Pessoas que chegam atrasadas, que saem mais cedo ou que simplesmente faltam excessivamente, nem sempre com justificativas: esse é o contexto do absenteísmo, ou seja, de ausências no ambiente corporativo.

Esse problema é bastante grave, sendo uma das mais delicadas questões da área de Recursos Humanos. No entanto, suas consequências de fazem sentir na empresa inteira, final de contas, a cadeia produtiva implica departamentos que dependem uns dos outros.

Continue acompanhando este artigo para compreender melhor as causas e consequências do problema, além de 5 dicas para reduzir (e potencialmente eliminar) o problema em sua empresa.

Entendendo o absenteísmo

Na definição clássica dos departamentos de Recursos Humanos, o absenteísmo é caracterizado por uma postura de faltas repetidas de forma prolongada, isto é, constante. Em alguns casos, ele realmente tem justificativas, de acordo com os acontecimentos da vida do trabalhador. No entanto, há casos em que o problema pode ser diagnosticado na própria empresa.

Portanto, além de indicar a taxa de faltas de cada trabalhador, o absenteísmo também dá indícios ao departamento de RH de que algo não vai bem na empresa e que precisa ser identificado para que possa ser corrigido. O índice individual de absenteísmo pode ser calculado a partir da relação entre as horas que foram pagas pela empresa e as horas que não foram trabalhadas pelo funcionário.

As causas do problema

Quando a taxa de absenteísmo dos funcionários apresenta algum aumento considerável, é preciso investigar se algo está acontecendo com aquele colaborador individualmente, ou se há mais pessoas do departamento ou mesmo da empresa faltando com frequência.

Alguns problemas podem estar ocorrendo na empresa, como assédio moral ou sexual entre chefes e colaboradores, algum tipo de discriminação (social, racial, religiosa ou de orientação sexual, por exemplo), episódios de bullying entre os funcionários, descontentamento de funcionários (com o clima da organização, plano de carreira, salários, benefícios etc.), falta de motivação nas equipes, falta de liderança (ou o oposto – a liderança autoritária), entre outros.

Além dessas questões mais comportamentais, também é preciso investigar se a empresa está oferecendo a estrutura adequada para a execução das atividades. Se doenças ocupacionais (como LER – Lesões por Esforços Repetitivos e DORT – Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) estão ocorrendo com maior frequência, pode-se desconfiar de um ambiente de trabalho em más condições e com ausência de ergonomia.

Além disso, acidentes de trabalho que geram afastamentos de colaboradores podem estar associados a processos de trabalho executados sem segurança e sem os equipamentos adequados, colocando os funcionários em situação de risco.

Sejam as causas comportamentais ou estruturais, o fato é que o absenteísmo é um problema complicado, tanto para o colaborador quanto para a empresa.

As consequências de quem falta

As empresas que enfrentam o absenteísmo precisam entender o porquê de ele estar ocorrendo, o que, por si só, já pode representar a descoberta de grandes problemas. Além disso, a empresa terá uma grande perda de produtividade, dado que os times com funcionários faltosos ficam desfalcados e, portanto, não conseguem manter o ritmo de execução de suas atividades.

Como se não bastasse, as empresas ainda enfrentam os prejuízos financeiros, afinal de contas, estão pagando por horas que não estão sendo trabalhadas.

Funcionários que faltam podem estar desmotivados por problemas de relacionamento com seus colegas ou com as chefias – fato que precisa ser apurado para que não se repita.

No caso dos problemas de saúde, é preciso investigar se as demandas são proporcionais às habilidades de cada colaborador e se os funcionários estão trabalhando em posições adequadas, com todos os equipamentos necessários à prevenção de acidentes e de doenças em longo prazo (o que inclui não apenas as doenças físicas, mas também transtornos da mente, como estresse, ansiedade e depressão).

A insatisfação e o absenteísmo podem culminar em pedidos de demissão (ou funcionários que tentam forçar uma demissão por parte da empresa), abandono de emprego e em alta rotatividade de funcionários, o que impede a retenção de talentos.

5 dicas para combater o absenteísmo

Agora que você já entende as causas e as consequências desse problema comum no mundo corporativo, confira 5 atitudes que podem amenizar e evitar o surgimento do absenteísmo:

1. Processo seletivo detalhado

Nos processos seletivos das empresas, é natural que sejam avaliadas as habilidades e experiências prévias dos candidatos, de modo que sejam selecionados aqueles de fato aptos ao exercício da profissão.

No entanto, ainda são poucas as empresas que avaliam a compatibilidade do colaborador com a cultura da organização, levando em consideração sua personalidade e seus valores. Essa falta de compatibilidade pode levar à insatisfação do funcionário e, consequentemente, ao absenteísmo.

Portanto, as empresas precisam deixar claras as suas políticas internas, suas práticas e diretrizes, de modo que haja alinhamento de valores com o candidato.

2. Programas de incentivo

No caso de funcionários desmotivados, pode ser uma boa ideia dar início a programas de incentivo à assiduidade e à pontualidade. Até mesmo prêmios podem ser definidos, dando início a uma competição saudável.

Contudo, é importante, antes disso, que a empresa entenda os porquês da desmotivação de seus funcionários. Se há casos de preconceito, bullying, ou insatisfação com salários ou planos de carreira, por exemplo, não há programa de incentivo que resolva de fato o problema.

3. Comunicação interna

Os canais de comunicação interna precisam ser fluidos. Eles devem ser utilizados para que as chefias passem as ordens e recomendações de forma clara. Contudo, é importante que os líderes também sejam acessíveis para ouvir o que seus funcionários têm a dizer, incluindo suas insatisfações.

Muitos problemas surgem por simples e pura falta de comunicação. O clima geral deve ser de transparência e credibilidade, o que só é possível com um bom sistema de comunicação interna. A rede de e-mails, um sistema de intranet e o bom e velho mural de recados já são boas iniciativas nesse sentido.

4. Qualidade de vida no trabalho

O clima da organização pode ser essencial para a motivação dos funcionários. Todo mundo gosta de trabalhar num ambiente em que se sente acolhido e respeitado. Por isso, ações de integração de funcionários – como aulas de ginástica laboral, sessões de meditação, palestras e eventuais festas – são boas recomendações.

Além disso, é importante que a empresa zele pela saúde e pela integridade física de seus colaboradores, oferecendo ambientes bem iluminados, ventilados, seguros e adequadamente equipados. Cada funcionário precisa de uma boa estrutura (incluindo roupas e EPIs, se for o caso) para executar suas tarefas adequadamente, sem sentir dores e sem acidentar-se.

5. Feedback constante

Por fim, é importante que as chefias periodicamente ofereçam feedbacks a seus funcionários, apontando os pontos positivos, bem como aqueles que ainda precisam ser melhorados. Desde que isso seja feito de forma clara, transparente e respeitosa; o funcionário se sentirá acolhido, percebendo que a empresa preocupa-se com seu crescimento.

Da mesma maneira, é importante que os líderes também se coloquem à disposição para ouvir o feedback dos funcionários, os pedidos de ajuda, as sugestões e também os possíveis problemas de relacionamento ocorrendo na equipe. Um bom líder é também um bom ouvinte, pois é assim que ele identificará os problemas dos funcionários e conseguirá propor soluções eficazes.

Conclusão

O absenteísmo, ou seja, as faltas constantes de funcionários de empresas, pode ser desencadeado por uma série de fatores, como comportamentos que desmotivam e também condições de trabalho que adoecem os colaboradores.

Identificar as causas é o primeiro passo para solucionar os problemas e evitar suas desagradáveis consequências. Processos seletivos mais detalhados, comunicação interna, programas de incentivo, feedback e ações de qualidade de vida no ambiente de trabalho estão entre as medidas que podem amenizar e, possivelmente, eliminar esse problema da vida das corporações.

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