Como você já pôde entender em se tratando do nosso cérebro, a superinteligência não tem a ver com um gene mutante que faz com que algumas pessoas sejam superiores às outras, uma forma de superdotado para o intelecto. Não.
A superinteligência é resultado desse processo constante de ligações que fazemos, conectando todos os nossos aprendizados cotidianos e, principalmente, elevando nossa capacidade cognitiva para aprender intuitivamente, subceptivamente, em transe, em vigília, dormindo e em todos os momentos.
A superinteligência tem como base a rede, ou seja, a capacidade de conectar, e não de excluir, conhecimentos. Nenhum conhecimento é ruim, impróprio, inadequado, errado… Todo conhecimento pode ser conectado e transformado a partir das ligações sinápticas.
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Entenda Como o Nosso Cérebro Aprende
Mas como o cérebro consegue fazer essas ligações? Como um conhecimento sai do mundo e entra em nós? Há centenas de teorias e pesquisas na área do conhecimento. Os educadores, psicólogos e neurocientistas têm nos dado informações importantes todos os dias, mas aqui falaremos apenas de conceitos que possam ser observáveis e aplicados por qualquer leitor leigo.
Veja, por exemplo, o processo que vai desde quando recebemos uma informação até que ela se torne um conhecimento por meio dos quatro estágios da competência:
- Incompetência inconsciente
- Incompetência consciente
- Competência consciente
- Competência inconsciente
Incompetência inconsciente: não sabe que não sabe
É um estágio em que não nos damos conta de que somos ignorantes em tal assunto, porque talvez o assunto ainda não tenha tido relevância na nossa vida ou ainda por ser algo totalmente novo que aparentemente seja fácil.
Em outras palavras, é a fase do “acha que sabe”. Todos estão dividindo tarefas para uma festa. Alguém pergunta: quem pode fazer os docinhos? Então você se candidata pensando “não deve ser tão difícil assim”. Ao fazer os brigadeiros e oferecer para alguém provar, descobre que “não sabia que não sabia”.
Em todo caso, sempre aprendemos também por tentativa e erro. Geralmente, quando pensamos que conseguimos realizar alguma coisa, somos ignorantes quanto a nossa incompetência em certas áreas.
Para passar à próxima fase, é preciso ser sensibilizado o suficiente.
Incompetência consciente: sabe que não sabe
É o estágio em que descobrimos e aceitamos que não sabemos, mas isso não é tão simples. Nem todos aceitam bem que não sabem de algo. No exemplo do brigadeiro, pode ser que a pessoa não aceite tão bem o feedback e revide, dizendo que o seu doce está maravilhoso e quem está provando não sabe o que é bom. Pode ser, inclusive, que essa pessoa nunca aceite que não sabe.
A consciência da incompetência para fazer algo é o passo primordial para a aprendizagem. Sem reconhecimento da ignorância jamais haverá evolução intelectual. Por isso, aceitar que não sabe; trazer a incapacidade, a inabilidade e a falta de conhecimento para o campo da consciência é essencial.
A postura correta é: “realmente não consigo fazer isso, vou aprender”.
Competência consciente: sabe que sabe
É o estágio em que, após o processo de aprendizagem, tomamos consciência de que sabemos/conseguimos algo. Depois de uma boa aula com uma professora, aprendemos a fazer um belo brigadeiro gourmet. Pode ser que nas primeiras vezes tenhamos que assistir a um vídeo para relembrar, ou olhar uma receita no livro, mas já temos consciência de que somos capazes.
Nessa fase, nossa competência para realizar algo ainda exige um planejamento, um raciocínio, uma rememoração. Precisamos para si mesmos, outros não abrem mão da “cola”. O mais importante é que ficamos empolgados com esse novo conhecimento que se assenta e continuamos praticando.
É como aprender um instrumento. Nas primeiras vezes você não vai conseguir tocar uma música sem olhar nas partituras. Ou dirigir, você ainda vai raciocinar sobre qual é a próxima marcha. Para chegar à última etapa, o mais importante é praticar.
Competência inconsciente: não sabe que sabe
É o estágio em que o ciclo de aprendizagem se completa e o conhecimento está devidamente assentado, ocupando seu lugarzinho na nossa mente – tudo fruto da prática, da reflexão e da vivência.
Competência inconsciente significa que incorporamos a habilidade de tal forma que ela se torna orgânica, quer dizer, a gente simplesmente faz: Esse conhecimento sai do campo da consciência, do racional, e passa a ser automatizado. Simplesmente fazemos, pois adquirimos uma perícia.
Quem sabe tocar definitivamente, logo abre mão da partitura. Quem sabe dirigir simplesmente dirige, quem sabe cozinhar aplica naturalmente sua técnica.
Há autores que conseguem enxergar um quinto estágio que seria a competência reflexiva. Esse estágio diz respeito àqueles que, depois de automatizarem certos conhecimentos, passam a refletir sobre eles, criando teorias, construindo formulações etc. geralmente, com o intuito de passar esse conhecimento adiante.
A competência reflexiva é de extrema importância para a superinteligência, pois ela nos coloca no patamar de autores do próprio saber. Nós, depois de aprendermos, podemos pensar sobre como nós aprendemos, quais foram os caminhos, uma espécie de metaconsciência da aprendizagem.
Mais que saber nós “sabemos do que sabemos”. É um passo importante para qualquer pessoa interessada em seu máximo desenvolvimento.
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