Se a gratidão envolve o reconhecimento sincero e profundo, esse reconhecimento exige de nós uma vivência. Somos gratos porque estamos unidos ao mundo, a Deus e às pessoas. Essa união me lembra dos círculos bíblicos. Trata-se de uma atividade para ser realizada com duas ou mais pessoas onde seja possível tirar dúvidas sobre a própria fé cristã e aprofundar-se na leitura da Bíblia.
Em família, vizinhos, amigos reunidos em grupo, tem-se a possibilidade de vivenciar a realidade concreta da vida a partir da realidade vivenciada por Jesus e seus discípulos. Nesse sentido, os cristãos se organizam em pequenos grupos, num dia durante a semana, fazem uma partilha da caminhada de fé, retomam alguma discussão levantada anteriormente, como pelo presidente da celebração da semana anterior, e definem um texto para estudo.
Escolhido o texto, invoca-se o Espírito Santo e sugere-se seguir os seguintes passos: ler, meditar, orar e contemplar. Pois bem, vejamos: Ler — Com a Bíblia aberta no texto definido pelo grupo, preferencialmente um dos Evangelhos, busca-se responder à seguinte pergunta: o que o texto diz?; É importante que a primeira leitura seja silenciosa, cada pessoa no seu ritmo.
Depois, uma segunda leitura: ler o texto com uma postura de fiel, todos na mesma sintonia de piedade ante o texto. Pode ser uma leitura conjunta ou alguém que leia para todo o grupo; Meditar — O grupo agora trará a realidade dita no texto para a realidade do grupo, o contexto presente. Para isso, responde-se à seguinte pergunta: o que o texto diz para mim e o que o texto diz para nós? A partir dessa pergunta, outras poderão ser feitas: como vejo esse texto refletido nas nossas questões atuais? Como podemos usar esse texto para sermos melhores cristãos, melhores cidadãos, melhores pais, mães e filhos? O que o texto tem a ver comigo, conosco? O que a situação do texto fala para mim, para nós, hoje? Orar — Parte-se da ação para a oração.
A partir do diálogo e das partilhas, colocar tudo agora em oração. Este passo evita deixar as interpretações anteriores soltas, vagas. Com a oração, todos conseguem concentrar as atenções, trazer as interpretações para o mesmo sentido; Essa oração pode ser compreendida em dois momentos: a primeira, em silêncio, em atitude de adoração, súplicas e agradecimentos; a segunda, verbalizada, em atitude de prece, cantos e louvor.
Contemplar — Já finalizando e estabelecendo uma ação concreta para cada pessoa desempenhar na sua caminhada particular, procura-se responder à seguinte pergunta: o que o texto provoca em mim? As respostas precisam ter o sentido de clarear o caminho após o encontro, ter soluções diante dos problemas levantados. As pessoas precisam se sentir motivadas, transformadas, a partir dessa experiência de círculo bíblico.
Precisam se sentir mais firmes na fé, mais consistentes como cristãs. O encontro precisa terminar deixando o gosto de querer voltar o quanto antes para o próximo. Daí em diante, cada pessoa tira a sua melhor lição de vida e procura desempenhar algumas ações concretas. Também, cada pessoa do círculo bíblico precisa se sentir mais fortalecida, entusiasmada para participar mais da vida da Igreja, para responder melhor aos compromissos familiares.
Caso esteja, a pessoa, num ministério de sua Igreja, desempenhar tal ministério com disposição é fundamental. Caso ainda não esteja, quem sabe, seja interpelada a assumir algum. A partir do círculo bíblico, cada um se fortalece na sua base religiosa, na sua dimensão concreta como cristão.
Com tal base fortalecida, terá condições de vivenciar qualquer outro chamado dentro da Igreja com a máxima consciência de estar desempenhando um serviço em nome de Deus, e não de qualquer outra vaidade humana.
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