Image Point FR/Shutterstock Semear é ir implementando ideias novas na mente do paciente durante o seu transe hipnótico de modo que isso favoreça a quebra de padrões negativos e ajude em sua mudança e evolução de modo positivo

A imagem que compara cada homem com um pedaço de terra que precisa ser devidamente arado e cultivado, para que seja semeado no tempo certo e traga o retorno esperado, produ­zindo os melhores frutos, tem origens bem mais bíblicas do que propriamente da abordagem ericksoniana, mas trazê-la para os domínios do nosso hipnoterapeuta pode ser algo bastante a calhar. Para um estudioso da mente humana e mais do que isso, um legítimo e verdadeiro entusiasta da fertilidade dessa mesma mente humana, a analogia é muito apropriada.

Na frase, “um homem saiu a semear…”, a semeadura mantém-se fiel à ideia que o termo enseja e é uma espécie de tentativa de colheita de algo a posteriori. Quando um coach ou terapeuta está disposto a assumir técnicas ericksonianas, ele deve se servir de subsídios que embasem inclusive as escolhas que conduzirão o processo, os caminhos a serem trilhados e as sugestões a serem feitas.

 A Semeadura

Semeadura é tanto uma técnica de sugestão quanto uma metáfora de indução. É bastante simples e eficaz de ser utilizada em sessões de Coaching Ericksoniano. O coach vai semeando ideias durante o transe e mesmo nos estados de consciência.

Reunindo informações sobre o coachee, o coach saberá em quais locais poderá pisar, a fórmula e o conteúdo dos estímulos a serem dados. Essa etapa é importante, pois todas as eventuais sugestões dadas ao coachee no momento do seu transe podem ter origem a partir da efetividade dessa técnica.

Definindo-a sem nenhuma criatividade, a semeadura é mesmo uma preparação de terreno. Ela opera em nível consciente, mas com o intuito de determinar de que maneira as ideias são assimiladas inconscientemente, interpretadas e processadas.

Quando se pretende aplicar a técnica da regressão, o coach lança mão de uma espécie de narrativa através da qual recria os ambientes, contextos ou momentos cruciais para a vida do coach, mas a composição desse enredo não pode ser feita do nada. Além do substrato da própria mensagem a ser passada ao coachee, até mesmo uma composição de cenário está em jogo em situações desse tipo.

Em uma regressão em que, por exemplo, é retomada uma passagem da infância do coachee, detalhes que compõem essa realidade mentalmente encenada e sementes são lançados. Terapeuticamente falando, as sementes plantadas em qualquer outro instante acabam por colhidas a quatro mãos, isto é, tanto pelo coach, que é subsidiado na sua proposta, quanto pelo coachee, que é de fato o maior beneficiário desse estratagema.

“Depois de um dia corrido, nada melhor que uma pausa e um descanso!”, dizendo isso, você acaba de semear a ideia de pausa e descanso no coachee. Isso é usar linguagem ericksoniana. Sugestões indiretas, mas com efeito certeiro. Mente inconsciente.

A técnica tem muito de indução verbal. As sensações faladas vão sendo processadas e até recriadas pelo coachee a quem elas se dirigem. As próprias metáforas, tão importantes e úteis, carregam uma enorme possibilidade de serem usadas como viabilizadoras da semeadura. E as possibilidades de se lançar mão dessa técnica, inclusive em momentos em que o paciente está em estado de alerta, e não apenas durante um transe, dá a ela a possibilidade de ser um elemento constante do processo e de enorme utilidade ao terapeuta ou coach, a depender da situação.

Não há dúvidas de que qualquer intervenção, seja esta pro­priamente terapêutica ou genuinamente relativa a um processo de Coaching, acaba se mostrando bem mais eficiente e bem-sucedida quando se tem como respaldo diversas sementes prontas a darem o fruto esperado. Permita-se usá-la.

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