Este texto não é apenas uma conclusão. É uma confissão. Depois de anos pesquisando, escrevendo e vivendo o que chamei de A Emoção que Cura, percebi algo que preciso dizer com toda honestidade: nenhum livro sobre a alma pode ser completo.
A alma não cabe em teorias. Ela transborda. E por mais que eu tenha tentado traduzir o sentir em palavras, há algo que sempre escapa: o mistério.
O espaço entre o que eu explico e o que o leitor sente. O lugar silencioso onde a ciência termina e o sagrado começa.
Contents
O limite entre a razão e o mistério
Quando comecei a escrever A Emoção que Cura, meu propósito era claro: unir neurociência, psicologia e espiritualidade em um só campo de entendimento. Mas, no meio dessa jornada, descobri que explicar demais também pode ser uma forma de perder o essencial.
A razão organiza o pensamento, mas é a emoção que o torna verdadeiro. Por mais que eu fale de amígdala, neurotransmissores e reconsolidação de memórias, nada disso explica o instante em que alguém sente, de verdade, o amor que cura.
O milagre não acontece na mente. Ele acontece no Self 2, no espaço invisível onde a alma decide voltar a confiar.
O que a ciência não conseguiu me ensinar
A ciência me ensinou a observar.
Mas foi a dor humana que me ensinou a sentir.
Vi pessoas transformarem décadas de sofrimento em minutos de alívio depois de uma única experiência emocional profunda. Vi adultos chorando como crianças, liberando memórias que a mente nem lembrava mais. E percebi que há algo que a neurociência não explica: o instante em que a fé atravessa o corpo e reorganiza tudo.
Eu já vi curas que desafiam estatísticas. Já vi paz nascer em corações que haviam desistido de viver. E quanto mais presencio esses fenômenos, mais percebo que o sagrado é o verdadeiro laboratório da alma.
A fé que não cabe em teorias
Eu acredito profundamente na ciência. Mas acredito ainda mais no poder da fé sentida.
A fé, para mim, não é crença cega nem fuga da dor. Ela é uma emoção viva, uma vibração real que altera o corpo, o cérebro e o campo ao redor. Quando alguém sente fé de verdade, o sistema límbico se acalma, o coração desacelera e o corpo inteiro entra em coerência.
Não existe oração sem emoção. E não existe cura emocional sem fé. Por isso, eu afirmo: o verdadeiro milagre acontece quando o sentir é mais forte do que o pensar.
O perigo de transformar o sagrado em doutrina
Uma das maiores lições que aprendi é que o amor não pode ser transformado em método. Eu criei a Psicologia Marquesiana com base na observação, na fé e na experiência, mas reconheço um risco real: o de transformar o sagrado em doutrina.
Deus não é um conceito. Ele é presença. E toda vez que tentamos enquadrar o divino em protocolos, perdemos o contato com a simplicidade que o revela.
A fé não se ensina, se desperta. A emoção não se controla, se permite. E a alma não se explica, se vive.
O que ainda não sei
Depois de décadas de pesquisa, ainda há fenômenos que não consigo compreender completamente. Há pessoas que não conseguem sentir, mesmo cercadas de amor. Há corações que resistem, mesmo diante da verdade. E há dores que parecem vir de lugares que não pertencem a esta vida.
Eu aprendi a não lutar contra o que não entendo. O mistério não é falha da ciência, é a presença de Deus em forma de pergunta. E é nesse espaço entre a dúvida e a fé que a alma continua crescendo.
Conclusão
Hoje, quando olho para tudo o que vivi e ensinei, percebo que A Emoção que Cura não é apenas um livro. É um testemunho. Um lembrete de que a cura não é um processo intelectual, mas espiritual.
A emoção não é uma teoria. É uma experiência. E quem vive a emoção que cura já sabe mais do que todos os livros juntos.
Com amor e verdade,
José Roberto Marques
Mentor, escritor e fundador do Grupo IBC Educação

