A I R/ Shutterstock Até mesmo Apolo rendeu-se às maravilhas do autoconhecimento como forma de entender sua luz e sombra

Desde a mais remota antiguidade, entre os deuses gregos, destaca-se a figura de um filho “bastardo” de Zeus, que se tornou adulto, já no quarto dia de vida, e que rapidamente ascendeu como um dos mais influentes e poderosos deuses de todos os tempos. Estou falando de nada menos do que Apolo, o deus da beleza, harmonia, perfeição, equilíbrio e razão.

O herdeiro, também era admirado por seus dons artísticos e temido por ser o mensageiro de pragas, doenças e da morte súbita. Com tantas qualidades e pouca maturidade emocional, não demorou a se tonar um tirano, obsecado pelo poder. De forma, implacável e violenta, Apolo conduziu guerras, massacres e, ainda por cima, planejou tomar o poder, de seu pai, Zeus, e sozinho, alcançar a supremacia.

Porém, o jovem, mesmo com todos os seus dotes, foi traído por sua ganância, ambição e vaidade, sem medida. Obviamente o menino não era páreo para “o deus dos deuses”, que logo descobriu seu plano de tomar-lhe o posto.

Zeus; foi generoso com o filho e, ao invés de puni-lo severamente e enviá-lo às profundezas da terra, foi convencido por Leto, a doce mãe de Apolo, a enviar-lhe a um lugar onde pudesse refletir sobre suas ações e comportamentos. Assim, o rapaz foi exilado, por um ano, e obrigado a prestar serviços, como pastor de ovelhas, ao rei Admeto de Terae, um simples mortal.

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Até um Deus Poderoso Precisa de Limites !

O exílio no campo, longe de tudo que conhecia, oprimia e desejava, fez Apolo olhar para dentro de si mesmo e repensar suas ações. Assim, com bastante autoconhecimento, conseguiu entender que até mesmo ele, com todos os seus inigualáveis poderes, deveria aprender que para tudo na vida, existem limites.

Conquistar o equilíbrio é o que faz com que alcancemos, verdadeiramente, o poder supremo, não sobre as pessoas, terras, mundos, mas sim, sobre nós mesmos. “Não devemos ignorar nossas sombras, mas tampouco deixar que elas dominem nossa vida”; refletiu Apolo em sua reclusão forçada.

Desvendando sua Luz e Sombra

Na vida do deus Apolo, suas sombras estavam presentes em todas as suas ações: o desejo de vingança daqueles que recusaram auxílio à sua mãe, as conspirações para tomar o lugar de seu pai, todas as mortes que causou para reafirmar sua fúria, quando desagradado, mostravam seu temperamento sem controle e sua vaidade exacerbada.

Ao deixar para trás uma vida de escuridão, Apolo nos ensinou que ainda que tenhamos grandes sombras, se assim o quisermos, temos também o poder de viver, verdadeiramente, a luz que habita em cada um de nós.

Por isso mesmo, resolveu abandonar seu temperamento destrutivo e dedicar-se inteiramente às artes, em especial, à música, para que, com seus acordes, ele pudesse inspirar e despertar sensações e emoções positivas em quem quer que o ouvisse.

Assim, o deus da beleza, passou por um profundo processo de autoconhecimento, que lhe possibilitou avaliar as consequências de seus comportamentos arbitrários e seu desejo de poder a qualquer custo. Como prova de sua redenção; mandou que fossem escritas, no famoso Oráculo de Delfos, as duas frases que marcam seu processo de iluminação. “Nada em excesso” e “Conhece-te a ti mesmo”.

Estas palavras até hoje nos inspiram em nossa jornada evolutiva. Pois, não por acaso, o alcance de equilíbrio e de empoderamento, são amplamente desejados, uma vez que conferem à nossa vida mais satisfação, bem – estar e plenitude.

Sabemos que, luz e sombra, são elementos essenciais e complementares. Deste modo, cabe a cada ser humano; aprender a se relacionar com as suas emoções, sentimentos e pensamentos e desenvolver as melhores maneiras para acessar e extrair o melhor de cada um destes extremos.

De forma que estes opostos, na hora e no momento certo, nos auxiliem a alcançar o estado desejado em nossa vida como um todo. Inspire-se no deus Apolo que disse: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo”. Reflita e permita-se ir além também!