Antonio Guillem/Shutterstock O rapport é um dos elementos-chave d a abordagem Ericksoniana e do Coaching

Quando compartilhamos propósitos, objetivos e experiências, todos os ventos sopram a nosso favor. Nessas situações, é como se uma empatia natural passasse a ser o grande elemento da relação que mantemos com a outra parte.

Grandes sintonias são o que verdadeira­mente modulam relações de sucesso, seja em uma amizade de uma vida inteira ou no caso de um grande amor. A vivência de experiên­cias que facilitam uma empatia genuína entre duas pessoas é algo propiciado pelo rapport.

Muitas vezes, as pessoas estão natu­ralmente em rapport. Você já percebeu que alguns casais nos restaurantes estão em sin­tonia um com o outro e que seus corpos se movem juntos como se estivessem dançan­do? Preste atenção nas crianças brincando, observe as interações nas reuniões, note os amigos num pub. Veja e ouça como o efeito de duas pessoas se movendo juntas produz resultados positivos na comunicação delas.

Realizando o exercício inverso, observe também como a qualidade da interação muda para uma falta de comunicação quando a fisiologia das pessoas não combina e elas estão fora de sincronia uma com a outra.

A abordagem de Milton Erickson aplicada ao Coaching

A abordagem de Milton Erickson aplicada ao Coaching, tanto no nível epistemológico quanto metodológico, ficou conhecida como Coaching Ericksoniano. Essa junção foi possível porque, mesmo vindo de uma área médica, o Coaching Ericksoniano não utiliza um modelo médico, em que o cliente tem um problema ou uma doença e o coach tenta curá-la. Na medida em que os princípios ericksonianos são integrados na maneira do coach trabalhar, o valor do uso dessas técnicas se tornará cada vez mais e mais evidente.

Tratar pessoas talvez não seja algo assim tão imensamente distante da realidade de um coach. Como no caso de um terapeuta, o processo de Coaching muitas vezes se desenrola à maneira de um tratamento com detecção de sintomas, busca de curas (solu­ções) e, em muitos casos, com direito a profilaxias para que novas questões sejam tratadas de maneira mais sábia. Mas, por mais que encontremos semelhanças, essa definição é ainda limitado­ra das funções de um coach, já que nosso trabalho é criar novos caminhos, abrindo picadas a golpes de facão, se preciso for, para que as pessoas descubram seu potencial infinito.

Posso afirmar, como de costume, que o Coaching não é tera­pia, mas é terapêutico, pois promove ganhos parecidos com os de uma terapia. Nesse caso, como você verá no decorrer deste livro, as sessões de Coaching Ericksoniano, dentro de um processo de Coaching tradicional, têm suas indicações. Nem todo caso preci­sará de intervenções como essa.

Por isso, nos guiamos por princípios que já estão previstos den­tro dos conceitos de Erickson e que são trazidos para o Coaching. Esses princípios e elementos têm total foco na pessoa e em seus anseios, o que gera uma congruência fortíssima com o Coaching.