Toda empresa, especialmente no início de suas operações, passa por algum processo de endividamento. Nunca é bom estar endividado, mas, se as dívidas não forem muito altas e se o dinheiro estiver sendo bem empregado, as perspectivas de crescimento da empresa serão boas. Vamos entender melhor.

O que é o endividamento empresarial?

Por definição, o endividamento de uma empresa é a relação entre o capital de terceiros e o seu capital próprio.

Uma empresa possui vários bens e direitos: instalações, estoques, dinheiro em caixa, veículos, móveis, utensílios, ferramentas, máquinas e equipamentos. Também possui valores e contas a receber (direitos). Os bens e direitos somados constituem o ativo da empresa.

Esses ativos foram obtidos tanto com o capital próprio (aplicações dos próprios sócios da empresa), quanto de terceiros (outras pessoas ou instituições).

O grau de endividamento de uma empresa consiste no percentual correspondente a este capital de terceiros, ou seja, quantos de seus bens e direitos foram obtidos a partir deste capital que não veio de seus donos.

Quanto maior for a percentagem do capital de terceiros (obrigações exigíveis) em relação ao capital próprio (obrigações não exigíveis), maior será o endividamento da empresa.

Vamos acompanhar um exemplo prático, conforme o balanço patrimonial de uma determinada empresa:

PSC

BALANÇO PATRIMONIAL – EMPRESA XPTO

·         Bens e Direitos

Total do ativo = 20 mil reais

·         Obrigações exigíveis = 8 mil reais

·         Patrimônio líquido = 12 mil reais

Total do passivo + PL = 20 mil reais

 

Observação: o patrimônio líquido consiste nos recursos dos proprietários que foram aplicados na empresa. Somado às obrigações exigíveis, este valor se iguala ao total do ativo da empresa.

Qual o grau de endividamento da empresa?

Fórmula: Grau de endividamento =  Capital de terceiros (passivo exigível)

Total do ativo

No caso da empresa XPTO = 8.000/ 20.000 = 0,4 = 40%

Isso quer dizer que 40% dos bens e direitos da empresa XPTO pertencem a terceiros. Portanto, esta porcentagem corresponde ao seu grau de endividamento.

Existe dívida boa?

Um questionamento que surge diante dessa matemática toda é: será que todo endividamento é ruim? Ou existe alguma circunstância em que ele é bem-vindo? Bem, ninguém gosta de estar endividado. No entanto, segundo especialistas, o endividamento é válido se for empregado na aquisição de bens de capital para o aumento da capacidade produtiva da empresa. Assim, é considerado um endividamento positivo aquele cujo objetivo é agilizar processos, investir em marketing, enfim, ser mais eficiente.

No entanto, quando a empresa obteve este capital de terceiros com a finalidade de pagar dívidas que já existiam, ou simplesmente pagar suas despesas, corre o risco de tornar-se inadimplente e comprometer sua existência. A tendência é que este cenário torne-se uma verdadeira bola de neve.

Resumindo, mesmo que uma empresa esteja endividada, o importante é que o capital investido esteja lhe conferindo competitividade e crescimento para que esteja apta a saldar suas dívidas no prazo determinado. Se a empresa tem boas perspectivas de receitas futuras para pagar o que deve, não há perigo.

O sinal vermelho aparece, porém, quando a empresa não está investindo seu capital em itens que possam aumentar sua receita, mas apenas pagando suas despesas básicas.