Uma das questões que se impõe quando dizemos que estamos tratando de ciência diz respeito a uma ideia de ciência muito linear e previsível, até óbvia. A ciência laboratorial em que o resultado de uma reação química é sempre igual se observadas as mesmas condições do experimento. Assim, elemento A + elemento B = elemento C.

Essa ideia de ciência é bastante simplista. Os grandes avanços tecnológicos acontecem justamente pela ousadia dos novos métodos científicos e questionamentos relevantes que os pesquisadores se fazem o tempo todo. Essa ousadia vem de pesquisas que consideram não uma organização simplista, mas considera padrões complexos. A física quântica é apenas um desses casos.

A conclusão de que o Universo não é fixo, mas está sempre em expansão foi a cereja sobre o bolo evolucionista. Não estamos parados! Estamos crescendo, nos expandindo, criando… somos a própria evolução. O universo está, nesse momento, se movendo, se movimento, logo, não há nada que não possa também se movimentar. Então, porque o tempo e o espaço também seriam unidades fixas?

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Esse universo em ebulição é traduzido na obra de um importante pensador chamado Edgar Morin. Ele propõe que o pensamento complexo deve considerar uma sequência tetralógica, ou seja, um esquema com 4 pilares sobre os quais a física deveria conceber a natureza: Ordem, desordem, interações, organização.

Para ele, a ordem no Universo (tanto do universo em si e a natureza, mas também o universo interior de cada homem) só é possível através das interações, dos encontros (massas, energias, planetas, elementos diversos). Todo encontro promove um choque, uma desordem, no sentido de uma agitação, que se reorganiza e se ordena novamente.

O desconhecido sempre nos parece caótico, por isso, incompreensível. A ciência sempre quis escapar do que era desordenado, ignorando o potencial revolucionário do caos, dos problemas, das “perebas” que nos aparecem, desde coisas simples como a mudança de um emprego, até algo como superaquecimento do planeta. É o “paradigma simplificador”, nosso desejo de que tudo esteja sempre organizado, direitinho, arrumadinho, em conformidade.

A novidade do pensamento complexo em Morin, é pensar que não se deve negar a desordem e o caos, mas entendê-los como causadores de possibilidades. A complexidade nos permite ver de forma não-linear. Embora ordem e desordem pareçam ser coisas antagônicas, são na verdade, parte do mesmo processo. Concatenando esse duplo as interações dos sistemas, todos os sistemas interagem, organismos e sociedade, psique e cultura… a multidimensionalidade é interativa e não estanque.

Quando nos propomos a enfrentar nossa história cara a cara, como propus na apresentação desse livro, estamos indo de encontro aos choques, um movimento de interação. Mapeando nossa estrutura na constelação, estamos questionando a nossa consciência e assim caminhamos rumo aos conteúdos inconscientes. Assim, reorganizamos nossa mente em busca de uma nova ordem, muito superior à anterior – princípio da organização pela desordem.

A complexidade da relação ordem/desordem/organização surge, pois, quando se constata empiricamente que fenômenos desordenados são necessários em certas condições, em certos casos, para a produção de fenômenos organizados, os quais contribuem para o crescimento da ordem. Edgar Morin

Pensar complexamente não é pensar “difícil”. Complexo não é o mesmo que complicado. Complexidade é o entendimento de que é necessário investigar uma rede de relações para entender o que quer que seja. Todas as ações dos indivíduos desencadeiam uma série de consequências, que por sua vez impactam em uma diversidade de pessoas.

Somos luz e sombras, somos duais, somos indivíduos, mas vivemos em uma coletividade, temos nossa verdade interna, mas somos absolutamente influenciados pelo meio. Nossas experiências se dão dentro de um feixe de situações, relações, elementos, aprendizagem… não há uma regra em que todas as pessoas possam se encaixar. Isso é complexidade.

A tetralogia proposta por Morin, ordem, desordem, interação e reorganização, nos mostra que tudo pode ocorrer simultaneamente. Não é um processo em cadeia, é um processo contínuo de reorganização.

Por isso cada ser vivo deve entender como ele influencia o pensamento, as ações os aprendizados e os caminhos de todo o universo. É essa consciência que faz a diferença na evolução humana.

Temos que aprender a pensar complexamente porque o ser humano é complexo. Veja:

É absolutamente interessante percebermos, por meio da física, algo que conhecemos como multidimensionalidade. Multidimensional, multimodal… múltiplo. Nós somos seres multidimensionais. Toda visão do ser humano como unidimensional (só como corpo, carne e osso, por exemplo) é pobre, rasa e insuficiente. Nossas dimensões (econômica, social, biológica, psicológica, cultural, etc.) nos faz sermos complexos, e só ganhamos como humanidade quando nos conectamos com todas as nossas dimensões.

O Coaching Sistêmico Integrativo é uma forma de olhar para os processos formativos como mecanismos de:

a) entendimento da natureza sistêmica dos processos de evolução do homem e da natureza;

b) que a sistematicidade do processo gera integração à medida que nos compreendemos como parte da rede de relações e não como expectadores externos alheios e separados de tudo e de todos.

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Integrativo nesse caso também tem uma implicação ética muito importante porque exige de nós a sensação de responsabilidade. É impossível promover um processo que se pretende integrativo sem que as pessoas se vejam como responsáveis por seus atos. A ética de cada sujeito é uma parte nuclear da efetiva realização da sistematicidade.

Isso não quer dizer que “produzimos o mal”, isso quer dizer que quando não promovemos atitudes edificantes e benéficas, não estamos no caminho da evolução contínua e da integração em rede. Quanto mais avançamos a caminho de sermos pessoas melhores, mais contribuímos para o bem, a solidariedade, o amor, a benevolência, a integração e a mudança das estruturas de violência e de baixa congruência.

A ordem e a reorganização vêm da complexidade do ser humano. Que é complexo, porém simples. Ou seja: é uma rede relacional, com variáveis de muitas naturezas, mas é apenas uma alma humana em busca da compreensão de si mesma.

Créditos da Imagem: Por Ruslan Grumble – ID da foto stock livre de direitos: 258191714