para melhorar. Se não concordar com as críticas recebidas, continue sendo você mesmo. Ninguém pode agradar a todos, não é? Lembre-se sempre do quanto é especial e viva isso todos os dias. Ame-se!
E você, querida pessoa, já passou por algum momento de rejeição dentro da família? Como lidou/lida com esse tipo de situação? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!
A culpa me trás sofrimento.