O principal objetivo de “constelar” é descobrir um mapa pessoal e familiar em que algumas “direções” não estiveram acertadas durante o percurso. Ou seja: algo na nossa história e de nossa família nos causa sofrimento e nos impede de seguirmos em frente, livres da dor e de todos os impactos que um determinado acontecimento teve em nossa vida.
Então, a constelação deve servir para, de alguma forma, rearranjar esses processos, resolvendo os conflitos, ajustando determinados caminhos e sarando essas feridas por meio do amor que vê o processo e que se revela de forma tão profunda em cada situação. Essas dinâmicas pessoais e familiares emergem das cenas da constelação.
Para dirigir o processo e encontrar os ganchos de resolução há algumas perguntas que o coach pode fazer ou atitudes que o coach pode tomar no sentido de caminhar do processo de desenvolvimento para o processo de resolução.
O que você acha que deveria acontecer agora?
Uma pessoa que está constelando uma forte desavença com o pai, por exemplo, pode ser impelida a abraça-lo, perdoá-lo ou simplesmente se afastar.
Você acha que precisamos incluir mais alguém no seu processo?
Pode ser que alguém que não foi representado no começo precise ser colocado no cenário: um novo namorado, um padrasto, ou mesmo um filho/a que ainda nem nasceu.
Na sua visão há alguém atrapalhando o processo e que precise sair ou mudar de posição?
A cena pode mostrar que há alguém que trabalha para separar ou dividir as pessoas. Muitas vezes quem está constelando só percebe isso nesse momento, e resolve tirar o representante do processo.
Que acontecimento você acredita que precisa ser representado aqui?
Há acontecimentos que inconscientemente recolhemos ao nosso “limbo” mental, e que precisamos nos lavar. O flagrante de uma traição, o encontro de um cadáver, enfim, situações que no meio do processo passam a parecer relevantes.
Situações a serem observadas e comportamentos que podem revelar conteúdos importantes:
Todas as pessoas se movimentaram e expressaram conforme sua conexão com o setting de constelação?
É importante saber se houve algo que não foi dito ou algum movimento que não foi feito. Algumas vezes o não dizer e o não fazer pode impedir a resolução de um problema.
Veja as posições e perceba quem está de frente para outras pessoas, ou de costas, ou mais para o passado ou mais para o futuro. Estão olhando nos olhos ou desviando?
Nada é aleatório, especialmente os posicionamentos. Se as posições do início foram mantidas ou alteradas, também é algo significativo
Não há problema, em situações específicas, estar em posições próprias: deitado no chão, para o caso de um acidente; em posição fetal, para fatos antes do nascimento; de barriga para cima como em um velório.
Não tente “diminuir” os impactos do processo. Entre de cabeça em todas as situações e deixe a catarse tomar conta do processo e promover as soluções e curas.
A “solução sistêmica” acontece no momento em que o mapa pessoa, as posições das pessoas, as falas e comportamentos, fizerem sentido para o coachee a ponto dele conseguir lidar melhor com essa situação, diminuindo as dores, os sofrimentos e se sentindo capaz de prosseguir em sua vida.Em todos esses casos o coach/constelador deve procurar as possíveis interpretações, sempre trabalhando com as emoções do coachee, a parte mais importante do processo. As situações são dele, as curas são dele, os conflitos a serem resolvidos, são dele!
Mas é verdadeiramente importante lembrar que a alma é a verdadeira dirigente do processo. Essa alma é o resultado da conexão do sistema com a energia de todas as pessoas que estiverem presentes. Por isso, muitas vezes, os movimentos de alma não podem ser entendidos cognitivamente, pois a constelação é mais sentida que entendida.
Nossa família é tão sagrada, que por isso não pode ser muito racionalizada. E a constelação sistêmica, por ser um processo coletivo, está acima das nossas possibilidades racionalistas – sentir é mais que pensar.
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