Descubra a importância do desenvolvimento do autoconhecimento para o sucesso pessoal e profissional! | Depositiphotos Galyna Andrushko

Quando falamos em autoconhecimento, evidentemente estamos aprofundando em nossa individualidade ou individuação. Não estamos pregando contra o fato de o homem ser um sujeito naturalmente coletivo, pois como indivíduos únicos compartilhamos e cocriamos a Coletividade. Não é somente isso. A psicologia do Self é, a priori, uma psicologia do Eu. Mas, ao passo que constitui a psicologia do Eu constitui também uma psicologia do outro.

Ser feliz ou ser triste são estágios emocionais baseados em experiências. Toda experiência é mutável, em qualquer tempo – passado, presente, futuro. O autoconhecimento nos faz compreender que eu, o mais profundo do meu ser, é que lança luz sobre cada experiência que vivo, e esse self está além da dicotomia tempo e espaço. O problema é alcançar o estágio de evolução da consciência que me dê condições de ter clareza do ser que eu realmente sou.

Acalme-se! Vamos entender…

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Coletividade e Individualidade

Através de Freud temos a possibilidade de compreender o ego e outros conceitos. Mas Jung avança, rumo ao inconsciente coletivo, mostrando que minha individualidade me faz, cada vez mais, pertencente ao todo. Não é a psicologia do outro é a minha psicologia, a psicologia do eu. Porque ao perceber o meu mundo interior eu percebo que é assim a todas as outras pessoas e me conecto a elas.

Conhecendo-me individualmente posso criar níveis crescentes de empatia com o outro que sofre, porque conheço também meus sofrimentos psíquicos, assim estamos associados. Quando transformo meus sofrimentos em processo de crescimento e desenvolvimento crio níveis em que o outro se sente seguro.

Isso ocorre porque o nível particular revela o nível coletivo, não porque todo ser humano seja igual, mas porque as individualidades estão subscritas em símbolos universais, padrões inconscientes presente em todas as culturas. Assim, mesmo tendo consciências individuais, temos uma ligação coletiva num nível inconsciente.

As estruturas desse inconsciente coletivo, que subjaz a todas as culturas são os chamados arquétipos. Eles são padrões, maneiras que estruturamos para agir e reagir. Por exemplo, o arquétipo do guerreiro, talvez seja um dos mais antigos. Ele remonta a uma estrutura mental das primeiras sociedades que concebia o homem forte que lutava à linha de frente para a sobrevivência de seu clã. Ele precisava de coragem, força, técnica, conhecimento do oponente, do campo de batalha, com o domínio das técnicas bélicas, a partir da metalurgia passou a usar armas, era viril e considerado um “bom partido” para formar família. Pintado nas representações imagéticas com destaque para suas formas físicas e beleza.

Lendo essa descrição parece que estamos falando de um vendedor ou profissional de marketing, não é? Sim! E justamente por isso vários livros e palestras hoje em dia fazem a comparação entre as áreas de vendas e os guerreiros, ou do jogo comercial e de marketing com um campo de batalha e suas armas e estratégias. Isso nada mais é que a representação do arquétipo do guerreiro, uma estrutura mental primitiva que mora no inconsciente coletivo de toda e qualquer cultura existente, mesmo com suas características mais particulares.

No entanto, é preciso lembrar que quando estamos falando em consciente coletivo nos referimos a uma importante teoria psicanalítica. Para o leitor mais leigo, pode parecer que estamos falando de ideias que uma vez compartilhadas por um acabam seguidas por todos. Na verdade a “massa” popular deve ser resistida. Resistência à massa organizada só pode se dar pelo homem que está bem consciente de sua individualidade.

Talvez essa proposição soe ininteligível para o homem de hoje. Assim como os movimentos caóticos da multidão, se nos deixamos levar por ela, tudo termina em frustração mútua, pois acabamos por sermos impelidos por uma direção definida por vontade ditatorial. Em estado que Jung chama de “dissociado”, o indivíduo precisa de um princípio diretor e de ordenação, que acaba sendo exercido pelo Ego-consciência.

Vem daí a necessidade do autoconhecimento. É o poder de nos conhecermos verdadeiramente. Reconhecer e respeitar nossa luz e nossa sombra que faz com que a sacralidade da nossa individualidade consiga reconhecer seu pertencimento ao universo seu lugar na rede de conexões com a natureza e o todo, sua importância e seu vínculo com a coletividade.

Para hoje este deve ser nosso maior e mais profundo desejo, mesmo com todas as adversidades que essa meta impõe. Digo isso porque o autoconhecimento, além de ser altamente impopular, parece ser uma meta desagradavelmente idealista, e está preocupada com a sombra psicológica, que normalmente é negada sempre que possível, ou pelo menos é silenciada, escondida.

Autoconhecimento

O Homem é um nó de relações voltadas em todas as direções. Para dentro de si, para o outro, para o universo, para o transcendente e ele se realiza à medida que ativa essas relações. Quanto mais ele se relaciona mais ele se enriquece e mais descobre possibilidades dentro de si mesmo – tanto com sua luz, quanto com sua sombra, desde que saiba trabalhar com ela, respeitando-a e usando-a a seu favor. Precisamos de um entendimento maior da natureza humana, pois o único perigo real existente é o próprio homem.

Quanto mais me conheço como indivíduo e encontro meus potenciais, habilidades, aquilo que me torna um ser único em toda a imensidão do universo, que me identifica, me personaliza, me humaniza, mais me vejo integrado a todo o mundo e mais consigo honrar e respeitar a minha própria história. O mundo, aquilo que está fora, não só na natureza do sistema do universo, mas também nas outras pessoas, é um reflexo, uma refração do meu eu interior.

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O mundo é neutro, ele não é bom nem mal. Não existem problemas no mundo, não há sofrimento. Todas essas significações acontecem na integração entre o indivíduo e o mundo interior. Na verdade, as coisas são como nós as vemos. É o nosso olhar particular, nossa posição, nossa ideologia que constrói o mundo. Eu que torno as experiências boas ou más, os problemas e o sofrimento dependem da nossa colaboração para existirem, não há problemas no mundo fora de nós.

A individuação, ou seja, o reconhecimento do nosso self, é um grande ganho da humanidade. É importante que as pessoas se reconheçam como seres humanos, entidades autônomas, não apenas como fragmento de um clã – embora todos nós estejamos inseridos numa comunidade, devemos construir uma identidade autêntica, a partir do autoconhecimento. Quanto mais o ser se individualiza, mais se torna parte de um todo.