O trabalho é o meio pelo qual a maioria das pessoas obtém o seu sustento. Mais do que isso, é também uma oportunidade para que elas revelem e coloquem à disposição da sociedade os seus talentos, habilidades, conhecimentos e competências. Assim, exercer uma atividade profissional nos ajuda a sermos pessoas melhores e também a fazer do mundo um lugar melhor.

Entretanto, é importante ressaltar que a quantidade de problemas de saúde, sobretudo de saúde mental, associados ao trabalho tem crescido consideravelmente. Nesse sentido, é necessário conhecer os impactos da vida profissional sobre a saúde e o que podemos fazer para que não adoeçamos em decorrência do trabalho. Saiba mais sobre o assunto no artigo a seguir. Boa leitura!

Estatísticas que preocupam

Uma pesquisa realizada com médicos no Reino Unido e publicada no British Medical Journal Open constatou que:

  • 44% dos médicos ingerem álcool, sendo que 5% deles dão sinais de dependência;
  • 8% dos médicos têm compulsão alimentar;
  • 12% dos profissionais da área têm insônia severa;
  • 69% dos respondentes da pesquisa sofrem de fadiga associada ao trabalho.

Os dados da comunidade médica podem perfeitamente ser estendidos à população ativa, de maneira geral. O estresse associado ao trabalho tem sido entendido como uma verdadeira patologia, podendo evoluir para o quadro de síndrome de burnout.

A síndrome de burnout

A síndrome de burnout é um transtorno da mente caracterizado pela exaustão associada ao trabalho. A pressão por resultados, a cobrança constante e o excesso de demandas fazem com que o indivíduo encontre desequilíbrio entre o tempo que dedica à vida pessoal e à vida profissional.

Isso o leva a sintomas como: estresse, ansiedade, irritabilidade, angústia, dor de cabeça, alterações no apetite, insônia, dificuldade de concentração, insegurança, pessimismo, oscilações de humor, pressão alta, tensão muscular, problemas gastrointestinais e aceleração nos batimentos cardíacos.

5 lições que precisamos aprender sobre o estresse associado ao trabalho

1. O estresse associado ao trabalho provoca problemas de saúde física

As pesquisas e estudos conduzidos pela medicina contemporânea e pela psicologia têm encontrado relação direta entre o estresse associado ao trabalho (também conhecido como estresse ocupacional) e o adoecimento físico. Assim, fique atento aos sinais, como dor de cabeça, dor de estômago, dores musculares e cansaço constante.

Nesse caso, é preciso consultar um médico, relatar os sintomas apresentados e também afirmar que você acredita que eles estejam relacionados ao estresse ocupacional. Assim, com base na avaliação sintomática, o médico poderá encaminhá-lo para um especialista, como um psicólogo, que o ajudará a lidar melhor com a questão.

É importante ressaltar que, além dos sintomas físicos citados acima, as pesquisas mais recentes têm indicado que o estresse é um fator que prejudica consideravelmente o sistema imunológico, o que deixa as pessoas mais suscetíveis a processos infecciosos. Mais um motivo para ligar o sinal de alerta!

2. O estresse ocupacional aumenta o risco de vícios

Diante do estresse, muitas pessoas recorrem a determinados comportamentos como formas de aliviar os sintomas desagradáveis, numa desesperada tentativa de sentirem-se melhores. Os estudos apontam, por exemplo, que os profissionais que relatam viver momentos de estresse elevado no ambiente de trabalho aumentam o consumo de álcool, cigarro e outras drogas.

Além disso, outro dado relevante é que o problema também pode desencadear a alimentação compulsiva, aquela em que a pessoa come para sentir-se melhor emocionalmente, e não apenas para satisfazer as suas necessidades nutricionais. Esses comportamentos podem levar o indivíduo à perda de controle, o que, em casos recorrentes, pode constituir um vício.

Sendo assim, fique atento aos seus hábitos: fumar, beber, usar drogas, tomar medicações excessivas e até mesmo comer em grandes quantidades podem ser indícios de que você precisa de ajuda, em decorrência do estresse no trabalho. Fique atento!

3. A saúde do sono pode ser severamente prejudicada diante de situações de estresse na vida profissional

O sono é um elemento fundamental na vida das pessoas. Diversos processos bioquímicos essenciais à vida só ocorrem durante esse período, de modo que a privação do sono pode enfraquecer o organismo e desencadear cada vez mais problemas de saúde.

As preocupações associadas ao trabalho, contudo, podem levar a quadros de insônia, isto é, demorar muito para pegar no sono, despertar frequentemente durante a noite, acordar muito cedo ou simplesmente passar a noite em claro. Quando as noites mal dormidas se repetem consideravelmente, as consequências surgem, como redução da imunidade, desenvolvimento de quadros mentais e problemas cardiovasculares.

Por isso, entenda que a insônia é um sintoma muito comum em quadros de estresse, ansiedade e depressão, o que frequentemente está associado às questões de trabalho. Existem medicamentos que induzem o sono, mas que só devem ser utilizados com acompanhamento médico. O ideal, portanto, é investigar as causas da insônia e tratá-las adequadamente, seja com médicos, seja com psicólogos.

4. É preciso identificar os gatilhos do problema

O estresse ocupacional pode deixar os profissionais tensos e inseguros. Mas o que exatamente tem estressado você? É o excesso de demandas? É a incompatibilidade com a cultura organizacional? É o colega que tenta prejudicar você? É o chefe que é grosseiro e grita com todos? Todos esses fatores geram respostas emocionais intensas e desagradáveis, mas reprimi-las só agrava o quadro de estresse.

A falta de reconhecimento, seja ele financeiro ou verbal, também pode desencadear e agravar o quadro. As pessoas que sentem que são inúteis ou substituíveis relatam esse aumento no estresse no ambiente corporativo. Sendo assim, apure as causas do problema.

Pode ser que você precise encontrar uma nova cultura organizacional para se adaptar melhor. Ou então, pode ser que você precise rever as suas escolhas profissionais e encontrar uma nova área que faça com que você se sinta mais confortável e realizado.

5. Desabafar é um grande auxílio

Muitas pessoas sentem-se culpadas por estarem estressadas no trabalho, como se isso fosse uma fraqueza. Muito pelo contrário, na maioria das vezes, esse adoecimento é o resultado de ter permanecido forte e calado por tempo demais. Sendo assim, o melhor a se fazer é acolher os seus sentimentos, entender que é normal vivenciá-los e que são bastante comuns entre as pessoas. Reconhecer o problema é o primeiro passo para resolvê-lo.

Em seguida, procure desabafar com alguém de sua confiança, como um amigo ou familiar. Se preferir, pode ir à procura de um médico, psicólogo, terapeuta ou grupos online de ajuda mútua entre pessoas que passam por problemas semelhantes. Não guarde os seus problemas nem ignore os seus sentimentos. Desabafe.

Se você está passando por situações como as descritas neste artigo, saiba que você não está sozinho. O estresse ocupacional tem cura, desde que você tome decisões mais eficazes em sua vida profissional, faça as mudanças necessárias e procure um profissional de saúde o quanto antes.

E você? Já passou ou passa por quadros de estresse ocupacional? Como lida com a questão? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Por fim, que tal levar esta reflexão aos seus amigos, colegas, familiares e a quem mais possa se beneficiar dela? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!