Você já reparou que algumas pessoas parecem agir contra elas mesmas quando estão prestes a alcançar um grande objetivo em suas vidas? É o caso daqueles amigos que passam a vida procurando um grande amor e, quando o encontram, arrumam uma desculpa qualquer para colocar um fim à relação.

Quando isso ocorre, a psicologia diz que se trata de um caso de autossabotagem. Mas afinal de contas, por que as pessoas sabotam a si mesmas? Quais são os sinais desse comportamento autossabotador? É possível resolver esse problema? Confira as respostas no artigo a seguir. Boa leitura!

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O que é a autossabotagem?

Psicólogos e psiquiatras entendem a autossabotagem e a definem como um padrão de comportamento em que o indivíduo interfere negativamente em sua própria vida. São pessoas que, quando estão prestes a alcançar uma grande conquista, encontram um meio de colocar tudo a perder.

Isso acontece porque essas pessoas têm medo do peso dessas grandes conquistas. Além disso, esses indivíduos costumam comparar-se às outras pessoas e, por medo de falhar, preferem nem tentar ou encontrar algum empecilho que justifique a sua desistência.

Isso pode acontecer nas diferentes áreas da vida (pessoal, profissional, social, amorosa etc.), e há alguns sinais que caracterizam a autossabotagem. Confira os 7 principais.

1. Medo da vida adulta

Em geral, as pessoas que se autossabotam têm um medo muito grande de lidar com a vida adulta. Você conhece aquela frase que diz “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”? Pois é, o autossabotador tem medo dessas grandes responsabilidades e, por isso, prefere não ter grandes poderes.

A vida adulta envolve ser independente, assumir as próprias escolhas, fazer coisas por conta própria e amadurecer. Por um lado, a maturidade nos confere mais liberdade para fazer o que desejamos, mas o autossabotador prefere abrir mão dessa liberdade para não ter que lidar com as obrigações que vêm com ela. Por isso, prefere sabotar a si mesmo e permanecer na zona de conforto da infância.

2. Insegurança e imaturidade

Os autossabotadores são, portanto, indivíduos extremamente inseguros e imaturos. Eles têm medo de agir como adultos e de lidar com as responsabilidades da vida. Pagar as contas, ir a um compromisso ou envolver-se num relacionamento amoroso mais sério são ações que lhe provocam grande medo.

Por mais que essa independência seja tudo aquilo que a maioria das pessoas deseja, o medo do autossabotador é tão grande que ele prefere “dar um jeito” para que tudo dê errado, e ele continue exatamente onde está. Portanto, são pessoas presas à infância, que preferem ficar paradas a correr riscos para serem verdadeiramente felizes.

3. Procrastinação

A procrastinação é o ato de adiar a realização das nossas obrigações. Isso ocorre por medo ou pela falsa crença de que haverá algum momento futuro em que estaremos mais preparados para realizar a tal obrigação. O problema é que esse momento ideal não chega e, quando percebemos, somos adultos que não sabem viver a vida adulta.

As pessoas com esse perfil de autossabotagem adiam tudo: os relacionamentos sérios, os casamentos, as promoções no trabalho, a execução das obrigações, e por aí vai. Como elas têm medo das responsabilidades, fazem o possível para adiá-las ou para “empurrá-las” a outras pessoas.

4. Atração de pessoas maternais

Todo autossabotador tem medo da vida adulta. Por isso, esse indivíduo torna-se muito dependente — material e emocionalmente — das outras pessoas. Aliás, uma importante característica de quem tem esse perfil é atrair para a sua vida pessoas muito maternais.

Você já viu aquelas pessoas que parecem ter mais uma relação de mãe e filho do que de namorado e namorada? Ou aqueles funcionários das empresas que veem no chefe um pai que lhe orienta e que faz tudo por ele? Pois é, esse tipo de relação não é saudável, pois, quando duas pessoas adultas se unem (numa relação pessoal ou profissional), não pode haver esse caráter de paternidade ou de maternidade.

5. Desistências

Uma característica muito frequente nos autossabotadores é que eles preferem desistir a crescer. São pessoas que abrem mão de oportunidades valiosas, como a compra de uma casa, um relacionamento mais sério ou uma promoção num emprego.

Essas pessoas até têm a consciência de que todos esses itens podem levar-lhes a uma vida mais feliz e realizada, mas isso não é suficiente. Na visão de um autossabotador, o custo-benefício não compensa, pois o peso das responsabilidades de sair da zona de conforto é maior do que a liberdade que isso pode proporcionar.

6. Síndrome de Peter Pan

Aqui no blog, já produzimos um artigo anteriormente sobre a síndrome de Peter Pan, ou seja, aquele conjunto de sinais de um indivíduo que não quer crescer. Ela pode estar bastante associada à autossabotagem, no sentido de que a idade emocional do indivíduo é incompatível com a sua idade real.

Imagine que você, na adolescência, tinha um amigo muito bacana e extrovertido. Passados 30 anos, você reencontra esse amigo, e ele continua com o mesmo estilo de vida, com a mesma personalidade, com os mesmos interesses e até com as mesmas piadinhas. É um caso clássico de um indivíduo que não deseja crescer e que, possivelmente, está sabotando as suas próprias conquistas da maturidade.

7. Desejo de agradar a todos

Como citamos anteriormente, todo autossabotador acaba tornando-se dependente física e emocionalmente das pessoas ao seu redor. Por esse motivo, é natural que ele queira mantê-las em sua vida pelo máximo possível de tempo.

Para que isso ocorra, esse indivíduo vai sempre tentar fazer de tudo para agradar a essas pessoas, mesmo que, para isso, tenha que renunciar às suas próprias vontades e opiniões. Ele possui um medo tão grande de ficar sozinho e de ter que se responsabilizar por sua vida que faz de tudo para evitar que as pessoas saiam dela.

Existe cura para a autossabotagem?

É complicado falar em cura para a autossabotagem, pois não se trata de uma doença. Também não é um transtorno psiquiátrico ou algo que a pessoa faz por maldade com os outros. A autossabotagem é apenas um comportamento que se desenvolve em indivíduos imaturos, que têm um medo muito grande de assumir as suas responsabilidades. Por isso, preferem que as coisas deem errado e que elas não precisem sair da sua zona de conforto.

Para que esse comportamento seja resolvido, é preciso que o indivíduo seja capaz de alinhar a sua idade mental à sua idade real. Em outras palavras, ele precisa entender que é o único responsável por sua vida na idade adulta. É claro que ele pode contar com outras pessoas para ajudá-lo nas adversidades, mas isso é muito diferente de depender delas para tudo.

O desenvolvimento dessa consciência de amadurecimento ocorre na psicoterapia. Nas sessões, o psicólogo trabalha com o indivíduo os seus medos, procurando acalmar-lhe e informar-lhe de que ele será capaz de dar conta da vida adulta, mesmo que agora não acredite nisso.

E você, conhece alguém com esse perfil autossabotador? Será que você comete a autossabotagem de vez em quando? Então, deixe o seu comentário no espaço abaixo. Além disso, não se esqueça de compartilhar este artigo nas suas redes sociais. Leve este conteúdo aos seus amigos, colegas, familiares e a todos aqueles que também possam se beneficiar destas informações!