Na última semana, todo o país ficou estarrecido com a notícia de um estupro coletivo envolvendo uma menor de 16 anos e mais de 30 homens, no Rio de Janeiro. Se não bastasse a barbárie do ato em si, o que povoou a internet, além dos protestos indignados, foram os julgamentos, os muitos julgamentos que aquela menina sofreu de parte da nossa sociedade.
Eu me pergunto, com isso, até onde o ser humano pode ir com sua falta de compaixão, respeito e amor ao próximo? Digo e repito – ninguém tem o direito de julgar, apontar ou humilhar outra pessoa simplesmente para fazer valer sua opinião. Ninguém tem o direito de violentar o corpo e muito menos a alma de alguém com atos, comentários, acusações e argumentos vergonhosos e ultrajantes, como os que vimos neste e, em tantos outros casos que atentam contra a minha, contra a sua, contra a nossa integridade humana.
Será que perdemos a nossa humanidade? Porque parece que os que acusam e apontam o dedo, dentro e fora da internet, não param para pensar nos sentimentos alheios, na dor do outro, na tristeza e em tudo que uma violência pode causar. Será que as pessoas não percebem que os julgamentos violentam ainda mais? Reflita!
“… Antes de julgar a minha vida ou o meu caráter… calce os meus sapatos…”
A grande ironia é que aos julgadores bastaria parar apenas um minuto para refletir, expandir sua percepção, colocar-se no lugar do outro e tentar sentir e compreender a dor e todos os sentimentos envolvidos em qualquer tipo de sofrimento. Colocar-se no lugar da vítima é entender que poderia ter sido você, sua filha, irmã, mãe, amiga, pois aos criminosos, quem é quem, é indiferente.
Não podemos nos acostumar com estes tipos de violências que vão além da agressão física e que tomam a internet como uma praga nociva e impertinente, pois é repleta de discursos preconceituosos. Não podemos ser os perpetuadores de agressões verbais e de julgamentos, que nós mesmos não gostaríamos de receber ou sofrer, e que só reforçam a violência de atos violentos e a impunidade que ainda testemunhamos, diariamente, no Brasil.
Por isso eu te pergunto – se não deseja ser ferido, por que deseja ferir então? Se não deseja ser violentado; por que usa suas palavras e energias para violentar/agredir/julgar outra pessoa? Fique atento aos pensamentos que você tem alimentado e aos julgamentos que tem apontado às pessoas no trabalho, na rua, na balada ou em família, pois existem violências verbais que marcam mais do que qualquer violência física.
Não seja você o algoz de ninguém, não seja você a pessoa que maltrata e alimenta sentimentos negativos, nocivos contra outro ser humano. Exercite o não julgamento, coloque-se no lugar do outro e ame mais o seu próximo. O mundo precisa de mais amor, mais compaixão, mais respeito e menos julgamentos e violências, até porque ele dá muitas voltas e a gente nunca sabe quando o próximo pode ser um de nós. Pense nisso e não agrida ninguém nunca mais!