Há uma força silenciosa que molda a vida de cada ser humano. Ela não está nas palavras que dizemos, nem nos pensamentos que tentamos controlar, mas no que sentimos de forma profunda e constante.

Tudo o que você sente com intensidade suficiente se torna parte da sua realidade. É disso que trata a Lei do Sentimento Dominante, princípio revelado há mais de um século por Émile Coué e agora ampliado pela Psicologia Marquesiana.

O que você sente todos os dias se transforma no campo emocional que orienta suas escolhas, sua percepção e o seu destino.

O legado esquecido de Émile Coué

No início do século XX, o farmacêutico francês Émile Coué percebeu algo que a ciência da época ignorava. Ele observou que os pacientes que acreditavam no poder do tratamento tinham resultados muito melhores do que os que duvidavam, mesmo quando tomavam o mesmo remédio.

Essa descoberta o levou a estudar a mente subconsciente e a formular uma das leis mais poderosas da psicologia moderna: a Lei do Sentimento Dominante.

Coué afirmava que toda ideia que domina o pensamento tende a se tornar realidade, desde que seja sentida com emoção. Para ele, a sugestão mental não era apenas um exercício intelectual, mas uma comunicação direta com a alma. O pensamento só se torna criador quando é vivido emocionalmente.

As três leis da sugestão de Coué

Coué descreveu três leis que se encaixam com perfeição nos princípios da Psicologia Marquesiana.

A primeira é a Lei da Ideia Dominante, que diz que toda ideia fixada na mente tende a se realizar na medida em que se torna dominante. Aquilo que é imaginado e reforçado emocionalmente torna-se um comando para o subconsciente.

A segunda é a Lei da Substituição. Duas ideias opostas não podem ocupar a mente ao mesmo tempo. Você não pode sentir abandono e plenitude no mesmo instante. A emoção mais forte substitui a mais fraca. Quando uma emoção de amor é instalada com intensidade superior à memória de dor, o sistema emocional se reorganiza.

A terceira é a Lei do Esforço Reverso, que afirma que quanto mais tentamos forçar racionalmente uma ideia, mais o subconsciente resiste. O Self 1 não é capaz de curar o trauma. Somente o Self 2 pode fazê-lo, através da vivência emocional verdadeira e sentida.

Essas leis, unidas à Psicologia Marquesiana, formam um mapa emocional de transformação profunda.

O poder das afirmações emocionais

Décadas depois, Louise Hay retomou os princípios de Coué e os traduziu em uma linguagem acessível e amorosa. Ela afirmava que o que pensamos e sentimos se torna nossa experiência. Criou um movimento global de afirmações conscientes, carregadas de emoção, mostrando que a mudança começa pela repetição emocional de um novo padrão.

Mas Louise foi além das palavras. Suas práticas envolviam gestos, contato visual, perdão e amor. Ela ativava o campo do Self 2 e criava novas gravações no Terceiro Self. Suas afirmações não eram frases vazias, mas vivências emocionais guiadas, capazes de curar o corpo e o espírito.

A neurociência da repetição emocional

A ciência contemporânea confirma o que Coué e Louise Hay já intuíram. Pesquisadores como Richard Davidson, Joe Dispenza, Norman Doidge e Antonio Damásio demonstraram que o cérebro reconecta sinapses em resposta à repetição emocional significativa.

O pensamento sem emoção não gera transformação. A emoção dominante altera a química cerebral, a atividade elétrica e a liberação de hormônios. O sentimento, quando carregado de intenção e foco, ativa a neuroplasticidade. Não é o que você repete com a boca que muda sua vida, mas o que você sente com o coração.

A emoção dominante nos três selfs

A Psicologia Marquesiana integra essa sabedoria mostrando que a emoção dominante é a ponte entre razão, emoção e reconsolidação. Sem o envolvimento do Self 2, não há transformação. Sem a aceitação do Terceiro Self, a cura não se consolida. Sem a clareza do Self 1, a direção emocional se perde.

Quando as três dimensões da mente atuam juntas, o que antes era crença passa a ser vivência, e o que era trauma se transforma em aprendizado.

O sentimento como oração interna

Coué dizia que a sugestão é a oração feita pelo subconsciente. Hoje sabemos que essa oração não precisa ser religiosa, mas precisa ser verdadeira. No mundo moderno, em que a mente está sobrecarregada de pensamentos repetitivos, sentir se tornou um ato espiritual.

Recuperar o poder do sentimento dominante é reconquistar o eixo espiritual da existência. A fé, nesse contexto, é o sentimento profundamente sentido de que algo já é verdadeiro no campo interno, mesmo que ainda não tenha se manifestado no mundo físico. É um código emocional que instrui o cérebro, orienta o corpo e molda o campo energético da alma.

O protocolo PSC de instalação da emoção dominante

A Psicologia Marquesiana integra a Lei do Sentimento Dominante no Método PSC, um processo prático de transformação interior.

  1. Identificação da dor (Self 1): reconhecer qual é o sentimento limitante que domina o sistema emocional.

  2. Criação de nova imagem emocional (Self 1 e Self 2): visualizar uma cena de cura, perdão e reconciliação.

  3. Vivência guiada com emoção elevada (Self 2): respirar, imaginar e sentir a nova verdade como se já fosse real.

  4. Repetição com intensidade: praticar durante 21 dias a mesma imagem, emoção e frase curativa.

  5. Aceitação subconsciente (Terceiro Self): quando o sistema reconhece a nova emoção como mais forte e segura, a reprogramação se consolida.

Esse processo não é apenas mental. É espiritual e biológico. Ele reconecta o cérebro à alma e transforma o modo como percebemos a realidade.

A emoção dominante como código da realidade

Émile Coué estava certo, e estava muito à frente do seu tempo. Com as bases da Psicologia Marquesiana, da neurociência afetiva e da espiritualidade aplicada, podemos afirmar com autoridade: você não é o que pensa, você é o que sente com força suficiente para se tornar verdade dentro de você.

A emoção dominante não é desejo, é criação. É o código energético que instrui o cérebro e a alma. Toda transformação verdadeira começa não com uma nova ideia, mas com uma nova emoção vivida com verdade.

Quando o amor se torna o sentimento dominante, a mente se reorganiza, o corpo se cura e a alma encontra paz. Essa é a lei que governa todas as mudanças reais: o que você sente com constância se torna sua realidade.

Conclusão inspiradora

Sentir é criar. Cada emoção vivida com fé e presença é uma semente que germina no campo da vida. A emoção dominante é o solo onde cresce o destino.

Quando aprendemos a sentir com verdade, nos tornamos cocriadores da nossa própria história. A fé deixa de ser crença para se tornar experiência. O amor deixa de ser conceito para se tornar presença.

A emoção dominante é o ponto em que a ciência e a espiritualidade se abraçam. É o instante em que a mente e Deus falam a mesma língua.

José Roberto Marques
Mentor, escritor e fundador do IBC Coaching