As palavras não são como bumerangues que podem ser recuperados, mas como pedras atiradas por um estilingue. Depois que saem do ponto de partida, não tem mais volta. O jeito é arcar com as consequências de tudo aquilo que foi dito ou escrito.
Sendo assim, nunca é demais que nos lembremos de um velho conselho, que desde a infância deveríamos pôr em prática: pense antes de falar. Será que você tem seguido esse princípio tão básico da comunicação e da convivência humana? É bom que a resposta seja afirmativa, caso contrário, você estará sujeito a consequências nem sempre positivas.
O fato é que empregar palavras, mesmo que seja um ato quase automático, pode ser algo construtivo ou destrutivo. Tudo depende de como canalizamos a energia verbal. Por isso, você está mais do que convidado a nos acompanhar na reflexão a seguir. Siga em frente e boa leitura!
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O poder das palavras
A palavra é a essência do processo comunicativo. Se você consegue ler este artigo e extrair dele algum ensinamento, agradeça à sua capacidade de ler as palavras e de processar o significado de cada uma delas, unindo-as em um contexto geral. Além disso, você também consegue materializar os seus próprios pensamentos por meio delas e, assim, compartilhá-los com quem quiser.
Utilizamos as palavras a todo instante, mas nem sempre nos damos conta disso. Elas são a base das conversas pessoais que protagonizamos no dia, dos e-mails que redigimos no trabalho, das mensagens que compartilhamos nas redes sociais, enfim, da maioria de nossas relações interpessoais — maioria porque nem toda comunicação envolve as palavras (às vezes, um simples gesto ou olhar já basta para expressarmos algo).
Portanto, qualquer pessoa que tem a capacidade de utilizar as palavras para comunicar-se tem diante de si um poder imenso e imensurável. No entanto, é importante compreender que esses instrumentos podem ser empregados tanto para fazer o bem quanto para fazer o mal. Infelizmente, nem sempre as pessoas tomam a melhor decisão. A escolha, porém, é sempre sua e depende dos seus valores e princípios. Será que você tem usado as palavras de forma construtiva ou destrutiva?
Quando as palavras destroem
Quando falamos em palavras que destroem, automaticamente nos vem à mente a ofensa. De fato, ofender ou humilhar alguém é utilizar as palavras para o mal, tendo em vista que elas estão servindo a um indivíduo que deseja considerar-se superior ao outro em algum aspecto, faltando com a educação pra expressar aquilo que sente.
No entanto, existem meios muito mais sutis pelos quais as palavras podem destruir uma pessoa do que a ofensa. “Comprei um carro”. “É, mas vamos ver se vai conseguir mantê-lo”. “Comprei uma casa”. “Também, nesse bairro, qualquer um compra”. “Passei no vestibular”. “Também, nesse curso qualquer um passa”. “Estou namorando”. “Até que enfim encontrou alguém que o queira”.
Os exemplos acima não são ofensas explícitas, mas são frases tão destrutivas quanto. Há pessoas que simplesmente são incapazes de oferecerem um incentivo ou de alegrarem-se por seus amigos, colegas e familiares. Agem como se a conquista do outro automaticamente fosse uma derrota sobre si — algo que diz muito sobre o quanto essas pessoas são inseguras ou até mesmo amarguradas.
As palavras destroem não apenas quando ofendem, mas também quando menosprezam a conquista, quando não expressam reconhecimento, quando faltam com a verdade e quando afundam ainda mais uma pessoa que já está triste ou raivosa, em vez de ajudá-la a sentir-se melhor.
Quando as palavras constroem
Por outro lado, é possível empregar as palavras para fazer o bem. Muitas vezes, as pessoas subestimam esse instrumento simples e gratuito, mas incrivelmente poderoso. Ainda há quem pense que para ajudar o próximo é preciso ter muito dinheiro, sendo que, em muitos casos, tudo o que ele precisa é de uma palavra amiga.
As palavras constroem quando uma pessoa expressa alegria pela conquista de um amigo. Quando o casal de namorados troca entre si elogios, sem que nada de especial tenha sido feito. Quando o líder compartilha o seu conhecimento com os seus liderados. Quando o professor corrige o erro do aluno sem que ele se sinta mal por tê-lo cometido. Quando a senhora visita a sua vizinha de anos no hospital para dizer que tudo vai ficar bem, mesmo sem ter certeza disso.
Mesmo ao fazer uma crítica, é possível ser construtivo. Criticar não precisa (nem deve!) ser um momento de humilhação. Basta que o indivíduo comunique com respeito que não concorda com aquela ideia e dê justificativas sensatas para ter tal opinião. Além disso, uma crítica construtiva é aquela que provoca reflexão e que quase sempre vem acompanhada de sugestões para tornar a ideia original melhor.
A escolha é sua
Já que estamos falando de princípios básicos, aprendidos desde a infância, mas que parecem ser esquecidos por muita gente na idade adulta, fica aqui mais um valioso ensinamento: não faça aos outros aquilo que você não gostaria que fizessem a você. Portanto, antes de permitir que as palavras saiam da sua boca, reflita:
- Você gostaria de ouvir o que tem a dizer?
- A sua fala vai ajudar a outra pessoa de forma construtiva?
- As suas palavras têm um potencial de fazer com que a pessoa que as vai ouvir saia da conversa mais feliz ou motivada?
- É importante, necessário ou útil aquilo que você tem a dizer?
Se a resposta para alguma das perguntas acima for “não”, é melhor frear a língua (ou os dedos, caso esteja digitando a mensagem!). Procure fazer das suas palavras instrumentos de construção, e não de destruição. Você certamente não gostaria que alguém lhe dissesse que a sua roupa não é bonita, que o seu peso é inadequado ou que o seu trabalho não é lá grandes coisas. Portanto, recuse-se a dar continuidade a esse tipo de discurso que não agrega e ainda abala as relações.
Muitas vezes, o que estremece os relacionamentos familiares, amorosos, profissionais e entre amigos não é uma atitude, mas uma simples palavra. Portanto, lembre-se de que mesmo para discordar e para corrigir, a palavra deve ser usada com moderação e carinho, tal qual o sal na comida.
Para encerrar, fica aqui um pensamento que resume bem a essência deste artigo e que você, provavelmente, já viu em algum lugar: “Seja um incentivador de pessoas. O mundo já tem críticos demais”.
E você, querida pessoa, tem sido mais incentivador ou crítico? Tem usado palavras que constroem ou que destroem? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Por fim, que tal levar esta reflexão a todos os seus amigos, colegas, familiares e a quem mais possa se beneficiar dela? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!