Como você se sente quando se dá conta que saiu de casa sem o seu celular? Consegue lidar naturalmente com a situação ou fica em pânico por não poder se comunicar com as pessoas através do aparelho? Saiba que essa segunda situação que descrevi já recebeu até um nome, nomofobia, e tem atingido cada vez mais pessoas ao redor do mundo. Continue acompanhando para entender melhor o que é nomofobia e o que pode fazer para evitar se tornar dependente do seu smartphone.
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O Que é Nomofobia?
O termo nomofobia surgiu através da combinação das palavras que foram a expressão “no mobile phobia”, ou seja, medo de ficar sem o celular. Trata-se de um transtorno em que o indivíduo apresenta uma grande sensação de ansiedade, pânico ou estresse quando a bateria do telefone fica baixa e não há um carregador ao alcance ou quando o telefone não está por perto.
Frequentemente associada à ansiedade de separação, a nomofobia vem com um conjunto de sintomas identificáveis, que incluem: aumento da frequência cardíaca e pressão arterial, falta de ar, ansiedade, náusea, tremores, tontura, desconforto, medo e pânico. No entanto, existe um debate dentro da comunidade médica sobre a real classificação do problema, se é realmente uma fobia, um transtorno de ansiedade ou uma dependência.
Embora ainda não haja um consenso sobre sua classificação, a nomofobia é considerada uma fobia por se encaixar nos cinco critérios determinados para tal, que são:
- Medo excessivo e irracional ou ansiedade associada a um objeto ou uma situação que ainda não aconteceu;
- A exposição ao objeto ou à situação temida causa ansiedade imediata;
- A pessoa reconhece que seu medo é desproporcional;
- Faz de tudo para evitar a situação temida;
- Rotinas e relacionamentos são interrompidos devido à fobia.
As consequências do transtorno são semelhantes a qualquer outro vício, pois essa dependência em relação ao celular pode levar os indivíduos a usarem o aparelho como válvula de escape quando se sentirem deprimidos, ansiosos e solitários. Isso é ainda mais intenso quando se trata de pessoas que possuem um quadro de ansiedade preexistente, pois elas podem associar o smartphone a uma proteção, um refúgio.
Consequências da Nomofobia
A nomofobia não afeta apenas a mente, mas também os relacionamentos, porque a pessoa passa a estar fisicamente presente, mas psicologicamente ausente, já que está sempre verificando o seu celular. Além disso, essa dependência também pode colocar os estudos e o emprego em risco, já que nenhum empregador irá aprovar o fato de o seu funcionário passar uma boa parte do expediente olhando para a tela do aparelho, comprometendo a atenção e a produtividade.
Outro ponto a ser considerado, é que adotar uma postura multitarefa, ou seja, revezar entre as atividades profissionais e o celular, prejudica a concentração e pode fazer com que seja necessário trabalhar por mais duas horas, além do normal, para compensar o tempo perdido e conseguir dar conta de todas as obrigações. Esse excesso de horas extras pode levar a um quadro de estresse e causar grandes prejuízos para a saúde mental ao longo do tempo.
5 Passos Para Evitar a Nomofobia e Usar o Celular Com Equilíbrio
Quando você se torna dependente do celular e o coloca no centro de sua vida, deixa de aproveitar oportunidades fantásticas para estar ao lado de quem ama, aprender coisas novas, apreciar paisagens, enfim, de viver o momento presente. Por isso, se já se sente dependente ou se deseja evitar que, um dia, isso venha a acontecer contigo, coloque os passos a seguir em prática e comece a usar o aparelho de modo equilibrado e sem excessos.
1 – Valorize as Presenças e Desfrute Delas
Hoje em dia, muitos estão deixando de dar atenção para as pessoas que estão à sua frente para conversarem com outras através do celular. Se formos parar para pensar, isso é, no mínimo, incoerente. Portanto, se policie para evitar agir dessa maneira, valorizando a presença daqueles que são importantes em sua vida, conversando, ouvindo o que eles têm a dizer, enfim, vivendo esses momentos na essência.
2 – Defina Horários Para Verificar o Celular
Se sente que está perdendo a mão com o uso do celular, comece a se impor limites. Assim, saberá exatamente o horário em que poderá pegar o aparelho para verificar e responder as suas mensagens. Inclusive, existem aplicativos que podem te ajudar nesse gerenciamento. Através deles, conseguirá visualizar o tempo que passa conectado, o que certamente te ajudará a ficar mais consciente e evitar excessos.
3 – Mantenha o Aparelho a Alguns Metros de Distância da Sua Cama
Quando for dormir, evite deixar o celular na mesa de cabeceira, pois pode acabar recorrendo a ele caso o sono demore a chegar, e a luz e os estímulos farão com que demore ainda mais para adormecer. Portanto, coloque em um outro móvel, sempre no modo silencioso ou desligado, para que não corra o risco de ser interrompido em suas horas de descanso.
4 – Encontre Atividades Que Sejam Prazerosas
Por mais que o celular ofereça uma infinidade de recursos para que se entretenha, nada que possa fazer através de uma tela poderá ser mais divertido e enriquecedor do que realmente viver experiências. Dessa maneira, é interessante que explore atividades que considere prazerosas, como dar um passeio em um parque, conversar com amigos pessoalmente, ir ao cinema, ler um livro. São inúmeras as opções disponíveis, basta que dê uma chance e se permita deixar o celular para lá.
5 – Combine Meios Para Se Comunicar em Situações Importantes
Se um dos argumentos que usa para se manter sempre perto do celular é poder ver alguma mensagem importante, como uma emergência envolvendo um familiar, por exemplo, existem outras maneiras de fazer isso. Afinal, as chances de algo assim acontecer são muito pequenas, então, não faz sentido ficar verificando o aparelho a todo o momento por conta de uma situação hipotética. Prefira combinar com os seus familiares que, caso necessário, façam uma ligação. Assim, poderá manter as notificações de mensagens silenciadas para ler em momentos específicos.
A tecnologia nos trouxe uma infinidade de facilidades e benefícios. Contudo, devemos saber desfrutar de tudo isso com sabedoria, para que a solução não se transforme em um problema.
Como é o seu relacionamento com o celular? Consegue administrar bem o uso ou sente que está se tornando dependente? Compartilhe sua experiência nos comentários.
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