Josh Kaufman nasceu nos Estados Unidos, é consultor, pesquisador e escritor de negócios, empreendedor, trabalhando também com aquisição de habilidades, produtividade, psicologia comportamental, design de sistemas e otimização. Entre seus livros está o Best seller internacional, “O MBA pessoal: dominar a arte de Negócios”, que no caso, o torna um dos 100 melhores autores de negócios do mundo, conforme classificação pela Amazon.com.
Outro grande estudo de Josh Kaufman é sobre a arte de dominar a parte mais difícil de aprender qualquer coisa – “As primeiras 20 horas – Como aprender qualquer coisa?” Em seu TED homônimo, Josh descreve ser uma pessoa muito estudiosa (em suas palavras “a GEEK”), porém, há alguns anos atrás ele tornou-se pai e percebeu que a prioridade de sua vida havia mudado e que boa parte de seu tempo seria disposto a dar atenção a sua filha.
Como pesquisador e estudioso, não possuir mais tempo suficiente para praticar seu ofício seria, no mínimo, um desastre. Diante desta situação, ele decidiu procurar respostas por diversas fontes e assim descobrir uma maneira de: “Como aprender e como aprender rápido”. Através de suas consultas em livros, sites, artigos, etc., a resposta que encontrou foi: 10 MIL HORAS. Mas já ouvimos falar disso, certo?
Para seu espanto, ele percebia que poucos tinham esse tempo. Para se ter uma ideia, focando 18 horas por dia, todos os dias sem exceção, concluiríamos esse aprendizado em 1 ano e 7 meses… E você? Tem esse tempo? Adiante no aprofundamento de seus estudos, ele descobriu que isso não era verdade.
Sua pesquisa encontrou que a regra das 10 mil horas veio de estudos do professor K. Anders Ericsson, na Universidade da Flórida, que estudou atletas profissionais, músicos de nível mundial e grandes mestres de xadrez que eram altamente competitivos e em grandiosas performances nas suas respectivas áreas.
E ele entendeu também que o objetivo do estudo de Ericsson foi descobrir quanto tempo se levava para chegar no “Auge” nestas atividades, e sua descoberta foi que quanto maior a prática, quanto maior o tempo que essas pessoas investem praticando seus ofícios, melhor se tornavam.
O ponto de desentendimento que Josh encontrou foi quando descobriu que um escritor chamado Malcolm Gladwell escreveu o livro “Fora de Série – Outliers/2007”, onde a principal ideia era justamente a regra de 10 mil horas de Ericsson. Ao praticar, praticar e praticar, praticar muito e praticar bem, as pessoas conseguem evoluir bastante alcançando assim, o topo de sua área de atuação. Após seu lançamento, o livro Outliers imediatamente alcançou o topo da lista de mais vendidos, e ficou lá por três meses e, neste sentido, a regra de 10 mil horas estava em todos os lugares.
Desenvolvendo mais esta pesquisa, ele percebeu que boa parte das pessoas; mínimas conhecedoras desta publicação; iniciaram uma “brincadeira de telefone sem fio”. Neste sentido:
A mensagem inicial era que:
Leva-se 10 Mil horas para alcançar o Auge de uma atividade supercompetitiva;
Migrou para:
Leva-se 10 Mil horas para se tornar um Expert em algo;
Que se transformou em:
Leva-se 10 Mil horas para se tornar Bom em alguma coisa;
E que se tornou:
Leva-se 10 Mil horas para Aprender alguma coisa.
Porém, a mensagem o que o Dr. Ericsson realmente disse não condizia com essa última afirmação, de que se leva 10 mil horas para aprender algo. Logo, isso realmente não é verdade. E para esmiuçar esta teoria, Josh dedicou parte de seu tempo na biblioteca da CSU (Colorado State University) estudando, e ele encontrou uma análise que comprovava este ponto de vista.
Esta análise, que Josh encontrou, fora realizada por peritos desta Universidade, no qual eles instruíam pessoas a realizarem uma habilidade motora/cognitiva e/ou uma tarefa que requeria habilidade mental e neste processo eles marcavam quanto tempo cada participante levava para completar a tarefa.
O resultado foi que quando estes participantes iniciavam as tarefas, levavam muito tempo para adquirir praticidade, porque era algo novo, e por isso seus desempenhos eram horríveis. Contudo, com um pouco de prática, eles se tornavam cada vez melhores, melhores e melhores. Ou seja, se tornavam boas na ação com um pouco de prática apenas.
A partir deste momento a pergunta que ele se fez foi: quanto tempo nós levamos para começar algo partindo da total incompetência e tornarmo-nos um ser razoavelmente bom? E a resposta foi: 20 HORAS.
Podemos começar qualquer atividade partindo do ponto “Não sei absolutamente nada”, para uma prática focada nisso. Este tempo é bem viável, pois 45 minutos por dia completamos às 20 horas em um mês, e mesmo que nos escape alguns dias, às 20 horas ainda não seriam tão difíceis de acumular.
4 Formas para Aprender em 20 Horas
De qualquer forma, Josh percebeu que existe um método eficiente, em 4 tópicos, para nos fazer investir estas 20 horas em um novo aprendizado, sendo eles:
1. Decompor a habilidade: Temos de decidir exatamente o que queremos ser capazes de fazer quando acabarmos de aprender e para isso nós devemos dividir esta habilidade em pequenos pedaços. A maioria dos tópicos que pensamos como uma habilidade completa; são na verdade grandes pacotes de informações diferentes. Quanto mais conseguimos dividir essa habilidade, mais seremos capazes de decidir quais destas partes irão realmente nos ajudar a conseguirmos o que queremos.
2. Aprender o suficiente para se autocorrigir: Neste tópico, é necessário que escolhamos entre três e cinco recursos sobre a habilidade na qual estamos aprendendo, podendo ser Livros, DVD`s, Cursos, etc. E utilizá-los como fonte de consulta, autocorreção e/ou autoedição, tornando o aprendizado um meio de melhorar e notar quando estamos cometendo um erro e desta maneira corrigir nosso curso. Mas não podemos utilizar isso como forma de procrastinar, ex: “Após assistir estes 30 vídeos, estarei pronto para fazer…”
3. Remover as barreiras para praticar: Distrações como: televisão, internet, conversas paralelas, celular, etc. Ou seja, remova todos estes itens que ficam no caminho entre sentarmos e começarmos a aprender. Quanto mais somos capazes de usarmos nossa força de vontade para remover as distrações que estão nos impedindo de praticar, mais estaremos praticando, aprendendo e evoluindo, certo?
4. Praticar por pelo menos 20 horas: Neste ponto, somando-se os três tópicos anteriores; partimos para a prática em si, a ação. Contudo, é neste momento que a maioria das ações encontram a chamada “barreira de frustração”, aquela que nos impede de sentar e fazer o que devemos fazer. Então, o ato de se comprometer a praticar o que quer que seja focado, por pelo menos 20 horas, ou, somente 20 horas, poderemos ser capazes de superarmos esta barreira e se manter na prática o tempo suficiente para colhermos a recompensa.
Quatro simples passos que podemos utilizar e ousar para aprender algo novo. Fácil de falar na teoria e divertido de praticar. Grande parte do que queremos fazer, nós podemos fazer, pois algo que está intrínseco na barreira da frustração para aprendermos algo novo não é nada intelectual, também não é o processo de aprender várias dicas ou truques ou atividades. É algo emocional chamado MEDO.
Medo de se sentir estúpido, porque no começo de qualquer aprendizado novo, nos sentimos completamente estúpidos. Contudo na prática das 20 horas, por ser um tempo relativamente curto, vale a pena, mesmo que com este receio, investir neste aprendizado.
(Baseado no TED “The first 20 hours – How to Learn Anything by Josh Kaufman”).