Somos seres racionais, e é essa racionalidade é um dos principais fatores que nos difere da multiplicidade de animais que habitam o nosso planeta. Como já mencionei, nós somos seres resultantes da soma entre o Self 1 – nosso lado racional – e o Self 2 – nosso subconsciente, o lado passional, o melhor de nós. Compreender estas duas faces que nos compõem é fundamental para que nossa existência, enquanto filhos na imensidão desse mundo e para que sejamos pessoas cada vez mais evoluídas.
Para conhecer as maravilhas que nosso Self 1 e 2 desempenham em nós só podem ser conhecidas se a pessoa estiver verdadeiramente aberta para embarcar em uma viagem ao mais profundo do seu “Eu”. Para embarcar nessa viagem é necessário ter coragem e uma sensibilidade para olhar a partir de um ponto de vistas experiências, crenças e saberes, na busca de ressignificação de vida!
A possibilidade de poder conhecer nosso Self é algo que acho surpreendente! Eu tive essa oportunidade quando ingressei na minha carreira de coach, e me senti um ser iluminado, abençoado pelos deuses e pela natureza, e a partir de então me dedico em ajudar outras pessoas a transformarem suas vidas, assim como eu transformei a minha. É uma oportunidade única de transformação de vida! Porém, mesmo sendo algo único e mágico ainda há pessoas céticas que se negam a acreditar no poder da transformação do autoconhecimento proporcionado pela filosofia Coaching.
O Ceticismo
Esse ceticismo faz parte do pensamento Ocidental de racionalização. Alguns autores apontam que esse traço remonta desde a época dos filósofos gregos que colocou a racionalização das coisas como o novo “Deus” a ser cultuado. Para isso, foram traçados modelos teóricos e metodológicos a serem seguidos para que algo fosse cientificamente comprovado e reconhecido. Porém o estabelecimento desses percursos aceitáveis fez com que vários outros caminhos fossem desprezados.
Um alto preço foi e, ainda está sendo pago para que houvesse um fortalecimento do materialismo científico e filosófico. Entre os diversos ônus que esse modelo de pensamento nos e pagar está o distanciamento da consciência subjetiva e da espiritualidade. A ciência focou em olhar para o que era concreto, palpável, aquilo que os nossos olhos conseguem ver e comprovar transformando a consciência e a espiritualidade em um tabu a ser discutido cientificamente.
Alguns estudiosos apontam que vivenciamos por muito tempo o que pode ser chamado de “cientismo”, ao qual há uma radicalização negativa perante as temáticas inerentes à espiritualidade, fé e crenças, voltando-se unicamente aos fatos cientificamente comprovados através de modelos de observação pré-estabelecidos. Uma das características marcantes do conhecimento científico é o ceticismo.
A figura do pesquisador ideal é aquele que consegue deixar de lado todas as suas crenças, mantendo uma postura cética, distanciando dos conhecimentos de senso comum, questionar todas as variáveis possíveis, não deixando brechas para nenhum tipo de erro ou deslize. À primeira vista, o ceticismo moderado que leva a esses comportamentos até nos leva a crer que é bom, pois consegue assegurar de maneira confiável os resultados obtidos na pesquisa.
A Espiritualidade
De modo geral manter um ceticismo moderado pode até ser saudável, mas na prática não é isso que se vê. Se fizermos uma pequena análise história, veremos casos de ceticismo que beiram o irracional, ultrapassando os limites do bom senso, pois as pessoas que o praticam não conseguem ser céticas em relação às suas próprias atitudes. Criou-se um tabu relacionado à subjetividade e a espiritualidade e em decorrência desse fato poucas pesquisas e estudos científicos foram desenvolvidos envolvendo essas temáticas.
Nas últimas décadas que venho trabalhando como Master Coach, consegui perceber um desempenho maior em pesquisar e analisar cientificamente como a espiritualidade e a subjetividade das coisas influenciam diretamente no nosso ser, na nossa vida e em tudo que nos rodeia no mundo. Compreender a natureza da vida humana só é possível se entendermos a nós mesmos, em toda a nossa complexidade, não só como seres resultantes de processos químicos e biológicos, mas também como resultados de processos sociais e individuais.
Por mais que a ciência tenha desenvolvido tecnologias surpreendentes capazes de vasculhar desde a imensidão do Universo e até mesmo o mais íntimo e profundo das nossas células, somente com o desenvolvimento da nossa espiritualidade, do nosso Self, conseguiremos compreender qual é o nosso lugar no mundo, o que viemos fazer aqui e para onde vamos.