O Psicodrama é uma prática coletiva com foco no desenvolvimento da autopercepção e ação que funcionam como recursos metodológicos na representação dramática para trabalhar conteúdo da psique e da vida cotidiana.

Segundo Jacob Levy Moreno, o principal elemento do Psicodrama é a Espontaneidade, que é considerada como uma forma primária de ação, uma vez que não tem preocupação em seguir alguma linha racional ou uma espécie de roteiro. A Espontaneidade é fruto de uma ação natural que acontece mediante à uma ação nova.

A Plasticidade e a capacidade de  se adaptar a diferentes meios é  uma prova de que o ser humano é altamente capaz de dar respostas espontâneas dependendo do contexto. Sendo assim, podemos considerar que a Espontaneidade é a capacidade de responder naturalmente novas situações ou adquirir novas condutas diante às situações antigas.

A Espontaneidade não precisa ser, necessariamente, dramática. Ela pode acontecer em comportamentos habituais e automáticos, como uma atitude espontânea em potencial. A Espontaneidade não pode ser considerada impulsividade ou um comportamento aleatório. Existe uma intencionalidade em busca de um resultado construtivo.

Aumentar a Espontaneidade depende de um relacionamento com o inconsciente. O inconsciente vai funcionar como uma aglutinação de insights, imagens mentais e intuições, que resultam na criatividade.

Nesse sentido, Moreno afirma que o ato de ser espontâneo significa estar em estado de receptividade para a realidade apresentada pelo Constelado. E, ainda que a cada momento tenhamos crenças e valores diferentes, pode-se alterar as atitudes durante a psicodramatização com o intuito de desenvolver positivamente os pontos de melhoria, adaptando as próprias percepções.

 

A forma como nos relacionamos com os modos com que o agíamos anteriormente é o elemento-chave na Espontaneidade. Pois a pessoa espontânea lida com a interferência reassumindo uma presença de si mesmo, mas agora vivendo o Aqui e Agora.

Um exemplo para entendermos a Espontaneidade, é percebermos como uma pessoa pública, ao ser entrevista, reage a uma pergunta que não era esperada. Frente a uma pergunta que já era prevista o entrevistado terá uma postura, uma entonação de voz, uma rapidez para responder, certa segurança. Frente a uma pergunta completamente inesperada o entrevistado pode gaguejar, mudar a entonação da voz, transparecer incômodo e preocupação, produzir frases desconexas e até mesmo encerrar as perguntas.

Quando é possível perceber e refletir sobre nossas atitudes espontâneas, é possível ampliar o estado de consciência sobre si mesmo e passa a se conhecer mais e melhor. A mesma coisa acontece quando o grupo percebe sua reação espontânea, sua momentaneidade. A Espontaneidade é um fator que permite ao potencial criativo se atualizar e se manifestar.

Somos de duas formas: os espontâneos ou automonitorados. Em situações de muita formalidade ficamos o tempo todo raciocinando sobre nosso comportamento para saber se estamos agindo de forma adequada, logo estamos “representando um papel”. No contrário, nas situações espontâneas, somos nós mesmos, sem monitoramento do comportamento. Agindo com nossa essência. E é isso que chamamos de Espontaneidade na Alma.

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