A alfabetização é o processo pelo qual uma criança ou adulto é apresentado às letras do alfabeto e aos sons que representam, de modo que consiga conectá-las em sílabas e palavras, aprendendo a ler e a escrever. Mas e quanto à alfabetização emocional? Você tem ideia do que isso significa?

Esse conceito é muito importante para o desenvolvimento pessoal e profissional do indivíduo, ajudando-o a relacionar-se bem com as outras pessoas, a administrar as suas emoções e a respeitar os sentimentos dos outros. Mas o que exatamente é a alfabetização emocional? Qual a sua importância? Que vantagens oferece à vida dos indivíduos?

As respostas para essas e outras perguntas, você conferirá no artigo a seguir. Siga em frente e boa leitura!

O que é a alfabetização emocional?

A alfabetização emocional é o nome dado pelas ciências do comportamento humano ao processo por meio do qual um indivíduo torna-se capaz de reconhecer os seus sentimentos, apurar as suas origens e administrar a sua intensidade. O conceito também engloba a compreensão dos sentimentos dos outros, interpretando-os adequadamente e aprendendo a conviver com eles. Portanto, pode-se dizer que a alfabetização emocional é o processo que conduz à inteligência emocional.

Desde Charles Darwin, a função das emoções tem sido estudada sobre as espécies. Ao longo do tempo, outros pensadores, como filósofos e psicólogos passaram a se aprofundar no tema e no seu impacto sobre as ações humanas. Hoje em dia, considera-se que, tanto quanto as competências intelectuais de um indivíduo, saber lidar com as próprias emoções é também primordial ao desenvolvimento.

Por que a alfabetização emocional é importante?

Por muito tempo, apenas os processos racionais e intelectuais eram levados em consideração quando o assunto era o desenvolvimento humano. As escolas, as universidades e os ambientes de trabalho simplesmente ignoravam a importância do surgimento, da identificação e da administração das emoções para o desenvolvimento das pessoas.

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Com o passar do tempo e com a evolução das diferentes áreas do conhecimento, a importância das emoções passou a ser considerada e, mais do que isso, a necessidade de administrá-las e de agir com elas, de forma funcional. Por esse motivo, diversas empresas e instituições de ensino têm feito trabalhos importantes ao promover reflexões e ao ensinar os indivíduos a lidarem melhor com a emocionalidade do dia a dia, ou seja, estimulando a alfabetização emocional.

O psicólogo cognitivo e educacional estadunidense Howard Gardner é um dos grandes entusiastas dessa área do conhecimento. Autor da teoria das inteligências múltiplas, Gardner defende que a alfabetização emocional pode ser desenvolvida tanto quanto as inteligências humanas, pois, quanto mais estimulada for, mais tende a se expandir.

Um panorama de desenvolvimento integral

Ainda hoje, a sociedade valoriza o raciocínio lógico-matemático em um nível acima dos outros tipos de inteligência. Assim, é comum verificarmos, ainda desde a infância, crianças que acreditam que a inteligência de um indivíduo é medida pela sua capacidade de dar as respostas certas ao professor e pelas notas que tira nas atividades avaliativas.

Todavia, é necessário compreender que uma pessoa inteligente não se baseia apenas em seus conhecimentos racionais, mas também na sua capacidade de dar nome ao que sente, de identificar as causas de suas emoções e de lidar com elas de maneira funcional, ao mesmo tempo em que lida também com a emocionalidade do outro.

Por isso, pesquisas recentes em desenvolvimento humano têm apontado que o chamado QE (Quociente Emocional) é tão importante e relevante quanto o QI (Quociente de Inteligência). Dessa forma, é essencial que as pessoas e que as instituições de ensino preocupem-se com a formação nessas duas frentes, que não são rivais, mas sim complementares. É uma realidade que ainda engatinha, mas que precisa superar a formação e a educação “tradicionais”.

Quais são os benefícios da alfabetização emocional?

Agora que você já compreende o conceito de alfabetização emocional e que entende a sua importância, que tal conferir as vantagens que o processo tem a oferecer às diferentes áreas das vidas das pessoas?

1. Autoconhecimento e equilíbrio

As nossas emoções revelam quem nós somos, como enxergamos o mundo e como reagimos a ele. Por isso, quando uma pessoa começa a prestar atenção em suas emoções, sem medo e sem julgamentos, essa pessoa vai identificar as suas forças e os pontos de desenvolvimento nesse aspecto, favorecendo o autoconhecimento.

Não devemos nos envergonhar e nem reprimir as nossas emoções, pois isso não é saudável. Devemos senti-las, compreender o nome dessas emoções, identificar quais foram as suas causas e administrar a sua intensidade para que possamos agir de forma construtiva.

2. Empatia

Quando uma pessoa começa a compreender melhor os processos das emoções que ocorrem em si mesma, ela também será capaz de ter uma percepção mais eficaz em relação às emoções do outro. Isso se reflete em uma postura de respeito e de empatia, ou seja, na capacidade de colocar-se no lugar do outro, imaginando o que ele deve estar sentido na situação que está vivendo.

Assim, é fato que a alfabetização emocional nos torna mais compreensivos uns com os outros, o que reduz os conflitos e torna mais saudáveis e edificantes os relacionamentos nas diferentes áreas de nossas vidas — pessoal, profissional, amorosa, familiar etc.

3. Decisões mais felizes

A vida é feita de escolhas. Quando uma pessoa consegue equilibrar-se entre a razão e a emoção, ela será capaz de tomar decisões mais eficazes, ou seja, que a aproximam daquilo que a felicidade representa para ela. Dessa forma, quando aprendemos a ouvir com mais atenção as nossas emoções, fazemos escolhas mais felizes.

Isso se vê em diferentes áreas da vida: na escolha de uma profissão, na condução de um relacionamento amoroso, na vivência das amizades, na adoção de diferentes estilos de vida, na vida espiritual, nas escolhas financeiras que fazemos dia após dia, enfim, em basicamente tudo aquilo que precisamos decidir.

Portanto, as infelicidades que temos nos relacionamentos, nas escolhas de faculdade e nos problemas familiares, por exemplo, podem ser mais bem resolvidas diante da alfabetização emocional.

Como você pode perceber, a alfabetização emocional é o processo que ensina as pessoas a refletir, compreender e administrar as próprias emoções, enquanto lidam também com o sentimento do outro, de forma saudável. É fundamental que cada indivíduo e também que cada instituição de ensino aprenda a trabalhar essa formação emocional desde cedo, de modo que as pessoas façam escolhas mais felizes em suas vidas.

E você, querida pessoa, como avalia a sua inteligência emocional? O que pensa sobre o tema? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além disso, que tal levar essas informações a todos os seus amigos, colegas, familiares e a quem mais possa se interessar pelo tema? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!