Mesmo desconsiderando a espiritualidade em vários contextos – especialmente no científico – não é possível fecharmos os olhos para a dimensão abstrata, subjetiva, não cognoscível do fator saúde. Nosso corpo sofre o efeito de nossa mente e de nossas sensações mais subjetivas que, para alguns, também estão vinculadas à dimensão espiritual.
A medicina quântica, ciência da qual o Coaching mais se aproxima sem se distanciar da neurociência – já estuda a ação dos fatores mentais e mesmo de práticas espirituais (não exatamente religiosas) no nosso corpo e na nossa percepção de bem-estar. De algum modo essas considerações não distanciam da história da ciência médica.
Ao contrário, nos primórdios dos sujeitos da medicina encontraremos o xamã, curandeiro, ou pajé. As práticas médicas estavam vinculadas às práticas religiosas desde o seu princípio e, se hoje a medicina como ciência se distância do imensurável mistério da metafísica, alguns sujeitos retornam a esse lugar de origem para dar novo frescor às descobertas mais recentes dessa fantástica área da saúde – a mente e a alma.
O Xamã e seu Poder Curador
Em qualquer linha de tempo que traçarmos para chegar ao mo- mento em que passamos a cuidar uns dos outros cairemos de forma inexorável na figura do Xamã. Os estudos da Antropologia Cultural e da etnologia apontam o uso do termo “xamã” ou “Shamã” – e outras palavras com proximidade fonológica – para designar indivíduos que desde as mais remotas civilizações desempenhavam papéis no limiar da medicina (ou curandeirismo, mais apropriado nesse caso) e da mágica ritualística.
Os xamãs, contudo, não desapareceram. As práticas e rituais xamânicos têm figurado nos mais recentes estudos da sociologia da religião e ainda aparecido nas práticas terapêuticas (terapias xamânicas). Assim, podemos falar dos xamãs usando a linguagem no passado a fim de traçar sua história, mas também podemos tratar dos xamãs no presente, uma vez que eles continuam a existir em diversas sociedades, especialmente no Brasil.
Esses indivíduos, dotados de prestígio mágico-religioso, ainda atuam como conselheiros, guardiães das lendas de seus povos e advinhos. Diversas figuras no nosso meio podem ser identificadas como xamãs, é o caso das benzedeiras e rezadeiras, dos pajés, os griôs e até mesmo dos médicos homeopatas e demais que usamos sabedorias das plantas e terapias alternativas.
O curador é o arquétipo também reconhecido como xamã. Usamos muito esse arquétipo no Professional and Self Coaching– PSC, do Instituto Brasileiro de Coaching. Ele se apresenta como uma poderosa metáfora para acessarmos nosso autoconhecimento e conquistar nossa autocura interior. Maravilhoso!