Quando entramos no mercado de trabalho, a sensação que temos é a de que, quanto mais estudarmos e acumularmos anos de experiência, maiores serão os nossos salários com o passar do tempo. De fato, o ideal é que assim seja. Contudo, as adversidades da vida algumas vezes fazem com que os empregos desapareçam e com que tenhamos que aceitar propostas inferiores aos valores do emprego anterior.
Especialmente nos momentos de crises financeiras generalizadas no país, esse cenário torna-se mais comum. Assim, se você estiver vivendo a partir de agora com um rendimento inferior ao que recebia, certamente precisará se adaptar a essa nova realidade financeira, o que demandará algumas mudanças de atitude. Preparado para conhecê-las? Então, confira as 8 dicas que separamos a seguir!
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1. Crie uma reserva de emergência
A construção de uma reserva de emergências é uma recomendação de 10 entre 10 consultores financeiros. Ela se refere àquele dinheiro que temos guardado para alguma eventualidade, como despesas médicas, consertos domésticos, reparos automotivos, entre outros.
Portanto, mês após mês, deposite uma quantia, ainda que pequena, em sua reserva de emergência. O ideal é que ela fique aplicada em algum investimento de liquidez diária (aquele que você pode sacar em qualquer dia, sempre que precisar). Assim, em caso de demissão ou de perda de renda, você terá alguma reserva para utilizar até recuperar os seus rendimentos.
2. Desenvolva o seu poder de pesquisa e negociação
Não tem jeito: se você agora ganha menos, precisará gastar menos. Isso envolve adquirir o hábito de pesquisar preços, comparando diferentes concorrentes, seja em comércio físico ou digital. Fique atento em especial às promoções e eventos, como a Black Friday, e aos aniversários das empresas.
Além disso, não tenha vergonha de negociar. Faça a sua proposta, peça desconto, verifique se o preço é reduzido se for pago à vista, enfim, faça o possível para pagar o mínimo possível. Também é uma ótima ideia consultar os atacados, pois as compras em grande quantidade (desde que sejam de produtos não perecíveis) frequentemente tornam o preço da unidade mais baixo do que no varejo.
3. Saiba quando parcelar
O parcelamento em prestações a perder de vista e com juros é um problema gravíssimo e que pode comprometer a renda das pessoas, especialmente quando é feito várias vezes. São tantos os parcelamentos que chega uma hora em que já nem nos lembramos de tudo aquilo que compramos. Compre uma coisa de cada vez.
Contudo, se não conseguir pagar à vista, negocie um bom desconto, faça o mínimo possível de prestações e dê total preferência às opções sem juros, que são os grandes vilões do endividamento. Além disso, não caia na ilusão de que ficou rico porque o limite do seu cartão aumentou. Lembre-se de que esse dinheiro não é seu, mas um empréstimo do banco, com juros altíssimos!
4. Planeje as finanças do mês
Você sabia que muita gente simplesmente não tem noção de quanto gasta todo mês? Esse desconhecimento é um gatilho gigante para as dívidas, pois a pessoa pode estar gastando mais do que ganha sem saber. Portanto, construa uma planilha financeira (não faltam modelos prontos na internet), com despesas fixas e variáveis. Coloque a sua previsão de ganhos e gastos e certifique-se de que o dinheiro sobre.
Nessa planilha, lembre-se de incluir o dinheiro dos investimentos e da reserva de emergência, que jamais deve ser deixada de lado. Além disso, sempre que você fizer uso dessa reserva, lembre-se de repor a quantia retirada quando for possível.
5. Saiba separar custos de investimentos
Um custo é um gasto com algo que não vai trazer ganhos futuramente. Já um investimento é um gasto que, em longo prazo, tende a não apenas repor o montante investido, como também a gerar lucro, desde que seja realizado com estratégia.
Assim, comprar um sítio para lazer é um custo (embora seja muito agradável). Contudo, se você alugar esse sítio para que outras pessoas usufruam da estrutura em férias e fins de semana, você já o transformou em um investimento, ou seja, em uma fonte de renda. Portanto, pensem em tudo aquilo que você tem e reflita sobre as maneiras de transformar esses bens em investimentos.
6. Não seja extremamente restritivo
Os nutricionistas afirmam que as dietas que cortam todo e qualquer doce quase sempre geram desistências. O mesmo vale para o controle financeiro: não corte todo e qualquer prazer da vida, pois isso a tornará insuportável e insustentável. Dessa forma, se almoçar com a família no restaurante em um domingo for algo que faz a diferença para você, não abra mão desse hábito.
Você não precisa acabar com os pequenos prazeres da vida, desde que esses gastos também tenham sido estrategicamente planejados na planilha que citamos acima. Sim, moda, lazer e passeios também devem constar na ferramenta. O que você deve fazer é selecionar os prazeres de que você não abre mão e cortar apenas aquilo que realmente não é tão essencial. O que deve ser evitado em 100% das vezes é o consumo impulsivo, feito sem planejamento — esse sim destrói o seu orçamento.
7. Defina objetivos e tenha prioridades
Uma criança tinha 5 reais. Ela queria comprar uma barra de chocolate, mas o seu caderno de matemática acabou, de modo que ela precisava adquirir um novo para continuar os seus estudos. Ela teve que abrir mão da barra de chocolate para comprar o caderno. Isso significa ter prioridades.
Por exemplo, se você deseja passar as férias de verão com a sua família em uma praia do nordeste brasileiro, deverá controlar os seus gastos para planejar a viagem. Assim, quando for ao shopping e se deparar com uma blusa maravilhosa, questione-se: essa blusa é tão importante para mim quanto a viagem de férias?
Ter objetivos, portanto, é essencial na vida financeira, pois eles nos ajudam a definir prioridades e a fazer escolhas mais sábias, pesando os prazeres do presente com os objetivos do futuro. Em contrapartida, aqueles que não têm metas gastam o seu dinheiro da maneira que bem entendem, o que nem sempre consiste em escolhas felizes.
8. Aprenda a correr riscos calculados
Por fim, é importante lembrar que toda decisão que tomamos apresenta riscos. Deixar um emprego e ir para outro, trocar a estabilidade da carteira assinada pelo empreendedorismo, aprender a investir, enfim, qualquer mudança de vida tem seus riscos.
Todavia, é importante sempre adquirir conhecimento, pesquisar, conversar com quem tem mais experiência e fazer o possível para equilibrar as finanças, mesmo e principalmente quando as crises se instalam. Assim, perceber que uma realidade está difícil e que devemos modificá-la é o primeiro passo para que possamos efetivamente progredir e restabelecer a saúde financeira.
Coloque as dicas acima em prática e, mesmo que você esteja ganhando menos do que o habitual neste momento, entenda que tudo é uma questão de se adaptar e se reorganizar.
E você, tem cuidado das suas finanças? Como tem lidado com os altos e baixos nessa área da vida? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Por fim, lembre-se de levar estas dicas a todos os seus amigos, colegas e familiares. Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!