A Vontade de Sentido e a Consciência Integrada: o Encontro de Viktor Frankl com a Filosofia Marquesiana

O século XXI nos trouxe avanços tecnológicos sem precedentes e um conforto material nunca antes visto, mas também nos apresentou um fenômeno profundo que o psiquiatra Viktor Frankl denominou como “vazio existencial”. Vivemos em uma era de mentes barulhentas, onde o excesso de estímulos muitas vezes silencia a voz da nossa alma. É exatamente nesse cenário de busca por respostas que a Filosofia Marquesiana, desenvolvida por jose roberto marques, surge como uma evolução prática para o desenvolvimento humano.

Enquanto Frankl estabeleceu que a busca por sentido é a motivação primária do ser humano, a abordagem de JRM entrega a arquitetura necessária para que esse sentido deixe de ser uma abstração e se torne o que chamamos de Neurocoerência Intencional. Vamos explorar como a integração da nossa consciência e a reconciliação com nossa história são as chaves para você encontrar o seu verdadeiro “para quê”.

O Vazio Existencial e o “Sequestro” pelo Guardião

Viktor Frankl observou que, quando o instinto e a tradição falham em guiar o homem, ele frequentemente cai no conformismo. Na perspectiva do comportamento humano, esse estado de deriva é o resultado do domínio do Self 3 (O Guardião). Este aspecto da nossa psique nasceu de dores passadas e existe para nos proteger, mas muitas vezes acaba se tornando um obstáculo para a nossa felicidade.

• O Guardião como Fonte de Ruído: O Self 3 atua como um escudo. Quando ele está excessivamente ativado, ele abafa a voz da nossa essência. O vazio existencial, portanto, não é a falta de sentido, mas a nossa incapacidade de ouvi-lo devido ao “barulho” das nossas proteções internas.
• A Proteção que Gera o Vazio: Ao focar apenas na sobrevivência, perdemos a conexão com o futuro. Se passamos a vida apenas nos defendendo, deixamos de lado a nossa Alma Viva. Sem essa conexão profunda, a existência torna-se um ciclo repetitivo e mecânico.

A Ontologia da Dor: Do Sofrimento à Reconciliação

Frankl defendia que podemos encontrar sentido até no sofrimento inevitável. A Filosofia Marquesiana expande essa tese ao propor uma Ontologia da Dor Humana, tratando o sofrimento não como um erro, mas como uma bússola para a evolução.

Para ressignificar sua jornada, é preciso entender a dor como informação. Ela aponta exatamente onde a nossa consciência está fragmentada. Ao fazer uma reflexão sobre erros cometidos e dores passadas, não buscamos apenas a aceitação, mas a integração. Quando integramos nossas experiências, o Guardião finalmente pode relaxar, liberando espaço para o florescimento do ser.

A Memória Viva e a Reconciliação Absoluta

Muitas vezes, o sofrimento do passado permanece como uma memória emocional ativa no corpo. A Reconciliação Absoluta é o processo que permite que essas memórias deixem de governar o seu presente. É o caminho para quem busca como vencer na vida através do autoconhecimento, transformando cicatrizes em sabedoria.

Liberdade de Escolha e a Soberania da Alma

A base da Logoterapia é a liberdade da vontade. Existe um espaço entre o estímulo e a resposta, e é nesse espaço que reside a nossa liberdade. No desenvolvimento humano, chamamos esse estado de Presença.

Para que a escolha de um propósito seja sustentável, é fundamental alinhar a razão, a alma e os nossos mecanismos de proteção. Essa Neurocoerência Intencional organiza nossa fisiologia para sustentar o sentido que descobrimos. A liberdade deixa de ser apenas um conceito filosófico e se torna uma competência real e praticável no dia a dia.

O Valuation Humano e os Valores de Sentido

Viktor Frankl categorizou os valores que nos dão sentido em três pilares: criação, experiência e atitude. A Filosofia Marquesiana integra esses conceitos no Valuation Humano, uma forma de medir e potencializar o valor da nossa existência:

• Valores de Criação: Estão ligados ao nosso propósito e ao impacto que causamos no mundo. Exigem planejamento e ação intencional.
• Valores de Experiência: Refletem nossa maturidade nos relacionamentos e nossa capacidade de viver em unidade com o próximo.
• Valores de Atitude: É a nossa postura diante do que não podemos mudar. O valor de um ser humano é potencializado quando ele reconcilia suas dores e as transforma em luz. Mesmo reconhecendo os defeitos de uma pessoa, o foco reside na superação e na evolução contínua.

A Unidade como Destino Supremo

Viktor Frankl sobreviveu a condições extremas porque possuía um sentido claro. Hoje, somos convidados a sobreviver aos nossos “campos de concentração internos” através da busca pela Unidade. O sentido da vida não é algo que encontramos fora, mas algo que recuperamos dentro de nós mesmos.

Este é o chamado para sairmos da era da sobrevivência e entrarmos na era da Alma Viva. O sentido da vida é, em última análise, o ato de voltar para casa — para a sua essência mais pura e integrada.