Nem mesmo o mais pessimista e imaginativo cineasta de Hollywood seria capaz de conceber a ideia de um vírus de rápida propagação que afeta simultaneamente quase a totalidade dos países do globo terrestre.
No entanto, esse é a realidade da pandemia de Covid-19. A doença causada pelo coronavírus teve origem na China, mas, por conta de um mundo altamente globalizado, logo se espalhou pelo planeta, afetando milhões de pessoas, muitas das quais foram vítimas fatais.
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Dois medos ao mesmo tempo
O medo de contrair a doença fez com que medidas de isolamento social fossem adotadas, incluindo o fechamento de todos os estabelecimentos que não comercializassem itens essenciais.
Além disso, a recomendação de evitar sair de casa, lavar frequentemente as mãos e utilizar máscaras sempre que fosse preciso ir a algum lugar passaram a dar uma real noção da situação: uma doença grave para a qual ainda não há vacina.
Não bastassem os medos provocados pela doença em si, ainda começaram a surgir consequências para a economia. Com boa parte dos estabelecimentos fechada, muitos empreendedores perderam fatias consideráveis de suas rendas. Numa espécie de efeito dominó, a crise financeira tem feito com que as empresas cortem seus gastos e, infelizmente, tenham que reduzir seus quadros de funcionários.
O aumento no desemprego, a falência de muitos negócios e a perda de poder aquisitivo estão entre as consequências dessa doença, deixando um questionamento: existe empreendedorismo na pandemia?
Para quem já é empreendedor
Quem já é proprietário de um negócio com certeza está tendo que adaptar suas operações a essa nova realidade. Com as lojas físicas fechadas, a internet passou a ser o portal da salvação dos empreendedores em tempos de crise.
O comércio online permite que os clientes façam seus pedidos e paguem por eles sem que precisem sair de seus lares. Depois, é só esperar que a entrega chegue em casa, por meio dos serviços dos correios.
Para os empreendedores que já têm ao menos uma parte de seus negócios sendo efetuada pela internet, as coisas não estão tão complicadas, basta dar uma atenção maior a esse canal de comunicação.
O desafio, no entanto, é para quem nunca cogitou essa possibilidade e depois, por força da necessidade, precisou se adaptar. A internet tem uma linguagem própria, com meios e canais específicos para produzir conteúdo e gerar clientes potenciais. Além disso, para que os produtos sejam comercializados e entregues diretamente nas casas dos clientes, toda a rede de logística precisa ser rearranjada.
E quanto aos serviços?
No caso dos prestadores de serviços, a situação é particularmente mais complicada, dado que não se trata da entrega de um produto, mas sim de uma consulta, projeto ou consultoria que deve ser realizada face a face.
Nesses casos, a internet novamente ajudou muitos dos empreendedores do tipo. Analistas financeiros, arquitetos, nutricionistas e até mesmo psicólogos passaram a atender seus clientes por meio de videochamadas. É claro que há limitações nesse formato, mas, ainda assim, é melhor do que deixar de prestar o serviço e perder dinheiro.
O importante é que tenhamos em mente que, mesmo quando a crise passar, o fato é que o comportamento do consumidor terá passado por algumas transformações potencialmente definitivas. Muita gente que nunca tinha comprado nada pela internet experimentou essa comodidade e, provavelmente, desejará mantê-la futuramente. Isso não quer dizer que será decretado o fim da loja física. No entanto, a internet, que já vinha crescendo em termos de comércio, ganhou ainda mais importância diante da crise.
Para quem nunca tinha pensado em empreender
Existem pessoas que parecem já ter nascido com o dom de empreender, identificando oportunidades de negócios por onde passem. São pessoas que estudam e dedicam suas vidas aos seus negócios.
No entanto, em momentos de crise, cresce também o chamado empreendedorismo por necessidade. Nessa modalidade, muitas pessoas que perdem seus empregos ou outras fontes de renda decidem abrir um pequeno negócio para superar esse momento difícil.
A essência do empreendedorismo é identificar problemas, dores e desejos da sociedade, oferecendo produtos ou serviços que sejam a solução ao que for diagnosticado. E se tem algo que aumenta em tempos de crise são os problemas e dores das pessoas. Portanto, sempre há um produto ou serviço que as pessoas possam vender.
Algumas ideias de negócios para quem deseja começar a empreender em momentos de crise, como o dessa pandemia, incluem:
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Lojas virtuais ou marketplaces
As lojas virtuais, ou e-commerces, são muito importantes para tornar o seu negócio conhecido na internet. Você não precisa ser dono de uma grande empresa para criar um site. Seja você um comerciante de artesanato ou de doces, por exemplo, pode criar sua página na internet e divulgá-la nas redes sociais para ganhar vários clientes. Só lembre-se de caprichar nas fotos, no design e na descrição de seus produtos, pois a concorrência é alta.
Outra opção bacana são os marketplaces, que são shoppings online. Nesses portais, os empreendedores podem comercializar seus itens sem que precisem construir um site próprio. É o caso do Mercado Livre e da Amazon, por exemplo, que têm um tráfego elevado e comercializam roupas, utensílios domésticos, calçados, itens eletrônicos, enfim, uma infinidade de produtos. Apenas confira as regras de participação de empreendedores em cada marketplace antes de disponibilizar seus produtos.
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Produção de conteúdo
Uma alternativa muito bacana para quem deseja empreender, mesmo em tempos de crise, é a produção de conteúdo. Qualquer pessoa tem seus talentos e conhecimentos específicos, de modo que é possível compartilhá-los com as outras pessoas por meio da web.
Muita gente está conseguindo obter renda e até mesmo fama por meio de blogs e canais no YouTube, seja para fins de entretenimento ou de informação sobre um assunto específico. Descubra em que você é bom e produza conteúdos sobre algo que você domina.
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Infoprodutos
Este item poderia estar incluso no item anterior, já que também consiste em produzir conteúdo, mas aqui falamos de produtos um pouco mais elaborados: os chamados infoprodutos. Para quem tem expertise em determinada área do conhecimento, é possível fazer aulas online, webinários e podcasts sobre o assunto, comercializando-os para quem estiver interessado.
Além disso, há plataformas que permitem a venda de cursos inteiros que você pode gravar em vários vídeos, de acordo com o seu conteúdo. Por fim, se você é daqueles que amam escrever, pode compartilhar seus conhecimentos e suas histórias por meio de e-books (livros digitais) e vendê-los pela internet.
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Revenda de produtos
Se você não estiver lá muito criativo para construir um produto digital, pode revender os produtos que já existem e ganhar uma comissão por eles. Esse sistema é conhecido como “programa de afiliados”, como é o caso de plataformas como a Hotmart e a Amazon Afiliados.
Você só precisa escolher um nicho de produtos (exemplo: nutrição) e depois selecionar um produtor de conteúdos desse nicho. Cadastrando-se nessas plataformas, você obterá o link para os e-books ou cursos desse produtor e poderá utilizá-lo para vender esses infoprodutos, obtendo a comissão em troca.
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Consultorias online
Por fim, como já citamos aqui no artigo, serviços também podem ser prestados à distância, ajudando muito nos tempos de pandemia. Muitos consultores de nutrição, arquitetura, marketing, finanças, investimentos e vendas têm oferecido suas consultorias 100% online.
Além de não perder renda pela falta do encontro presencial, esses profissionais ganham autoridade e “terreno” na internet, tornando-se mais conhecidos e obtendo mais clientes, muitas vezes de outras cidades.
O empreendedorismo na pandemia precisou abraçar a internet para garantir a sobrevivência de muitos empresários. Além disso, ele também foi a oportunidade encontrada para que pessoas que nunca haviam sido empreendedoras em suas vidas pudessem continuar a obter renda, mesmo em tempos difíceis.
Empreender nunca é fácil, mas, com planejamento estratégico e dedicação, sempre é possível aprender, crescer e prosperar.