A constelação familiar nos convida a olhar para o relacionamento de casal de um modo profundo e transformador. Segundo essa abordagem sistêmica, desenvolvida por Bert Hellinger, o vínculo amoroso representa o alicerce da nova família que nasce, rompendo, ao mesmo tempo, com os padrões herdados da origem.
Ao escolher compartilhar a vida a dois, o casal estabelece uma ordem própria que deve ser respeitada — acima de tudo, quanto ao vínculo com os filhos e a harmonia entre os parceiros. Assim, estar atento a essas leis do amor fortalece o compromisso, equilibra as emoções e favorece a construção de relações equilibradas, conscientes e duradouras. Vamos entender melhor essa dinâmica no artigo a seguir.
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O que é constelação familiar?
A constelação familiar é uma abordagem terapêutica desenvolvida pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger, na década de 1990. Ela parte da ideia de que muitos dos nossos conflitos emocionais, dificuldades nos relacionamentos e até padrões repetitivos de comportamento têm ligação com dinâmicas ocultas no nosso sistema familiar.
O método funciona de forma vivencial: em grupo ou individualmente, o cliente traz uma questão e, por meio de representantes (pessoas ou objetos), monta uma “constelação” que simboliza o seu núcleo familiar. A partir da disposição desses elementos, emergem percepções sobre vínculos, lealdades inconscientes e papéis herdados de gerações anteriores.
O objetivo é trazer à consciência essas dinâmicas ocultas e, a partir daí, abrir caminhos para a reconciliação interna, a pacificação emocional e o fortalecimento das relações.
Quais são os benefícios da constelação familiar na relação de casal?
A constelação familiar pode trazer inúmeros benefícios para a vida a dois, ajudando o casal a enxergar de forma mais clara os padrões inconscientes que influenciam o relacionamento. Muitas vezes, brigas recorrentes, falta de sintonia ou até crises de confiança não têm origem apenas na convivência atual, mas em dinâmicas herdadas da família de cada um.
Assim, ao participar de uma constelação, os parceiros passam a compreender melhor a si mesmos e ao outro, fortalecendo a empatia e a comunicação. Esse processo pode gerar mais equilíbrio emocional, respeito pelas diferenças e a quebra de ciclos de dor repetitivos. Além disso, promove uma sensação de pertencimento e harmonia, permitindo que o casal viva de maneira mais leve e autêntica, focando no presente, em vez de carregar pesos do passado.
Princípios da constelação familiar na relação de casal
Casais verdadeiramente equilibrados, colaboram com o crescimento um do outro e com o crescimento do próprio relacionamento. Isso possibilita a construção de um lar feliz e emocionalmente equilibrado, tanto para os pais quanto para os filhos. Nesse sentido, listamos abaixo alguns princípios para que um casal estabeleça o equilíbrio na sua relação.
O Vínculo
Em qualquer relação amorosa, o vínculo que se cria entre duas pessoas é profundo e significativo. Esse laço vai além do afeto e da convivência diária, pois representa o movimento de ambos para deixar os seus sistemas familiares de origem e iniciar juntos um novo ciclo.
Segundo Bert Hellinger, mesmo após uma separação ou divórcio, esse vínculo permanece de forma invisível, já que a intimidade compartilhada cria uma marca indissolúvel. O primeiro relacionamento, em especial, costuma gerar laços mais fortes e duradouros, que acabam influenciando os que vêm depois. Por isso, reconhecer e respeitar esses vínculos — inclusive com os parceiros anteriores — é importante para liberar o presente das amarras inconscientes.
Isso não significa negar o passado, mas sim dar a ele o lugar que lhe pertence, permitindo que novos relacionamentos floresçam com leveza. A consciência desse princípio ajuda os casais a compreenderem os seus desafios e a construírem relações mais autênticas, evitando que histórias não resolvidas interfiram no amor atual.
A Equivalência
Na visão sistêmica, os homens e as mulheres ocupam o mesmo nível hierárquico dentro de um relacionamento. Isso significa que, ainda que exerçam funções diferentes, ambos têm o mesmo valor e precisam um do outro para que a relação exista e se mantenha saudável. Não há superioridade de um sobre o outro; o verdadeiro equilíbrio surge quando cada um reconhece a sua importância e a importância do parceiro.
Esse entendimento promove respeito mútuo e fortalece a parceria, impedindo que se estabeleçam dinâmicas de poder nocivas. Dessa forma, quando a equivalência é reconhecida, crescem também a cooperação, a valorização das diferenças e a percepção de que ambos são fundamentais na construção de um projeto de vida em comum.
Portanto, trata-se de um princípio que convida o casal a enxergar a relação como uma soma de forças, em que cada um contribui com o que tem de melhor, em harmonia. Essa postura gera maturidade, confiança e estabilidade, que são as bases para um relacionamento duradouro e saudável.
O Equilíbrio
Outro princípio fundamental é o equilíbrio entre dar e receber. Em uma relação saudável, ambos os parceiros trocam afetos, cuidados, responsabilidades e reconhecimento de forma proporcional. Quando apenas um lado doa, sem receber de volta, cria-se uma desigualdade que, com o tempo, pode gerar desgastes, ressentimentos e até o fim do relacionamento.
Segundo Bert Hellinger, todo excesso — seja de generosidade, seja de cobranças — pode ser pesado demais para a relação. A esse respeito, o equilíbrio não significa medir cada gesto, mas sim manter um fluxo natural de trocas que fortaleça o vínculo e faça ambos se sentirem valorizados. Quando essa troca é interrompida, quem se sente em débito tende a buscar uma compensação, muitas vezes com o afastamento.
Por isso, é primordial cultivar o equilíbrio diariamente, reconhecendo tanto o que se oferece quanto o que se recebe. Dessa forma, cria-se uma relação mais justa, saudável e satisfatória, na qual cada parceiro se sente nutrido e respeitado.
Os Emaranhamentos
Embora ao formar um casal se inicie um novo sistema familiar, cada parceiro continua ligado à sua família de origem. Essas conexões podem trazer emaranhamentos, isto é, padrões, crenças e lealdades invisíveis que influenciam o relacionamento atual. Por isso, muitas vezes, os conflitos no casal não surgem apenas da convivência presente, mas também das histórias passadas carregadas inconscientemente.
Nesse sentido, Hellinger alerta que, ao entrar na família do cônjuge, a pessoa é, de certa forma, estrangeira, pois não compartilha da mesma cultura, tradições e vivências. Por isso, tentar interferir diretamente na família do parceiro pode gerar desequilíbrios. O caminho mais saudável é respeitar a história do outro e compreender que ambos carregam marcas e aprendizados dos seus sistemas originais.
Assim, ao reconhecer esses emaranhamentos e dar a eles um lugar de consciência, por meio da constelação familiar, o casal consegue se libertar de repetições dolorosas e construir um relacionamento mais autêntico. Essa compreensão fortalece o vínculo, traz mais empatia e permite que a relação siga o seu próprio fluxo de amor e crescimento.
Em conclusão, a constelação familiar é uma ferramenta poderosa para fortalecer a relação de casal, pois promove a compreensão das origens dos conflitos e resgata o equilíbrio nas trocas afetivas. Ao revelar dinâmicas ocultas, o processo abre espaço para mais empatia, respeito e conexão genuína. Assim, o casal deixa de repetir padrões inconscientes e constrói um vínculo mais saudável e consciente.
Gostou de saber mais sobre a relação de casal pelo olhar da constelação familiar, ser de luz? Já teve ou teria alguma experiência com esse processo? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!

