A síndrome de burnout é uma doença que infelizmente tem se tornado cada vez mais comum. Trata-se de um tipo específico de exaustão — física, mas sobretudo mental — relacionado ao trabalho. É, portanto, uma doença ocupacional associada ao estresse na vida profissional.

Cansaço físico, dores de cabeça e no corpo, dificuldade de concentração, queda de produtividade, oscilações no apetite e no sono, irritabilidade, desânimo em relação ao trabalho e até mesmo alterações de ritmo cardíaco e pressão arterial estão entre os principais sintomas associados à doença, que é causa de muitos afastamentos.

É fato que há muitas coisas que os próprios colaboradores podem fazer para prevenir a doença, como organizar melhor a rotina, planejar as atividades, praticar exercícios físicos e alimentar-se de forma equilibrada. Todavia, diversas medidas dependem das empresas para que possamos combater este mal contemporâneo. Confira 8 delas na sequência. Boa leitura!

1. Cuide da infraestrutura do ambiente

Para evitar o estresse e até mesmo lesões físicas, é primordial que as empresas cuidem da infraestrutura que disponibilizam aos seus colaboradores. O ambiente deve ter espaço adequado, em equilíbrio com a quantidade de pessoas que ali trabalham. Além disso, é importante que o ambiente seja bem iluminado e arejado, promovendo conforto.

Cadeiras e mesas devem ser ergonômicas, ou seja, confortáveis e apropriadas às atividades ali executadas. O mesmo vale para as máquinas, equipamentos de proteção individual, ferramentas, entre outros utensílios. Forneça tudo o que for essencial ao trabalho, com segurança e qualidade. O que estiver velho, gasto e quebrado deve ser substituído.

2. Equilibre as demandas entre os funcionários

Frequentemente, a grande causa da síndrome de burnout é o excesso de demandas de trabalho, não havendo tempo adequado para executá-las, o que sacrifica a sua qualidade, bem como o bem-estar dos funcionários.

Se isso estiver ocorrendo, é essencial que a empresa tome conhecimento e apure as causas. Será que há algum colaborador sobrecarregado, enquanto outro está ocioso? Ou será que todos estão de fato muito ocupados, demandando novas contratações? Seja com novos funcionários, seja com uma reorganização das demandas, o fato é que a organização deve equilibrar as tarefas, de modo que ninguém se sobrecarregue.

3. Delegue funções adequadamente

Você colocaria uma reunião de negócios com o principal cliente da empresa nas mãos do estagiário que começou a trabalhar lá há 2 meses? Ou então pediria ao analista financeiro da empresa que criasse uma campanha de publicidade super inovadora? Não são decisões apropriadas, certo?

É preciso respeitar o tempo de experiência das pessoas, bem como a sua área de conhecimento, antes de distribuir as tarefas. Quando não há compatibilidade entre o que o indivíduo sabe fazer e o que lhe é pedido, podem surgir: o estresse, a ansiedade, a preocupação, o desânimo, entre outros efeitos desagradáveis.

4. Treine os líderes e os colaboradores

Nesse sentido, se há algo que a empresa pode fazer é oferecer treinamentos, ou estabelecer parcerias com instituições que os ofereçam. Quanto mais treinado e capacitado um colaborador estiver, melhor será o seu desempenho e mais seguro ele se sentirá no dia a dia.

O mesmo vale para os líderes: é essencial treiná-los, não apenas nos conhecimentos específicos das suas respectivas áreas, mas também na liderança em si. É fundamental formar líderes empáticos, humanizados, compreensivos, pacientes, didáticos, claros na sua comunicação e que de fato se importam com o bem-estar e com o progresso de cada membro do seu time.

5. Estabeleça uma rede eficaz de comunicação interna

Muitas vezes, o estresse no trabalho surge porque as informações não são claras e precisas e partem de diferentes fontes, quando cada um fala uma coisa diferente. Isso dá margem a confusões, boatos e fofocas de corredores, que geram alguma tensão entre os colaboradores.

Para evitar esse problema, é importante estabelecer uma rede oficial de comunicação interna, que unifique as informações e que seja clara e objetiva. Isso pode ser feito por meio de redes de e-mails, softwares de uso interno, intranet, murais de avisos e também pela boa e velha reunião presencial.

6. Seja transparente

Isso nos leva ao próximo item da lista, que é a transparência. Os líderes de uma empresa não podem esconder dos colaboradores os problemas que ela enfrenta. É importante que todos saibam o que se passa ali, de modo que consigam se preparar adequadamente para enfrentar a situação.

Algumas empresas tomam decisões às escondidas, sem consultar ninguém e sem revelar ao funcionário o real contexto em que as escolhas foram feitas. Isso gera um clima de desconfiança. Em consequência, quando os funcionários não confiam na empresa em que trabalham, a rotatividade tende a aumentar.

7. Adote uma gestão democrática e flexível

Uma gestão democrática é aquela em que o líder sabe que a decisão final é dele, mas que nem por isso deixa de incluir os seus colaboradores no processo e de ouvir o que eles têm a dizer. Nessa dinâmica, o funcionário não está ali apenas para fazer o que lhe for mandado, mas também para ter uma postura mais autônoma e proativa, contribuindo com as suas sugestões e opiniões.

Quanto à flexibilidade, ela consiste em relativizar o erro, entendendo-o como algo a ser evitado, mas também como fonte de aprendizado. Além disso, as gestões mais flexíveis também adotam horários alternativos, trabalho híbrido (local e remoto ao longo da semana, alternando), entre outras medidas, permitindo que o colaborador concilie a sua vida profissional e a sua vida pessoal da melhor maneira possível, em contato com os líderes.

8. Mantenha um clima organizacional positivo

Por fim, é importante ressaltar que toda empresa deve fazer o óbvio para satisfazer o seu colaborador: cumprir a legislação trabalhista, pagar em dia o salário e os benefícios, oferecer a estrutura de trabalho adequada, tratar a todos com respeito, definir regras claras de comportamento nas dependências da empresa e combater qualquer tipo de prática abusiva ou discriminatória.

Contudo, há também algumas ações mais inovadoras, que vão além do que é obrigatório e que estimulam ainda mais a construção de um clima organizacional positivo e sem estresse. Entre essas ações, podemos citar:

  • Confraternizações periódicas aos aniversariantes do mês;
  • Eventos internos — não apenas festas, mas também excursões, congressos e palestras;
  • Bonificação por desempenho — que pode ser em dinheiro, em presentes, em viagens etc.;
  • Adoção de medidas de qualidade de vida e saúde física e mental, como a prática da meditação no trabalho e da ginástica laboral, bem como a elaboração de campanhas internas sobre temáticas associadas;
  • Criação de espaços de descompressão, como salas de descanso, televisão e recreação;
  • Ampliação de áreas verdes na empresa e até mesmo a adoção de um pet para a organização;
  • Eventos temáticos, como “dia da mulher”, “dia do estagiário”, “dia dos filhos no trabalho” etc.

Essas medidas podem tornar o ambiente de trabalho mais tranquilo e feliz, mas é importante compreender que elas são ações complementares. Não adianta nada investir nelas se as demandas continuarem excessivas ou se as condições de trabalho não forem adequadas, por exemplo. Assim, coloque as dicas acima em prática e evite que a síndrome de burnout atinja os seus colaboradores.

E você, ser de luz, considera algum outro meio pelo qual as organizações possam evitar a síndrome de burnout? Então, deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!