Entender nossas próprias emoções pode ser uma tarefa um tanto complicada. A experiência humana é complexa por natureza. Ao mesmo tempo em que somos seres racionais em constante desenvolvimento, ainda trazemos instintos animais, mesmo após milhares de anos de processo evolutivo.

Em nosso dia a dia, muitas vezes nos sentimos confusos em relação às nossas emoções, desenvolvemos inseguranças diante de determinadas situações e até mesmo reagimos com agressividade em alguns casos. Esses comportamentos, embora comuns, não são benéficos.

A Inteligência Emocional é a capacidade de que precisamos para evitar que este tipo de situação ocorra. Para saber mais sobre ela e seus benefícios, continue lendo este artigo.

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O que é a Inteligência Emocional?

O conceito de inteligência emocional foi desenvolvido pelo psicólogo estadunidense Daniel Goleman para designar a capacidade do indivíduo de identificar seus sentimentos e emoções com mais facilidade e escolher o melhor caminho.

Ela se refere ao processo de reconhecer uma emoção, identificar suas causas e saber lidar com ela da melhor maneira possível. Essa capacidade pode ser aprendida em qualquer idade, preferencialmente ainda na infância.

Algumas pessoas apresentam reações emocionais desproporcionais aos fatos, o que não é saudável. Para justificá-las, afirmam que este é um traço de sua personalidade ou que a situação demandou uma reação do tipo. No entanto, essas justificativas não procedem, de modo que desenvolver a inteligência emocional é uma necessidade de toda e qualquer pessoa.

Aliás, diversos comportamentos para os quais nem sempre encontramos explicações racionais — como a agressividade e a compulsão alimentar — têm sua origem num mau relacionamento que construímos com nossas próprias emoções.

Benefícios da inteligência emocional em crianças

Como citado, a inteligência emocional é uma competência que deve ser desenvolvida constantemente em todas as idades, inclusive já na infância. Crianças emocionalmente inteligentes apresentam melhores relacionamentos com seus familiares e colegas, além de terem menores chances de desenvolvimento de problemas como a depressão, a ansiedade e os transtornos alimentares.

A inteligência emocional favorece também o amadurecimento da criança, permitindo que tenha bom desempenho escolar e mais sucesso na vida adulta. Além disso, as pesquisas apontam que quando a criança desenvolve sua inteligência emocional desde cedo, ela tem menor chance de envolvimento com bebidas alcoólicas e drogas.

Benefícios da inteligência emocional em adultos: vida pessoal

Em adultos, a inteligência emocional também está associada à construção de melhores relacionamentos. Na vida pessoal, isso se reflete numa vida familiar mais feliz, incluindo o casamento, a relação com os filhos etc. Brigas e divórcios não são tão frequentes em indivíduos emocionalmente inteligentes, pois há mais clareza de comunicação.

Ainda em âmbito pessoal, a inteligência emocional produz no indivíduo uma visão geral mais otimista sobre a vida, reduzindo as chances de depressão e demais transtornos da mente.

Benefícios da inteligência emocional em adultos: vida profissional

Quando o assunto é a vida profissional, os adultos que sabem lidar melhor com suas emoções também conseguem se expressar com mais clareza. Isso permite que construam melhores relações com seus chefes, colegas e subordinados em ambiente de trabalho. Quando isso acontece, aumentam as chances de se obter uma promoção, por exemplo.

No dia a dia profissional, ser emocionalmente inteligente ajuda as pessoas a reclamarem menos, a serem menos tímidas e a agirem com mais empatia e espírito de cooperação. Naturalmente, isso se reflete em autoconfiança e produtividade.

Como desenvolver a inteligência emocional?

Há diferentes maneiras para que uma pessoa desenvolva a sua inteligência emocional. Isso deve ser feito desde a infância, quando o bebê aprende a lidar com as dificuldades e frustrações, ainda em contato com os pais. Depois, o processo deve ser mantido na adolescência e na idade adulta, até o último dia de vida.

Confira algumas maneiras de desenvolver essa capacidade:

1. Autoconsciência

Analise seus pensamentos, sentimentos e emoções ao longo do dia. Se desejar, anote-os num diário e procure dar nomes àquilo que você sente. Felicidade, raiva, medo, ansiedade, inveja — reconheça seus sentimentos sem sentir-se culpado. Somos humanos e nem sempre nossas emoções são positivas. Acolha a si mesmo e seja sincero.

2. Investigação das causas

Depois de identificar e reconhecer tudo aquilo que você pensa e sente, é hora de questionar-se: “Por que eu estou sentindo isso?”. Investigue as causas de seus sentimentos até encontrar uma resposta que faça sentido. Pode ser um processo um pouco incômodo, mas ele nos ajuda a compreender o funcionamento de nossas mentes.

3. Avaliação pessoal

Assim como as empresas costumam fazer de tempos em tempos, faça você também uma avaliação de suas forças e fraquezas pessoais. Esse é um clássico exercício de autoconhecimento. Por meio dele, reconhecemos e aprendemos a usar nossos pontos positivos em nosso favor. Da mesma maneira, diagnosticamos aqueles pontos que ainda precisam se desenvolver mais para progredirmos. É uma experiência de autoestima, humildade e coragem de aprender.

4. Perspectiva do outro

A inteligência emocional desenvolve não apenas a nossa capacidade de nos relacionarmos com nossas próprias emoções, mas também de identificarmos e respeitarmos as emoções do outro. Isso se faz com empatia, ou seja, quando lançamos sobre as circunstâncias da vida um olhar sob a ótica do outro, imaginando como ele está se sentindo. Isso nos ajuda a desenvolver relacionamentos mais felizes, com menos julgamentos.

5. Escuta ativa

Por falar em altruísmo e empatia, um dos pilares da inteligência emocional é a escuta ativa. Essa estratégia consiste em ouvir o que as outras pessoas têm a dizer, sem distrair-se ou interromper o indivíduo. Ao ouvir tudo o que a pessoa quer falar, nós evitamos conclusões precipitadas e formamos opiniões mais sólidas.

6. Aceitação das emoções negativas

Medo, raiva, inveja, ciúme, insegurança, ansiedade, desespero — todas essas emoções negativas existem, e não é à toa. Um sentimento negativo surge com o objetivo de despertar em nós um desejo de mudança, de modo que nos afastemos daquilo que nos faz mal e adotemos novos hábitos, que nos façam mais felizes.

É difícil, porém, admitir que nós vivenciamos esse tipo de emoção, mas todo ser humano é assim, inclusive você que agora lê este artigo. Negar essas emoções só as fortalece e permite que elas nos controlem. Ao invés disso, procure identificar suas causas e meios para trabalhá-las de forma saudável e funcional.

7. Controle do seu destino

Por fim, entenda que você é um ser humano ativo, autor de sua própria história, e não uma vítima das circunstâncias incapaz de reagir. Portanto, assuma seus sentimentos e a responsabilidade por seus atos. É impossível alcançar a maturidade emocional enquanto nós cultivarmos o hábito de terceirizar a culpa pelas questões que dão errado em nossas vidas.

Desenvolver a inteligência emocional não é um processo simples, e é por isso que se recomenda que ele seja feito diariamente, por toda a vida. Contudo, nem sempre é fácil compreender, admitir e lidar com nossos sentimentos. Portanto, não se torture ao encontrar dificuldades nesse processo. Ninguém nasce sabendo, e é preciso ter paciência consigo mesmo para progredir.

Por fim, lembre-se de que a meditação e a respiração consciente são duas poderosas técnicas — tanto para alcançarmos o equilíbrio das emoções (amenizando o estresse, por exemplo) quanto para desenvolvermos o autoconhecimento e a autoconsciência.

Que as dicas acima sejam úteis em seu caminho de desenvolvimento pessoal e inteligência emocional. Se você tem experiências pessoais ou mais dicas a compartilhar, fique à vontade para deixar um comentário no espaço abaixo. Por fim, compartilhe este artigo com seus amigos, colegas e familiares. Juntos, vamos construir um mundo emocionalmente mais inteligente.