Desde pequenos, somos ensinados que precisamos pensar antes de falar e de agir. O problema é que, mesmo na idade adulta, há certos momentos de emoções tão intensas em que a impressão que fica é a de que qualquer raciocínio lógico desaparece.
Esse é o cenário perfeito para o surgimento do comportamento impulsivo. É por meio dele que as pessoas brigam no trânsito, falam o que não deviam e tomam atitudes precipitadas. Agir por impulso pode trazer consequências bem negativas, tanto para a vida pessoal quanto para a vida profissional. Para saber quais são essas consequências e como evitá-las, continue a leitura deste artigo!
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O que significa agir por impulso?
Agir por impulso é o ato de tomar uma atitude sem pensar nas consequências. Esse tipo de ação é sempre motivado pela emoção do momento, que se sobrepõe à razão. Por este motivo, o comportamento impulsivo é imediatista, ignorando a noção de longo prazo. Quando um funcionário xinga o chefe, por exemplo, ele está completamente dominado pela raiva do momento, ignorando que precisa ter um bom relacionamento com aquele indivíduo se quiser manter o seu emprego e o seu salário.
É claro que é impossível agir sem emoção. Os sentimentos fazem parte da vida e nos ajudam a perceber o mundo ao redor, tanto quanto a razão. Nesse jogo, não deve haver um “vencedor”, mas um estado de equilíbrio.
Consequências deste comportamento
Agir por impulso, portanto significa ignorar a razão e o longo prazo, mergulhando na emoção do momento. Esse comportamento pode trazer sérias consequências. Confira as principais delas.
1. Ter dificuldade de alcançar objetivos
Se uma pessoa sempre ignora a visão de longo prazo e permite que as emoções se sobreponham à razão, ela não vai conseguir conquistar os seus objetivos, em qualquer área da sua vida. Se ela precisa procurar emprego, mas cede à vontade irresistível de ficar na cama, ela não vai retomar a sua vida profissional. Se um indivíduo se propõe a seguir uma dieta, mas devora o primeiro bolo que aparece em sua frente, também não será capaz de chegar aonde deseja.
Ações impulsivas nos levam a sempre privilegiar o momento presente, deixando o futuro de lado. É bom “curtir” a vida, mas precisamos pensar também em longo prazo.
2. Ficar refém das emoções
Quanto mais uma pessoa alimentar o seu comportamento impulsivo, mais ela ficará refém das emoções. É claro que ninguém é capaz de controlar aquilo que sente, mas todos nós somos perfeitamente capazes de controlar as nossas atitudes frente ao que sentimos.
Não é saudável reprimir emoções, mas podemos administrar a intensidade das nossas atitudes. O simples ato de respirar fundo diante de uma provocação pode, por exemplo, evitar que um indivíduo agrida o outro, trazendo consequências graves para a vida dos envolvidos. O segredo da felicidade é sempre equilibrar a razão e a emoção; o longo prazo e o curto prazo.
3. Magoar as pessoas ao redor
Naturalmente, uma pessoa que não pensa antes de falar e de agir tende a magoar mais facilmente aqueles que estão ao seu redor. Isso pode ocorrer com familiares, amigos e colegas de estudo ou de trabalho, por exemplo.
Com medo ou com raiva do temperamento explosivo do indivíduo, as pessoas que com ele convivem passam a se afastar dele, evitando a sua companhia. Isso o conduz a um estado de isolamento e solidão, que tende a agravar os seus conflitos psicológicos.
4. Agravar a ansiedade
Por fim, quando o indivíduo percebe que está cada vez mais afastado de todos e incapaz de lidar com as suas próprias emoções, ele pode disparar comportamentos ansiosos e/ou depressivos. É uma espécie de círculo vicioso.
Pessoas ansiosas tendem a ser mais impulsivas, pois querem agir o quanto antes, muitas vezes deixando de refletir sobre as suas ações à luz da razão. Depois de agir de uma maneira inadequada, surge aquela sensação de arrependimento, de tristeza e de baixa autoestima. Por isso, o comportamento impulsivo pode ser tanto causa como consequência de sofrimentos psicológicos.
Como evitar o comportamento impulsivo?
Ao ler o cenário acima, você pode ter chegado à conclusão de que ele é terrível e irremediável. Terrível sim, mas irremediável jamais! Há técnicas muito eficazes para que uma pessoa aprenda a evitar o comportamento impulsivo. Conheça algumas delas.
1. Autoconhecimento
O primeiro passo para que uma pessoa deixe de agir por impulso é reconhecer que esse comportamento está ocorrendo. É preciso que o indivíduo se dê conta de que ele age por impulso, que permite que as emoções se sobreponham à razão e que nunca pensa em longo prazo.
Além disso, quanto mais uma pessoa conhecer a si mesma, mais ela será capaz de identificar os gatilhos desse comportamento, ou seja, os momentos em que os atos impulsivos ocorrem. Eles surgem em momentos de raiva? De tristeza? De gula? De que forma essa impulsividade ocorre? É importante conhecer a história pessoal para perceber as origens do problema. Compreender o que o motiva é essencial para pôr fim ao agir por impulso.
2. Meditação
O autoconhecimento, portanto, é um elemento essencial na administração de qualquer crise psicológica, como é o caso da impulsividade. Para isso, é importante refletir sobre os seus sentimentos e atitudes. Algumas pessoas fazem isso por meio de um diário, outras preferem meditar.
A meditação consiste em ficar sozinho num lugar tranquilo, por alguns minutos, e apenas deixar que os pensamentos passem por sua mente, sem apegar-se a nenhum deles. Prestando atenção apenas na própria respiração, o indivíduo desenvolve mais calma, tranquilidade e paciência. Quando praticada em longo prazo, a meditação permite que a pessoa saia desse estado automaticamente reativo e entre num estado de reflexão e administração emocional antes de agir.
3. Conte até 10
Contar até 10 é uma técnica que permite que o indivíduo não reaja quando estiver vivenciando emoções intensas. No momento em que a pessoa perceber que vai tomar uma ação impulsiva, ela conta até dez. É neste período que ela se lembra de que existe todo um futuro que depende do presente, e que não vale a pena jogar tudo pelos ares.
“Conte até 10” já foi, inclusive, o nome de uma campanha promovida pelo Ministério Público em 2012 para conter atos violentos e crimes de impulsividade. Seu lema era: “Conte até 10. A raiva passa, a vida fica”.
4. Ajuda especializada
Por fim, é sempre bom lembrar que qualquer sentimento ou comportamento que esteja comprometendo a qualidade de vida do indivíduo pode e deve ser tratado por meio da ajuda especializada. Neste caso, o ideal é contar com o auxílio de um psicólogo. Esse é o profissional que tem conhecimento profundo para conduzir o indivíduo num processo terapêutico de autoconhecimento.
Nas sessões, o indivíduo identificará as origens do seu comportamento impulsivo, perceberá os gatilhos da sua impulsividade e aprenderá técnicas eficazes para substituir esse comportamento por um pensamento mais racional e de longo prazo.
E você, é uma pessoa impulsiva? Conhece alguém com esse perfil? Como tem lidado com a situação? Deixe o seu comentário no espaço abaixo. Por fim, que tal levar esta reflexão àquele seu amigo ou familiar que se deixa levar pelo calor do momento? Faça a sua parte e compartilhe este artigo nas suas redes sociais!
Imagem: Por ShotPrime Studio