O que nos mantêm felizes e saudáveis ao longo de nossas vidas? Alguma vez já parou para pensar sobre isso? Quando estivermos com 30, 40, 60 ou 80 anos… o que nos manterá saudável e feliz? Quais os objetivos mais importantes em nossas vidas? A que estamos dedicando nosso tempo e energia atualmente?
É comum escutarmos das pessoas que devemos nos dedicar à nossa carreira e ao nosso trabalho para que possamos ser verdadeiramente felizes, afinal, tudo aquilo que desejarmos, com dinheiro podemos comprar. Mas será que isso é verdade?
Quando foi a última vez em que você se permitiu estar com pessoas que amava? Quando chega em seu trabalho, como você se sente? E quando chega em casa e pode estar com sua família, ou com quando chega a uma reunião de amigos… como você verdadeiramente se sente?
Existe uma pesquisa em Harvard sobre o tema “o que nos mantém felizes e saudáveis enquanto passamos pela vida?”, que já dura mais de 75 anos, e ao longo desses anos, muitas descobertas foram realizadas e muitas pessoas participaram do estudo, seja como pesquisadores ou como “objetos de estudo”.
Ao longo de mais de 75 anos estudaram 724 homens, lhes fazendo perguntas sobre suas vidas domésticas, profissionais, condições de saúde, ano após ano. A cada 2 anos a equipe de profissionais que realizam o estudo entra em contato com esses homens para verificar se estariam de acordo em continuar participando do estudo e respondendo anualmente a essas perguntas, recebendo os pesquisadores em suas casas para serem entrevistados, e examinados por médicos da equipe que colhem seu sangue e realizam o escaneamento de seus cérebros.
Atualmente ainda existem 60 desses homens vivos que participam do estudo, e suas esposas que foram convidadas a participar também, sendo a grande maioria desse grupo composto por senhores e senhoras de aproximadamente 90 anos de idade, e os estudos estão tão avançados e sem previsão de cessar que passaram agora a estudar os mais de 2 mil filhos desses 724 senhores que participaram do projeto. Já estão no 4º diretor de estudo e não pretendem parar.
Tudo começou em 1938, quando foram selecionados aleatoriamente homens de dois perfis e histórias de vida diferentes, separados em dois grupos.
O primeiro grupo começou a ser estudado quando estavam em idade universitária, especificamente no 2º ano de Harvard. Todos eles terminaram a faculdade durante a segunda guerra mundial e a maioria foi recrutada para servir à mesma.
O segundo grupo tratava de garotos com famílias problemáticas e que viviam em um bairro de pessoas com baixa renda em Boston. A maioria destes garotos viviam em condições precárias, onde não havia água corrente, e muito comumente não havia água nem fria e nem quente.
Quando participaram do estudo, os dois grupos passaram por avaliação medica e em seguida, todos foram entrevistados, assim como suas famílias, e ao longo dos anos cada adolescente seguiu sua vida normalmente. Quando questionados sobre quais eram os objetivos de suas vidas, 50% de um grupo respondeu que o objetivo era ser famoso, e 80% do outro grupo respondeu que o objetivo era ficar rico.
Por tudo o que ouvimos durante nossas vidas, é fácil crer que essas devem ser realmente as prioridades de nossas vidas se quisermos ser felizes e saudáveis. Mas será?
Ao longo desses mais de 75 anos de estudos, o que aprenderam não foram lições sobre riqueza, fama, trabalho e carreira, mas sim 3 grandes lições sobre relacionamentos.
1ª lição: Conexões sociais são essenciais. Quanto mais conectados estivermos com nossa família, amigos e comunidade, mais felizes e saudáveis seremos. Vivemos mais quando sabemos que podemos contar com as pessoas para o que precisarmos, ainda que tenhamos desentendimentos e brigas com essas pessoas ao longo de nossa existência. O que importa é saber que podemos contar com elas. A solidão nos desmotiva, desanima e contribui para que nossas vidas se tornem tóxicas. Quanto mais isolados estivermos, menos felizes e saudáveis seremos, porque no momento em que mais precisarmos de alguém, estaremos sós.
2ª lição: A qualidade de nossos relacionamentos importa mais do que a quantidade. Viver uma vida cheia de conflitos é péssimo para nossa existência. Por exemplo, casamentos conflituosos e sem muito afeto podem ser muitas vezes piores do que o próprio divórcio. Viver em meio a boas energias e bons relacionamentos nos protege dos malefícios da solidão e da insatisfação com nossos relacionamentos. Pessoas satisfeitas com suas vidas na meia idade são as que envelhecem com mais saúde e felicidade, e apesar de terem dores físicas ao atingirem 80 anos por exemplo, se queixam menos porque não possuem a dor emocional das pessoas solitárias e sem bons relacionamentos.
3ª lição: Relações saudáveis protegem nosso corpo e nossa mente. Olhar para o lado aos 80 anos e ter a certeza de que existe alguém com quem podemos contar, estimula nossa mente e preserva nossas memórias. Mas se na mesma idade sentirmos que nossos relacionamentos não são bons e não temos com quem contar, nosso cérebro deixa de trabalhar como deveria e nossas memórias declinam muito mais cedo. Podemos sim ter discussões com nossos parceiros, amigos e familiares aos 80 anos, mas se tivermos bons relacionamentos, e pudermos contar uns com os outros nos momentos difíceis, as discussões nunca serão capazes de prejudicar nossa memória.
Relacionamentos, sejam eles do tipo que forem, são sempre confusos e muitas vezes complicados. É um trabalho árduo e incessante zelar pela família, colegas de trabalho e companheiros de vida, mas se mantivermos bons relacionamentos, envelhecer e viver se torna mais leve e gostoso.
Sabendo disso, fico curioso para saber de você, como está a qualidade de seus relacionamentos? O que você pode fazer hoje, que se você fizer poderá mudar para melhor a qualidade de seus relacionamentos? Pode ser algo simples como trocar o tempo na frente da TV, por mais tempo com as pessoas. Talvez você possa resgatar o contato de alguém da sua família com quem não fala há anos… Ou se for mais interessante, talvez você possa combinar de encontrar com um amigo que não vê há muito tempo para fazerem algo juntos.
Não importa qual ação você realizará, apenas foque em manter relacionamentos de qualidade. Lembre-se que o tempo de qualidade é o bem mais valioso que todos possuímos para dar a alguém, e é ele o principal estimulador de nossos relacionamentos, saúde, felicidade e longevidade.
Uma boa vida se constrói com boas relações.
Seja feliz!
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