Ao longo da vida, você, provavelmente, já se deparou com alguém com mania de grandeza, sede de poder e vontade de dominar e liderar a todo custo, não é mesmo? Esses traços podem ser comuns às pessoas mais ambiciosas e competitivas, o que é saudável até certo ponto. Entretanto, há casos, inclusive famosos, em que essas características saíram do controle. Quando isso ocorre, estamos diante de uma pessoa com megalomania.
Mas afinal de contas, o que significa ser megalomaníaco? Quais são as características de alguém com esse comportamento? Quais são as consequências para si e para as pessoas de seu convívio? Existe tratamento? Para conhecer as respostas para todas essas perguntas, continue a leitura deste artigo.
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O que é a megalomania?
A palavra megalomania é formada por megalo, que significa grande, e mania, ou seja, pode ser interpretada como uma autoestima elevadíssima que culmina em mania de grandeza.
Oficialmente, a megalomania não aparece nos manuais de transtornos mentais como uma doença propriamente dita. No entanto, ela é definida pela área médica como um conjunto de sintomas ou condição associada ao transtorno de personalidade narcisista.
Pessoas orgulhosas de si mesmas, otimistas e que acreditam ser capazes de grandes feitos podem existir perfeitamente, sem que sejam consideradas megalomaníacas. No entanto, um megalomaníaco exibe fantasias delirantes de poder, autoestima elevada ao extremo e sensação de superioridade aos outros. Por isso, essas pessoas podem também manifestar um certo desprezo em relação às pessoas ao seu redor, inferiores sob seu ponto de vista.
A megalomania é, portanto, um comportamento que traz consequências negativas tanto para a pessoa que a possui quanto para os indivíduos que fazem parte de seu convívio. Esse perfil egocêntrico, marcado por uma obsessão pelo poder e por uma grande necessidade de adoração, é bastante problemático.
Exemplos históricos
Ao ler a definição acima, você pode ter se lembrado de alguém que passou ou que faz parte de sua vida. Além disso, provavelmente puxou pela memória alguns exemplos de líderes históricos que apresentaram esse perfil.
Napoleão Bonaparte, Adolf Hitler, Josef Stalin e Mao Tsé-Tung são os quatro mais famosos exemplos de pessoas megalomaníacas. Líderes de suas nações, os quatro foram obcecados pelo poder e o conquistaram, demonstrando uma enorme confiança em suas próprias habilidades e conhecimentos.
Eram líderes natos, que demonstravam carisma junto ao povo, mas que, ao mesmo tempo, rejeitavam as críticas e perseguiam ferozmente toda e qualquer oposição. Consideravam-se seres superiores; os únicos capazes de levar seus países a novos e grandiosos patamares. Viam a si mesmos como grandes conquistadores de territórios e de pessoas, salvadores de suas respectivas pátrias e futuros dominadores de todo o mundo.
Acreditavam que eram capazes de alcançar o inalcançável e, por isso, acabaram tornando-se governantes extremamente perigosos. Alianças, traições, perseguições, manipulação de massas, mortes, guerras e uma sede de poder levada às últimas consequências marcaram a trajetória dessas pessoas.
Características de um megalomaníaco
Não é preciso ser um governante poderoso para ser megalomaníaco. Pessoas de seu convívio — em sua família, círculo de amizades ou local de trabalho, por exemplo — podem ter esse comportamento.
Resumidamente, podemos dizer que um megalomaníaco possui uma visão excessivamente forte e poderosa sobre si mesmo. Esse excesso de autoestima alimenta nele uma grande sede de alcançar poder e de realizar coisas grandiosas. De preferência, ele quer ser admirado e valorizado por todas as outras pessoas. Ele sente-se como um grande líder, superior, pronto para comandar os indivíduos inferiores.
Segundo os especialistas no assunto, porém, o comportamento megalomaníaco pode esconder justamente o contrário: uma pessoa insegura e com baixa autoestima, o que pode incluir um sentimento de inferioridade, vazio e carência. Por não saber lidar com essas questões, o indivíduo veste uma máscara de poder e autoconfiança.
Geralmente, essas pessoas apresentam um temperamento forte e extravagante, sendo muito comunicativas, persuasivas e carismáticas. Quando contrariadas, porém, revelam um lado agressivo, intolerante e inflexível. Gostam de se impor e, para isso, não têm nenhum receio de recorrer a técnicas de manipulação psicológica.
Por conta de todas essas características, é natural que esses indivíduos encontrem dificuldades em suas relações sociais. Muitas vezes, as pessoas ao seu redor estão com eles mais por temê-los do que por respeitá-los ou admirá-los.
Por fim, são vaidosos, gostam de ser vistos e reverenciados. Não raro, ofendem e ridicularizam os outros. Idealizam a si mesmos e encontram uma dificuldade enorme em aceitar seus erros e em aprender com eles, sempre atribuindo culpas a outras pessoas e repetindo as mesmas falhas.
Esse egocentrismo, entretanto, é uma máscara de falsa autoconfiança, utilizada com o objetivo de esconder uma pessoa insegura e vulnerável. É uma tentativa de criar a imagem de alguém poderoso para lidar com a frustração.
Consequências do comportamento
Esse conjunto de características pode fazer com que o megalomaníaco finalmente alcance o poder que tanto valoriza. No entanto, suas relações sociais, especialmente as mais íntimas, como amores e amizades, sofrem consequências bastante negativas.
A primeira delas é a solidão. Quando alcançam uma posição de poder, essas pessoas estão sempre rodeadas de bajuladores. Isso satisfaz momentaneamente a sua necessidade de atenção. Entretanto, no que diz respeito à sua vida particular, a arrogância e a prepotência afastam as pessoas, que se recusam a criar vínculos mais íntimos com o indivíduo megalomaníaco.
Seja por considerarem-se autossuficientes, seja por não conseguirem construir vínculos afetivos, o fato é que a solidão conduz esses indivíduos a um vazio emocional. Nesse momento, problemas psicológicos podem surgir.
O megalomaníaco pode sofrer com o isolamento. Quando está sozinho, ele tira a máscara e se vê como o indivíduo frágil que realmente é. É aí que surgem crises existenciais, conflitos emocionais e até mesmo uma não aceitação de si mesmo.
Tratamento: psicologia e inteligência emocional
Como citamos no início do artigo, a megalomania não é um transtorno categorizado nos manuais de doenças da mente, mas é um comportamento que pode desencadear diversos problemas.
A grande dificuldade é a própria pessoa admitir que tem um problema. No entanto, uma vez superada essa questão, o tratamento consiste na busca por uma ajuda especializada: a psicologia.
A psicoterapia ajuda o indivíduo a identificar pensamentos e comportamentos disfuncionais e perigosos a si e aos outros. Com isso, o profissional consegue mostrar ao indivíduo qual é a realidade e como lidar adequadamente com ela.
A máscara da megalomania nada mais é do que um mecanismo de defesa empregado por alguém que não sabe lidar com suas inseguranças. A retirada dessa máscara pode ser dolorosa, mas é libertadora, pois o indivíduo aprenderá a lidar e a agir de acordo com quem realmente é.
Por meio do autoconhecimento, a pessoa identificará seus padrões de comportamento e de pensamento que precisam ser reformulados. Assim, ela conseguirá desenvolver sua inteligência emocional e construir relações mais genuínas e profundas com amigos, namorados, familiares e colegas de vida profissional.
Como é possível perceber, a megalomania é um comportamento extremamente nocivo tanto para a pessoa que o possui quanto para aquelas ao seu redor. É importantíssimo, portanto, saber identificar as características desse comportamento e procurar um tratamento antes que as consequências aqui citadas ocorram.
E você, conhece alguém com este perfil? O que faz para lidar com alguém assim? Deixe seu comentário no espaço abaixo para que possamos ajudar uns aos outros. Além disso, não se esqueça de compartilhar este artigo em suas redes sociais, de modo que todos os seus amigos, colegas de trabalho e familiares também tenham acesso a este conteúdo.