A definição de impor os seus limites está diretamente ligada à condição de estarmos bem ou não estarmos bem. Quando não impomos limites para as coisas nas nossas vidas, nos sentimos esgotados. Baseados em estudos, podemos afirmar que a grande maioria das pessoas compassivas vive as suas vidas dessa maneira, esgotadas, simplesmente por não saberem impor limites no momento em que eles são necessários.

Para mim, era muito difícil aceitar que as pessoas vivessem as suas vidas dessa forma, até que um dia, em uma reflexão profunda, me peguei pensando: “E se essas pessoas estiverem fazendo o melhor que podem?”.

Bem, nunca saberemos se as pessoas estão fazendo o que podem ou não, mas, se tivermos a capacidade de aceitá-las como são, seremos muito mais felizes.  O fato é que, antes de termos generosidade para aceitar as pessoas como elas são, ao invés de mudá-las, primeiramente devemos mudar a nós mesmos.

Saiba impor os seus limites e dizer “não”!

Podemos começar refletindo sobre limites. Que limites precisam ser colocados para que eu seja capaz de manter a minha integridade e faça mais suposições generosas a respeito do meu próximo? Que limites precisam ser impostos para que eu não seja tão crítico?

Apesar de não nos sentirmos confortáveis, apesar de nos preocuparmos com o que o outro pode vir a pensar ou sentir, apesar de querermos que todos gostem da pessoa que somos, devemos impor limites, mesmo que essa não seja uma tarefa muito fácil a princípio.

Acredito que ter limites seja a chave para o amor próprio e também para que sejamos amorosos uns com os outros. Mas vejam bem: compaixão e empatia não são a mesma coisa.

Compaixão são crenças que estão intimamente ligadas uma à outra através de raízes de amorosidade e bondade. Se fizer sentido para você, compaixão talvez possa estar relacionada a Deus, ou ao Universo, ou a uma força maior.

Já a empatia está relacionada ao conjunto de habilidades que temos para trazer a compaixão para as nossas vidas. Empatia é algo que aprendemos desde crianças: como comunicar o nosso amor às pessoas de modo que elas tenham a certeza de que não estão sozinhas.

O poder da empatia

Todavia, devemos ser sábios o suficiente para não nos envolvermos profundamente com os sentimentos alheios, de modo a nos sentirmos esgotados. A empatia não está em sentir por alguém, mas sim em sentir com alguém. É como se uma parte de mim soubesse pelo que o outro passou, e então pudesse dizer “Eu também, irmão. Você não está sozinho nisso.”.

Em qualquer situação, impor os seus limites é extremamente importante. Nada em nossas vidas é sustentável sem limites.  Nos nossos relacionamentos, no trabalho, em família, em uma roda de amigos e até mesmo com desconhecidos, devemos sempre nos questionar: Quais são os limites aqui?

Quando aprendemos a impor limites, quando aceitamos as pessoas como elas são e quando entendemos a diferença entre compaixão e empatia, temos a chave para o amor próprio. Limites não são separações, não são paredes, não são barreiras nem divisões. Limites representam ter respeito por si mesmo e pelo outro.

As dores de quem não impõe limites

Você emprestaria 1000 reais a um amigo, se essa quantia fosse tudo o que você tem? Você aceitaria trabalhar todo sábado, sem folgas, sabendo que você tem uma família que também precisa de você? Você permitiria que pessoas com as quais você não tem tanta intimidade interferissem na sua vida e dissessem o que você deve ou não fazer?

O ideal é que a resposta a essas perguntas seja “não”. É claro que todo mundo precisa fazer alguns sacrifícios de vez em quando. Contudo, isso é diferente de abrir mão das coisas que são importantes para você apenas para fazer as vontades do outro.

Isso não deve ser confundido com egoísmo. Dizer “não” para propostas que não fazem sentido para você significa apenas amar a si mesmo. Se você precisa dos seus sábados para cuidar da sua família e de si mesmo, diga “não” se perguntarem se você pode trabalhar nesse dia — a menos que seja uma exceção por um motivo importante.

Tudo na vida é uma questão de conversar e encontrar o equilíbrio nas nossas relações. Não podemos obrigar os outros a fazer concessões que nos privilegiem, mas também não podemos sempre fazer concessões para beneficiar o outro. Deve haver um meio-termo, e isso vale para o trabalho, para os estudos, para a família e até mesmo para as amizades.

Se você não impuser os seus limites, estará sempre fazendo aquilo que não quer, apenas para não magoar ou contrariar as pessoas. Contudo, saiba que quem realmente está ao seu lado quer vê-lo bem e vai compreender os seus motivos. Portanto, diga “não” quando necessário, a fim de evitar que você seja infeliz e até mesmo que adoeça por viver uma vida inautêntica.

Conclusão

Refletindo sobre o que está bem e o que não está bem na sua vida, convido você a pensar: que limites você precisa que sejam impostos para que você tenha uma maior capacidade de suspender julgamentos e ser menos crítico? Que limites precisam ser colocados para que você seja mais generoso nas suas suposições a respeito das pessoas? Que limites você deve impor para ser mais feliz?

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