Os limites da atuação do terapeuta, para Milton Erickson, eram tão alargados diante dos modelos praticados pela terapia tradicional que a atuação direta, por si só, foi pouca. Aplicando a ideia de auto-hipnose, que inclusive o ajudara tantas vezes a superar as crises causadas por seus problemas de saúde, ele assumia como válida, e até desejável, uma situação de transe por parte do terapeuta durante o processo com seu cliente.
Isso se dava também pela sua visão de que o transe é um acontecimento corriqueiro, que pode se dar nas mais variadas e banais circunstâncias do dia a dia. A frequência desse estado, segundo ele, é tanta que a maioria das pessoas sequer se dá conta de que ocorre um transe em tantas situações de imersão completa em uma atividade, à parte dos estímulos exteriores.
A naturalidade com que ele encarou a hipnose fez dessa prática uma face tão importante do seu trabalho, representando o seu verdadeiro cartão de visitas como terapeuta. Ele esteve tão convicto da viabilidade desse método e tão desenvolto e preparado para aplicá-lo em qualquer contexto, que empregava essa ferramenta mesmo na ausência do paciente, assim como concebia técnicas que indicavam o momento de maior probabilidade de ocorrência do estado de transe.
Milton Erickson e seu Olhar Diferenciado
A objetividade dos passos a serem seguidos para que se alcance o estágio esperado é o elemento que pauta o sucesso do Coaching. Da mesma forma, Erickson enxergava seus pacientes com um olhar prático e concreto, encarando suas aflições e agruras como algo a ser curado ou superado o quanto antes. Ao fazê-lo, ele exercia uma postura de intervenção concreta e prática na vida de quem batia à porta do seu consultório. Tal qual um coach no auxílio ao seu coachee.
Essa comunhão de propósitos e intuitos vai além do que o próprio Milton imaginava possível com suas técnicas de hipnose e sua terapia estratégica. Falecido em 1980, ele não viu mais do que lampejos do que hoje chamamos corriqueiramente de Coaching. Nos Estados Unidos, sua terra natal, os primeiros passos eram dados na direção do agrupamento de ferramentas, saberes e ciências, que passou a dar à profissão de coach um sentido diferente daquele utilizado no meio esportivo, onde o termo já era empregado.
Programação Neurolinguística e a Hipnose Ericksoniana
Richard Bandler, um dos criadores da Programação Neurolinguística, dizia que “o objetivo do cliente deve ser rigorosamente definido para que ele não sofra dos objetivos do terapeuta”. A definição se encaixa como uma luva para a terapia estratégica criada por Erickson, na qual o paciente deve ter como norte um horizonte já muito bem delineado, para que a sua segunda ida ao encontro do terapeuta seja com um objetivo específico bem definido.
Esse pragmatismo é para que o terapeuta não tire do foco, em nenhum instante, que ele deve buscar os recursos para levar seu cliente à meta pretendida. E se nos métodos convencionais o terapeuta se transforma em um grande ouvinte, atento a todas as palavras do cliente, no modelo formulado pela terapia estratégica, ele se vê em um papel mais interventor de atuação canalizada na solução das questões trazidas ao consultório.
A partir daí, o terapeuta/coach ericksoniano assume a missão de realizar um mapeamento minucioso do problema do cliente, com todas suas nuances e especificidades. Seu trabalho segue com a busca pela mudança necessária para ajustar suas ações à melhor maneira de se chegar ao objetivo pretendido.
Ele foi destacado pela habilidade de lançar mão de qualquer coisa para auxiliar o paciente, incluindo suas crenças, referências culturais, história pessoal, termos e palavras favoritas e até mesmo seus hábitos neuróticos. Antes de ser uma referência também para o Coaching; Erickson já era um expoente tão incontornável para a Psicologia, que até mesmo aquilo que não é prontamente associado ao seu nome traz marcas diretas do seu trabalho.
Embora seu ramo por excelência tenha sido sombreado por outras vertentes, o fato é que a linha de maior destaque na Psicologia nos últimos tempos, a Programação Neurolinguística, tem influência e contribuições diretas de Erickson.
O psiquiatra foi categórico ao enfatizar a maneira como a comunicação influencia as relações e se torna um elemento-chave em quaisquer processos inter-relacionais. Para seu modelo de tratamento, ele concebia a comunicação como uma instância tão estratégica como a própria terapia que pretendeu desenvolver. Fantástico, não é mesmo?
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