Você é responsável pelo que os outros sentem? Essa é uma questão polêmica e bastante complexa. Não podemos ser 100% responsabilizados pelas emoções que despertamos nos outros. No entanto, as nossas atitudes devem ser tomadas com cautela e com respeito por aqueles que estão ao nosso redor.

Precisamos assumir a responsabilidade quando percebemos que há relação direta entre o nosso comportamento e o sentimento despertado no outro. Se agimos no sentido de criar expectativas em outra pessoa, devemos ser responsáveis com ela, respeitando os seus sentimentos. Essa é a base do conceito de responsabilidade emocional. Para saber mais sobre ele, continue a leitura deste artigo!

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O que é responsabilidade emocional?

De forma resumida, pois o tema é bastante complexo, podemos definir a responsabilidade emocional como a consciência que deve orientar as nossas atitudes em relação às emoções das outras pessoas, de modo que possamos comunicar com clareza e franqueza as nossas reais intenções em todos os nossos relacionamentos.

Quando uma pessoa não desenvolve adequadamente a responsabilidade emocional, a sua comunicação não é tão clara. Isso pode levar os outros indivíduos a criarem expectativas com as quais a pessoa não será capaz de lidar. Isso gera decepção, frustração e conflitos.

Em contrapartida, aqueles que são emocionalmente responsáveis são diretos e francos em seus relacionamentos. Explicam o que sentem, o que querem e até que ponto as expectativas das outras pessoas podem ser alcançadas. Ninguém pode ser 100% responsabilizado pelas emoções de outra pessoa. Contudo, somos, sim, responsáveis pelas nossas atitudes que podem induzir sentimentos.

A linha é bastante tênue, já que compreender as emoções e as relações humanas não é uma ciência exata. É por isso que devemos, mais do que nunca, pensar antes de falar e antes de agir. É preciso ser transparente em todas as relações que iniciamos. Se for para haver divergências, que seja logo no início, e não ao fim de um relacionamento, quando grandes expectativas já foram criadas.

Na amizade

A amizade pode ser um cenário importante para a exemplificação da importância da responsabilidade emocional. O conceito de amizade refere-se à relação entre dois indivíduos que, sem vínculos familiares ou amorosos, possuem interesses em comum e gostam da companhia um do outro.

Naturalmente, quando duas pessoas se aproximam uma da outra nessas circunstâncias, elas começam a criar expectativas entre si. Um exemplo simples: imagine que dois adolescentes são melhores amigos desde a infância. Na aula de educação física, é preciso escolher times para uma partida de futebol, e um dos meninos está montando o seu time. No entanto, ele não seleciona o amigo para a equipe.

É natural que o amigo excluído se sinta triste. Nesse caso, ele deve se responsabilizar pela expectativa que criou em relação ao outro. Quanto ao amigo, ele poderia ter sido mais franco, demonstrando, de alguma maneira, que utilizaria outros critérios para montar a sua equipe de futebol, que não incluiriam a amizade.

A responsabilidade emocional, portanto, é sempre uma via de mão dupla. Nós devemos nos responsabilizar pelas expectativas que criamos, mas o outro também deve se responsabilizar por atitudes que alimentem essas expectativas. Resumidamente, é preciso ser claro e franco com comportamentos e sentimentos, de modo que ninguém saia daquela amizade frustrado.

Quando um amigo vira uma paixão

Outro exemplo clássico de responsabilidade emocional ocorre quando um amigo se apaixona pelo outro. Isso ocorre quando uma das partes começa a enxergar a outra não apenas como um amigo, mas como alguém que pode tornar-se um grande amor.

A responsabilidade emocional ocorre desde o início do surgimento desses sentimentos. O indivíduo que se apaixonou não pode alimentar expectativas, ao menos não antes de contar ao outro sobre as suas emoções.

Quanto ao outro amigo, ele deve ouvir a “declaração de amor” e posicionar-se de forma clara. Se ele também estiver apaixonado, deve falar também sobre o que sente, e aí sim os dois podem sonhar juntos. Contudo, se esse sentimento não for correspondido, é importante deixar claro que aquela relação não vai passar da amizade.

Expressar os sentimentos com clareza é o princípio básico da responsabilidade emocional. Quando um amigo apaixonado ouve que o outro não sente da mesma forma, é claro que haverá alguma tristeza. No entanto, quando não há transparência, e um amigo permite que o outro crie expectativas apaixonadas por mais tempo, a frustração ao final será muito maior e mais dolorosa.

No amor

Quando duas pessoas estão declaradamente apaixonadas e envolvidas amorosamente uma com a outra, não pense que a responsabilidade emocional acabou. Pelo contrário, é aí que a necessidade de definir os limites das expectativas fica mais intensa.

Você quer se casar? Quer morar junto? Quer ter filhos? Quer ter uma conta conjunta na agência bancária?  Todas essas questões precisam ser definidas logo no início do relacionamento. Por isso, as pessoas envolvidas na relação não podem ter medo de tocar em assuntos como esses. Adiar esse tipo de conversa só contribui para que expectativas sejam criadas. Se as expectativas de um não forem compatíveis com as intenções do outro, ocorre a frustração e um conflito mais grave.

Ninguém é obrigado a satisfazer as expectativas do outro. No entanto, num relacionamento amoroso, os envolvidos têm a obrigação de deixar claro ao outro o seu conjunto de sentimentos, perspectivas de futuro e reais intenções. Essa comunicação transparente evita a criação de expectativas irreais e, consequentemente, a frustração.

Além disso, a responsabilidade emocional deve ser compartilhada. Isso quer dizer que é preciso haver equilíbrio no namoro, sem que apenas uma das partes faça sacrifícios em nome da harmonia e da paz no casal. Isso ajuda a prevenir assédios, abusos, traumas e relações tóxicas.

A importância de estabelecer limites

Como você já deve ter percebido, o ponto-chave para a responsabilidade emocional é a clareza de comunicação. Se você, de alguma maneira, dá a entender ao seu amigo que essa amizade pode virar algo mais, por exemplo, responsabilize-se emocionalmente pelos sentimentos dele, afinal de contas, você está permitindo que isso ocorra.

Por outro lado, se você deixa claro que aquela amizade não tem como virar amor, pois você não está apaixonado por aquela pessoa, você está sendo emocionalmente responsável. Cabe à outra parte, portanto, compreender que esse limite foi estabelecido e aprender a lidar com os seus próprios sentimentos.

Seja numa amizade, num relacionamento amoroso, numa família e até mesmo numa relação profissional, o fato é que ninguém pode ser 100% responsável por tudo. As partes envolvidas devem conversar com transparência, deixando claros os seus limites e as suas intenções. O consenso vem desse trabalho conjunto e é essencial na prevenção de conflitos.

E você, querida pessoa, como tem lidado com a responsabilidade emocional nas relações da sua vida? Deixe o seu relato com um comentário no espaço abaixo. Por fim, lembre-se de compartilhar este artigo nas suas redes sociais. Assim, você poderá levar esta reflexão a todos os seus amigos, colegas, familiares e a quem mais esteja necessitando dessas orientações!

Imagem:  Por GoodStudio