A palavra Self não é tão nova assim, ela remonta aos primeiros estudos de psicologia e psicanálise, e alguma menção a esse conceito já estava presente também na filosofia grega. Self é centro direcionador da consciência e da inconsciência. A história desse termo na Psicologia (Self ou ‘Si mesmo’) aparece já na teoria de William James, um dos precursores desta ciência, que o distingue, em 1892, entre o “eu”, que ele concebe como a instância interna conhecedora (I as knower), e o “Si mesmo”, como sendo o conhecimento que o indivíduo tem sobre si próprio (Self as known).
Outro importante autor, Baumeister (1993), partindo da definição de James e do trabalho de C. H. Cooley; propõe que o “Si mesmo” se baseie em três experiências básicas do ser humano, sendo elas:
- A consciência reflexiva, que é o conhecimento sobre si próprio e a capacidade de ter consciência de si.
- A interpessoalidade dos relacionamentos humanos, através dos quais o indivíduo recebe informações sobre si.
- A capacidade do ser humano de agir.
A chave da questão teórica proposta por esse autor é que esse conhecimento que o “eu” tem sobre “Si mesmo” tem dois aspectos distintos: por um lado, ele possui um aspecto descritivo que foi denominado ‘autoimagem’; de outro, ele suscita um aspecto valorativo, a ‘autoestima’. Numa acepção geral, alicerçada nesses pressupostos, entende-se por Self aquilo que define a pessoa na sua individualidade e subjetividade, isto é, a sua essência.
O Poder do Self
O termo Self em português pode ser traduzido por “si” ou por “eu”, mas a tradução portuguesa é pouco usada na literatura da Psicologia, logo, o termo em inglês ficou consagrado. Entre os primeiros psicanalistas a utilizarem esse termo em suas pesquisas está Donald Winnicott. Para ele o Self designa a pessoa enquanto lugar de atividade psíquica, ou seja, ele seria o produto de processos dinâmicos que asseguram a unidade e a totalidade do sujeito.
Para alguns psicanalistas estadunidenses o Self ou o “si” é assimilado ao objeto do ‘investimento narcísico’ – a palavra narcísico diz respeito a Narciso, personagem da mitologia grega que se apaixonou pela própria imagem –, assim, a representação do Self seria uma construção do Ego. Isto porque Self e ego não são a mesma coisa, uma vez que o ego uma das três instâncias do aparelho mental, ou seja, uma das subestruturas da personalidade.
Nesta base, muitos analistas preferem referir-se à ideia de “representação de si” em vez de simplesmente falarem num “si” autônomo. Para Hartmann, o termo Self foi conceitualizado como a “imagem de si mesmo” sendo composto de estruturas, entre as quais consta não somente o ego, mas também o id, o superego e, inclusive, a imagem do corpo, ou seja, a personalidade total.
Acredita-se que ao nascermos temos um Self que é um fenômeno biológico, não psicológico. O ego, porém, é uma organização mental que se desenvolve à medida que a criança cresce. A consciência do Self nasce quando o Ego passa a estar definido através da autoconsciência, da autoexpressão e do autocontrole.
Mas estes termos referem-se à sensibilidade, à consciência, lugar de expressão e domínio das sensações. O Self, portanto, pode ser definido como um aspecto sensível do corpo. “Na realidade, o ego representa a autoconsciência ou consciência do Self. A identidade dual do sujeito assenta na capacidade para formar uma imagem do Self na sua percepção consciente do Self corporal. Numa pessoa saudável, as duas identidades são congruentes. A imagem ajusta-se à realidade do corpo, mas quando existe falta de congruência entre a imagem do Self e o Self, ocorre então um distúrbio de personalidade”.
O Self Coaching
Dentro dessa confluência é que se trabalha com o conhecido Self Coaching. Ele é um trabalho pessoal, enquanto o Professional Coaching é um processo que trabalha com o sujeito e a corporação à qual ele pertence, visando seu desenvolvimento como profissional, o Self Coaching trabalha o sujeito e seu desenvolvimento pessoal, humano, cognitivo.
Em alguma medida, ambas as formas visam o desenvolvimento pessoal, no entanto, o horizonte profissional/corporativo é determinante em um e não o é em outro. Muitas vezes essa modalidade de Coaching é confundida como uma forma de terapia. Realmente o Self Coaching tem uma função terapêutica à medida que ele também atua com as dimensões do bem-estar holístico, no entanto, por estar distante das práticas médicas ele não pode ser concebido como tal.
No Self Coaching, o profissional coach estará atento às crenças, valores e padrões que o sujeito criou e que regem sua ação sobre o mundo, seu comportamento, bem como a imagem que ele tem de si, o modo como se enxerga, as características que se autoatribui, o potencial que acredita ter e não tem. O Self Coaching acredita que todas as respostas estão dentro de nós, mas que temos que aprender a acessá-las.
Por outro lado, se temos todas as respostas e curas dentro de nós, é também de dentro de nós que nascem todos os males e doenças, de forma que o Self Coaching também nos ajuda a não criar mais essas condições de enfermidades físicas, mentais e espirituais.
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