“Perfeccionismo” é uma palavra polêmica. Nas entrevistas de emprego, ela se tornou um clichê quando os candidatos são perguntados acerca de um defeito, justamente porque ele parece ser uma qualidade. Mas, afinal de contas, é saudável buscar a perfeição, mesmo sabendo que ela não existe?
A atitude perfeccionista pode trazer alguns benefícios sobre a vida profissional das pessoas, mas é importante compreender que há limites para isso. Neste artigo, você vai compreender exatamente quais são as circunstâncias em que o perfeccionismo pode dar uma mãozinha no trabalho e quais são aquelas em que ele se torna mais nocivo do que benéfico. Preparado? Então, continue a leitura e confira!
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Quando o perfeccionismo ajuda no trabalho?
Confira, a seguir, alguns indícios de que uma atitude perfeccionista está sob controle e sendo vantajosa.
1. Quando gera dedicação e pontualidade
O perfeccionismo pode ser positivo quando ele estimula o profissional a agir com dedicação. Isso significa que ele estará dando o melhor de si em todas as suas atividades. É o caso, por exemplo, de um analista financeiro que precisa gerar um relatório sobre a situação da empresa. Ele pode criar um relatório bastante explicativo, com tabelas e gráficos que auxiliam a compreensão e a interpretação dos dados.
Essa característica também pode estimular os profissionais a serem mais pontuais. Se o chefe pediu o relatório para a manhã de sexta-feira, por que não começar a trabalhar nele desde segunda? Assim, fica mais fácil equilibrar as demandas e dividir o trabalho ao longo dos dias, sem comprometer a pontualidade e a qualidade do que se faz.
2. Quando estimula a criatividade
O perfeccionismo também é a característica daqueles que analisam os processos das empresas e pensam: “O que poderia ser melhor aqui?”. Esse tipo de profissional é muito desejado pelas organizações, pois tem facilidade em detectar erros ou atividades que poderiam ser executadas de uma maneira mais eficaz e produtiva.
É claro que isso não significa apenas apontar os erros. Isso é importante, mas, por si só, não basta. As empresas querem profissionais que também apontem soluções aos problemas identificados. Por isso, o perfeccionismo precisa vir acompanhado por algum grau de criatividade. O profissional deve apresentar soluções que realmente têm um bom potencial de apresentar melhorias. Quando isso ocorre, aí sim o perfeccionismo está sendo útil.
3. Quando incentiva a capacitação continuada
O perfeccionismo também pode ser positivo se caminhar lado a lado com o autoconhecimento. Nesse caso, assim como os perfeccionistas podem detectar pontos de melhorias nas organizações, eles também podem detectar pontos de melhorias em si mesmos. Isso significa ser humilde, pedir feedbacks e compreender que há aspectos em que o próprio indivíduo pode progredir, sem perder a motivação.
É o caso de um colaborador de uma multinacional que percebe que os funcionários que mais recebem promoções são os que falam outras línguas. Isso pode estimulá-lo a estudar idiomas. Assim, o perfeccionismo pode incentivar os colaboradores a uma capacitação continuada, realizando cursos e treinamentos que promovam a aquisição de novos conhecimentos e a lapidação de habilidades profissionais, em um processo de melhoria contínua.
Quando o perfeccionismo atrapalha?
Por outro lado, precisamos ter em mente que há momentos em que a característica dos perfeccionistas ultrapassa os limites do que é saudável e produtivo. Confira!
1. Quando gera ansiedade e procrastinação
Voltemos ao exemplo do analista financeiro que precisa redigir o relatório. Se o seu perfeccionismo estiver acima do limite, ele ficará tão angustiado com a responsabilidade que caiu sobre o seu colo que ficará tenso. Nesse caso, ele provavelmente define para si mesmo um nível de excelência inatingível, sabendo que ficará insatisfeito caso o seu relatório não fique exatamente do jeito que imaginou.
Quando uma pessoa define para o próprio trabalho padrões de excelência inalcançáveis, ela se frustra com muito mais facilidade e perde até mesmo o prazer na profissão escolhida. Além disso, com medo de não ser perfeito, o indivíduo se sente tão ansioso a ponto de adiar continuamente a realização da obrigação. Acredita que haverá um momento futuro em que estará mais preparado. O problema é que esse “momento mágico” não existe, gerando correria, nervosismo e resultados negativos.
2. Quando atrapalha o relacionamento interpessoal
Como pudemos observar no item acima, o perfeccionismo exacerbado leva as pessoas a um grau elevado de ansiedade e frustração, o que pode gerar oscilações de humor, explosões de raiva, desânimo, desmotivação e uma atitude clássica de quem só enxerga problemas, em vez de soluções.
Tudo isso prejudica consideravelmente o convívio no trabalho em equipe, afinal de contas, ninguém gosta de trabalhar com alguém que só reclama, só enxerga defeitos e nunca está satisfeito com o que é feito. É difícil conviver com colegas assim, e mais ainda com chefes que apresentam essa característica. Eles expandem o perfeccionismo não apenas às suas próprias atitudes, mas também ao trabalho dos seus liderados, gerando uma série de conflitos interpessoais que prejudicam o clima organizacional.
3. Quando gera desistências
Por fim, há casos em que o perfeccionismo é tão intenso que leva as pessoas a desistirem das suas metas. Um redator publicitário muito competente, mas altamente perfeccionista, pode passar a vida acreditando não ser bom o bastante, o que o leva a desistir da carreira, sendo que ele já estava tendo um bom desempenho.
Muitas vezes, perseguimos o que é perfeito e, por não alcançarmos, desistimos de tarefas que já estavam muito boas. Você desistiria de um curso por ter tirado uma nota 9,5, e não um 10? Um perfeccionista extremo cogitaria essa questão.
Isso acontece porque a visão que essas pessoas têm de si mesmas pode ser inferior à realidade, e elas estão tão acostumadas a detectar os próprios erros, que se esquecem de identificar os seus acertos. Assim, acabam desistindo de projetos que poderiam ser maravilhosos, mesmo que não fossem perfeitos!
E você, querida pessoa, como lida com o perfeccionismo? Segue procurando a perfeição? Ou procura dar o melhor de si, mas com a consciência de que ser perfeito é impossível? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!