vulnerabilidade

Entenda como aceitar a própria vulnerabilidade pode nos libertar das exigências externas e da ditadura da perfeição | Depositphotos ginton

Quando é que você se sente mais vulnerável? Aliás, você tem coragem de se expor e confessar que, em muitos momentos, se sente assim? Trago estes questionamentos, inspirados no TED, “O Poder da Vulnerabilidade”, da pesquisadora americana Brené Brown, também autora do livro – “A Coragem de Ser Imperfeito”.

Contrariando muitos, Brown afirma que nos tornamos mais fortes e ousados quando, ao invés de esconder, aceitamos a nossa vulnerabilidade e admitimos os nossos medos. “Vulnerabilidade não é conhecer vitória ou derrota; é compreender a necessidade de ambas, é se envolver, se entregar por inteiro”, defende a pesquisadora.

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Aceitando a Própria Vulnerabilidade

A todo o momento estamos buscando controlar nossas dúvidas, sentimentos e emoções não compreendidas, como se pudéssemos, conscientemente, escolher escapar das consequências e riscos emocionais a que estamos expostos diariamente. Por isso, existem pessoas que se entregam ao medo e, de certa forma, se isolam do mundo, com receio de parecerem fracas ou menos merecedoras de amor, compaixão e reconhecimento.

Para Brené, ninguém pode se considerar fraco por sentir-se vulnerável. “Ser ‘perfeito’ e ‘à prova de bala’ são conceitos bastante sedutores, mas que não existem na realidade humana”, afirma ela, que completa: “Devemos respirar fundo e entrar na arena, qualquer que seja ela: um novo relacionamento, um encontro importante, uma conversa difícil em família ou uma contribuição criativa.”.

Entretanto, o quanto estamos dispostos a enfrentar nossos medos mais íntimos e ousar, verdadeiramente, ir além? Temos coragem de admitir, em voz alta, que não somos perfeitos? Sabemos lidar com isso?

Vulnerabilidade e Vergonha

Segundo Brené, todos nós, em maior ou menor escala, sentimos vergonha. “As pessoas que não experimentam este sentimento são carentes de empatia e não sabem se relacionar”, explica Brown.

A vulnerabilidade está diretamente ligada ao sentimento de vergonha e, consequentemente, ao medo da perda de vínculos. Ela nos faz acreditar que não somos “bons o suficiente” e nos impõe uma crença negativa sobre nós mesmos.

A vergonha nos faz negar a nossa vulnerabilidade, de modo a evitar que sejamos vistos como realmente somos, na essência, e que tenhamos que lidar com os julgamentos das outras pessoas em decorrência disso.

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Convivendo com os Mitos

Quando abordamos este tema, nos deparamos com mais um dilema, pois quanto mais evitamos falar da vergonha, mais ela aumenta e nos limita. É preciso libertar-se da necessidade de aprovação e compreender quais são os valores que norteiam sua vida e seguir em frente.

Quando ignoramos isso, vamos alimentando mitos comuns de que: “vulnerabilidade é fraqueza”; “vulnerabilidade não é comigo”; “vulnerabilidade é expor totalmente minha vida”; e “eu me garanto sozinho”.

Isso só nos distancia da realidade, nos desencoraja a realizar nossos sonhos e projetos e, consequentemente, nos tira a compreensão daquilo que dá sentido à nossa existência.

Vulnerabilidade não é fraqueza. Muito pelo contrário, é expor- se ao julgamento, mas nem por isso deixar de fazer aquilo que acredita. Vulnerabilidade é aceitar e respeitar os próprios limites e o seu jeito único de se relacionar com as pessoas e o mundo. É permitir-se ir além, quando somente você acredita que é possível. É amar alguém sem saber se é correspondido. É fazer sempre o seu melhor, ainda que para muitos, isso não seja o suficiente.

Finalizo esta reflexão, com uma frase poderosa de Brené Brown, perfeitamente alinhada com meus valores e que reafirma, em outras palavras, aquilo que defendo como Coach e ser humano – “Somente quando temos coragem suficiente para explorar a nossa escuridão, descobrimos o poder infinito de nossa própria luz”.

Permita-se viver a sua vulnerabilidade!