Porque sentimos um desconforto nos invadir sempre que nos fazem a pergunta sobre quem seremos daqui 5 ou 10 anos? Porque a insônia se faz presente quando estamos listando em nossa cabeça tudo o que precisamos fazer no dia seguinte? Porque momentos de escolha são sempre evitados?
O início dessas perguntas está em algo que se chama ansiedade. Ansiedade é uma emoção que causa um incômodo que pode resultar em insônia, medo, tristeza e até depressão.
Ela surge quando ultrapassamos a barreira do tempo e trazemos para o presente elementos que ainda estão no futuro concreto ou hipotético. Por exemplo, podemos chamar de futuro concreto aquilo que já está planejado, mas ainda não foi vivo, como uma viagem programada para o fim do ano, um passeio ao parque com toda família, uma festa de aniversário na qual poderá ver seus amigos mais antigos.
Esse futuro concreto, chamado de concreto apenas para fazer uma oposição ao outro futuro, será realizado, mas o trazemos para o presente e colocamos sobre ele toda uma carga de expectativas.
O futuro hipotético é ainda mais perigoso para a mente, porque envolve hipóteses e suposições que nem sequer fincou raízes no presente ainda. Dentro desse futuro, está um desejo de se casar sem que ainda não ter parceiro (a), uma vontade ter filhos (daqui uns anos), um futuro emprego sem que façamos nada para consegui-lo no presente, entre outros exemplos.
Porque esse é perigoso? Porque ele é composto por sonhos e se não colocarmos as mãos na massa para realiza-lo, ele pode ficar somente no plano dos sonhos, se tornando ilusões às quais vamos recorrer, mas que podem nos alimentar e impedir que busquemos realizações concretas.
Esses dois futuros, quando instalados no presente, fazem com que deixemos de viver o único tempo que realmente existe, o único tempo no qual podemos agir e modificar o mundo, e coloquemos todas as nossas expectativas no futuro como se ele fosse o único tempo em que podemos nos sentir felizes e realizados.
No momento em que expandimos a consciência e mergulhamos no Estado de Graça, qualquer tipo de ansiedade se esvai, restando apenas a calmaria da vida real. Nos sentimos presentes e atuantes no mundo, uma imensa calma nos invade e os pensamentos quanto ao futuro podem surgir, mas não são permanentes.
O Estado de Graça é caracterizado por um sentimento constante da presença no mundo, por um colorido a mais, um sorriso a mais, um disfrutar a mais de tudo o que nos cerca. A vida passa a ter mais frescor e leveza.
Nele, sentimos vontade de realizar, de encontrar forças onde antes acreditávamos que ela faltava, de enfrentar desafios que pareciam insuperáveis, de não deixar mais para depois o que podemos fazer imediatamente e de assumir o comando das coisas que realmente importam.
Mas, com ele, também aprendemos que o Universo tem seu tempo e que caminhamos nosso caminho no nosso ritmo, sem acelerar ou retardar a velocidade. Tudo é feito com calma, sem estresse ou luta, pois sabemos o que deve ser feito e a hora em que deve ser feito.
Quando alinhamos nosso ritmo à energia que emana do Universo, podemos sentir que o melhor está sendo feito para todas as pessoas, não somente para nós mesmos. Tudo o caminho é percorrido no sentido de nos fazer crescer sempre um pouco mais.
A Divindade Interior que nasce dentro de nós está conectada com a energia que circula pelo Universo. Tudo existe por um motivo, cada movimento é feito por um motivo, todos os resultados são fruto dos nossos esforços e também do alinhamento ao qual estamos sujeitos.
Todas as coisas do Universo permanecem em uma rede infinita de conexões e dançam conforme a música energética que nos liga.
Entender essas engrenagens da vida é primordial para que a ansiedade deixe de nos atormentar. Pois, só assim, perceberemos a Abundância de felicidade e Amor que há no presente e das quais podemos usufruir sem parar. Entendemos, também, que os planos devem existir, mas sem as ações do presente, eles são apenas rabiscos num caderno com pauta.
A ansiedade é o monstro da ilusão que nos mostra uma vida que não existe. Podemos abrir os olhos e olhar ao redor e sentir a vida que existe, a vida que nossas mãos tocam, nosso nariz respira, nossos braços abraçam, nossos ouvidos ouvem, ou seja, a vida que existe agora.
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