Você já deve ter percebido por que precisamos nos conhecer para sermos capazes de perdoar. Mesmo assim, vale a pena dizer: o perdão parte de um movimento interior. Como veremos mais adiante, nas três formas de perdoar, a primeira delas é justamente a capacidade de perdoar a si mesmo. E como poderíamos nos perdoar sem antes refletir e buscar se conhecer?
É através do autoconhecimento que o Ser Humano se torna capaz de refletir e responder algumas questões existenciais, como “qual o sentido da minha vida?”, “por que existo no mundo?” e “qual legado quero deixar para as pessoas que conviveram comigo, ou até mesmo para toda a humanidade?”. Quando o indivíduo começa a se observar, se torna capaz de melhorar e aprimorar a forma como manifesta seus valores e comportamentos.
E isso não significa olhar somente para seu próprio umbigo. Quando tomamos consciência de quem somos, somos capazes de nos relacionar melhor e de nos colocar de forma adequada nos grupos aos quais pertencemos.
O processo de autoconhecimento integra parte de um processo muito maior, que proporciona mudança, que mexe com o mindset (configurações de pensamento), que transforma e proporciona descobertas de crescimento pessoal. Proporciona, também, a prática do perdão.
Muitas vezes nos culpamos por não nos considerarmos bons o suficiente, por não termos conseguido algo que desejávamos, ou ainda, nos culpamos por falhas que os outros nos apontam. Porém aquele que conhece a si mesmo se torna capaz de perdoar a si mesmo e, portanto, também capaz de perdoar o outro. Quanto mais conseguimos desenvolver aceitação própria, mais capacitados ficamos para aceitar o próximo, mesmo com suas falhas.
Sempre que recebemos uma crítica negativa, ou passamos por alguma situação constrangedora ou desagradável, ficamos susceptíveis a nos sentir mal. Tanto com nós mesmos, quanto com as pessoas que nos criticaram, que foram grosseiras ou acusadoras. Porém, como já vimos anteriormente, faz parte do nosso processo de desenvolvimento e de amadurecimento a capacidade de nos conhecermos e de aproveitar da melhor forma possível as críticas que recebemos, também de perdoar em nós mesmos nossas limitações, aceitando-as e buscando superá-las.
Da mesma forma, devemos ser capazes de perdoar o outro, pois ele também possui suas limitações, e cada um evolui a seu tempo, segundo seu próprio percurso. Não cabe a nós julgar, mas, sim, perdoar e compreender, sempre que possível. E mesmo quando não pudermos compreender ainda, seja pelo momento que estamos vivendo, seja devido ao estágio de maturidade em que nos encontramos, ou por qualquer outro motivo, o perdão é o caminho para atingirmos o nosso melhor “eu”.