A psicologia é uma área do conhecimento que tem se popularizado muito como um auxílio para as pessoas que sofrem com transtornos da mente ou que passam por grandes tribulações. No entanto, ela não deve ser entendida apenas como um meio de solucionar problemas, mas também como um canal de promoção da qualidade de vida e do bem-estar.

Essa é a essência da psicologia positiva, um ramo da psicologia que se dedica exatamente à promoção da felicidade, e não apenas à cura de doenças. O psicólogo estadunidense Martin Seligman é um dos maiores nomes dessa área do saber. 

Ele estabeleceu um modelo de 5 pilares de bem-estar, chamado PERMA, que consiste em: Positive Emotion (Emoção Positiva); Engagement (Compromisso/ Engajamento); Relationship (Relacionamentos); Meaning (Significado ou Propósito) e Accomplishment (Realizações). Neste artigo, vamos compreender melhor cada um desses pilares para que sejamos mais felizes. Acompanhe!

O modelo PERMA

O modelo PERMA pode ajudar a aumentar o seu bem-estar por meio da combinação dos 5 elementos. Juntos, eles formam uma base sólida sobre a qual podemos construir uma vida feliz e próspera, com o estabelecimento de relações de apoio e amizade, o cumprimento de metas e um propósito maior.

Além disso, nutrir essas experiências já nas crianças pode ajudá-las a ir além de “sobreviver” e realmente prosperar na vida. Continue lendo e conheça melhor cada um dos 5 pilares do modelo PERMA.

Positive Emotion (Emoção Positiva)

As emoções positivas são fundamentais para a felicidade e o bem-estar. Para compreendê-las melhor, é importante distinguir o prazer da diversão. O prazer está ligado à satisfação de necessidades físicas — como comer, beber ou descansar após um dia exaustivo. Já a diversão nasce do estímulo intelectual e da criatividade. Assim, sentimos prazer, por exemplo, ao observar a alegria espontânea de uma criança brincando, mas também ao enfrentar desafios mentais que exigem esforço e raciocínio.

Ainda sobre as emoções positivas, quando refletimos sobre a vida, a nossa percepção varia conforme o humor do momento. Se estamos em um estado mental positivo, conseguimos olhar o passado com gratidão, planejar o futuro com esperança e aproveitar o presente com mais plenitude. Dessa forma, as emoções positivas vão além do simples sorriso: elas elevam o desempenho, fortalecem o corpo e a mente, melhoram relacionamentos, ampliam a criatividade e despertam o otimismo.

Ao mesmo tempo, focar apenas nas dificuldades nos faz mal. O pessimismo em relação ao passado alimenta a tristeza, enquanto o medo do futuro gera ansiedade. Por isso, é importante cultivar e reconhecer as emoções positivas no agora, sem se prender ao arrependimento. Isso não significa ignorar as emoções desagradáveis, mas apenas reconhecer que elas são passageiras e que nenhum problema é eterno.

Muitos têm o hábito de esperar o pior, enxergando o lado negativo de todas as situações e evitando riscos. Contudo, a psicologia positiva mostra que é possível desenvolver habilidades para experimentar mais emoções positivas. Perguntar-se “O que me faz bem?” é o primeiro passo. A resposta a essa questão revela o caminho para viver com mais leveza, propósito e alegria.

Engagement (Compromisso / Engajamento)

O psicólogo húngaro Mihaly Csikszentmihalyi, um dos fundadores da psicologia positiva, introduziu o conceito de flow — um estado de imersão e foco total em uma atividade, em que a mente e o corpo entram em harmonia. O flow se aproxima do engajamento, caracterizado por concentração plena, perda da autoconsciência e prazer genuíno no que se faz.

Quando estamos desocupados, surgem o tédio e a sensação de inutilidade. Entretanto, ao nos envolvermos com algo significativo, ganhamos impulso e foco, entrando nesse estado de fluxo natural. Por isso, o engajamento nos permite esquecer o tempo e o ambiente, tornando-nos “um só” com o objetivo.

Nesse sentido, para alimentar o engajamento das pessoas nas suas atividades, grande parte da psicologia positiva dedica-se a identificar e desenvolver forças e talentos individuais. Aliás, Csikszentmihalyi defendia que o trabalho flui quando os nossos pontos fortes se alinham às demandas do ambiente. Assim, quando reconhecemos as nossas habilidades e as aplicamos de forma consciente, nos sentimos mais confiantes, produtivos e realizados.

Portanto, aprender a cultivar o engajamento é aprender a estar presente. É transformar o trabalho e a rotina em oportunidades de crescimento e satisfação pessoal.

Relationship (Relacionamento)

O ser humano nasce com a necessidade de se conectar. Amar, conviver e se relacionar física e emocionalmente são experiências fundamentais para o bem-estar. Por isso, construir uma rede sólida de relacionamentos saudáveis nos ajuda a manter o equilíbrio emocional e a lidar melhor com os desafios da vida.

Em contrapartida, quando estamos isolados, tendemos a perder a perspectiva, tornando-nos mais vulneráveis à tristeza e à insegurança. Já ao permitir que outras pessoas se aproximem, recuperamos o senso de pertencimento e construímos laços baseados em confiança, respeito e reciprocidade.

Vale lembrar que as relações positivas exigem tempo e dedicação. Por isso, é preciso reconhecer a diferença entre os vínculos saudáveis, que promovem apoio mútuo, e aqueles prejudiciais, baseados em dependência ou desequilíbrio, nos quais apenas um lado se doa. O segredo para qualquer relacionamento duradouro está no equilíbrio: ouvir, compartilhar e se esforçar para manter a conexão viva. Fortalecer os relacionamentos é também fortalecer a própria felicidade.

Meaning (Significado ou Propósito)

Segundo o psicólogo existencialista americano Rollo May, a verdadeira felicidade nasce quando a vida adquire significado, e não apenas prazer ou riqueza. Amar e ser amado são exemplos de experiências significativas, pois inspiram o cuidado, a entrega e o senso de propósito.

Assim, a plenitude acontece quando servimos a algo maior do que nós mesmos — como uma causa, uma fé, uma comunidade ou uma missão profissional. Esse sentimento de pertencimento e propósito cria uma barreira poderosa contra a depressão e a sensação de vazio. Aliás, pesquisas mostram que as pessoas com a espiritualidade desenvolvida tendem a viver com mais propósito, pois enxergam sentido nas suas ações e compartilham as conquistas com algo além do próprio ego.

Além disso, ter significado também está em reconhecer o valor do próprio trabalho. Quando acreditamos que o que fazemos contribui para o bem comum e reflete os nossos valores, sentimos que estamos aplicando as nossas forças em algo realmente importante. Isso gera confiança, motivação e um duradouro sentimento de realização.

Accomplishment (Realizações)

A psicóloga Angela Duckworth, da Universidade da Pensilvânia, estudou a importância da determinação, ou seja, a capacidade de perseverar em um objetivo, mesmo diante das dificuldades. Ainda que se diga que “ganhar não é tudo”, o ser humano sente a necessidade natural de conquistar algo, e é no processo que reside o verdadeiro valor.

Por isso, definir metas claras, ainda que simples, como ler diariamente por uma hora, fortalece a disciplina e a autoestima. As nossas realizações, grandes ou pequenas, aumentam a sensação de competência e alimentam o bem-estar. Elas também reforçam a crença de que somos capazes de transformar esforços em resultados.

Nesse sentido, pais que cultivam o hábito de estabelecer e perseguir objetivos servem de exemplo, ajudando os seus filhos a desenvolverem determinação e autoconfiança.
Além do mais, as conquistas também têm um valor retrospectivo: olhar para trás e pensar “eu consegui” é uma poderosa fonte de orgulho e motivação. Assim, celebrar as próprias realizações não é vaidade: é reconhecer o próprio crescimento e preparar-se com esperança para os próximos desafios.

Para concluir, tenhamos em mente que cultivar emoções positivas, engajamento, bons relacionamentos, propósito e realizações é o caminho para uma vida plena e equilibrada. Esses pilares da psicologia positiva constituem o modelo PERMA e mostram que a felicidade não é um destino, mas uma construção diária: feita de escolhas conscientes, autoconhecimento e conexões que dão sentido à nossa existência.

E você, querida pessoa, tem desenvolvido esses 5 pilares do modelo PERMA? Como? Quais deles precisam mais da sua atenção? Entre em contato com o IBC agora mesmo e descubra como podemos potencializar a sua felicidade. Além disso, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!