É comum ver muitas pessoas dizer que não gostam ou que não sabem negociar. Outras tantas dizem que também no processo de negociação, na maioria das vezes, se sentem “desconfortáveis” quando têm que barganhar o preço de algum produto ou serviço. Segundo essas pessoas, os vendedores quase sempre se valem da famosa frase clichê “já está com desconto”, para garantir o valor original na venda e não negociar.
A crítica pode ser verdadeira, entretanto, não podemos negar que, seja na compra de algo ou em qualquer coisa que estejamos fazendo, sempre estamos negociando alguma coisa. No trabalho, por exemplo, quantas vezes você teve que negociar prazos e datas com o seu chefe? Muitas! E em família, quantos foram os momentos em que a negociação foi a única forma justa de se chegar a um denominador comum e resolver os conflitos? Várias, não é mesmo?
Esses são alguns exemplos de situações em que temos que negociar, mas a negociação não para por ai, ela está presente em tudo. Em maior ou menor escala, estamos sempre buscando resolver os nossos dilemas pessoais e profissionais e buscando chegar a um resultado que nos favoreça. Preços, dívidas, prazos, tarefas, divórcios, investimentos — tudo na vida exige a capacidade de negociar.
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Negociação na prática
Se são tantos os benefícios, por que as pessoas tratam a negociação ainda com tanta resistência? Bem, entendemos que geralmente precisamos negociar quando estamos numa situação mais desfavorável, pois nem sempre negociamos preços, mas sim o ajustamento das nossas crenças e valores às crenças e valores de outras pessoas.
Por isso, muitas vezes, negociar pode ser doloroso porque representa abrir mão da nossa forma de pensar e adequar-se a um novo contexto, para o qual, às vezes, não nos sentimos preparados.
Imagine, por exemplo, que um casal more numa determinada cidade e um dos dois foi promovido e será transferido para outro local. Uma das partes terá que decidir se vai junto com o seu parceiro, mudando a sua vida e os seus planos para acompanhar a mudança, ou se fica, terminando a relação ou conduzindo-a a distância.
Essa negociação envolve fatores emocionais, profissionais e financeiros. Quando ocorre de forma inesperada, traz o conflito de interesses e pode gerar desconforto, crises e momentos complicados, que fazem com que as pessoas associem o ato de negociar a momentos difíceis de sua vida.
Entretanto, se olharmos por outro viés, poderemos compreender melhor como a negociação é o meio mais democrático de se chegar a um denominador comum e conciliar as vontades, as possibilidades e os interesses das partes envolvidas.
Por isso, ao negociar qualquer coisa em sua vida, tenha em mente que esta é a sua oportunidade de mostrar a sua opinião, de ouvir e de compreender a visão do outro para chegar ao resultado que você deseja.
Ás vezes, nós temos sucesso, noutras temos que ceder, mas o importante é entender que, a cada vez que negociamos, nós temos a oportunidade de desenvolver os nossos argumentos e a comunicação interpessoal, bem como de expandir a nossa capacidade de persuasão. Assim, se negociar é preciso, o melhor mesmo é aprender como fazer! Permita-se!
4 dicas para negociar com sucesso
E você, como vão as suas habilidades de negociação? Confira algumas dicas a seguir e compreenda como esse processo é capaz de transformar positivamente a sua vida pessoal e profissional!
1. Desenvolva a inteligência emocional
Em situações de negociação, o desejo de sair vencedor jamais deve comprometer o raciocínio lógico. Por isso, é preciso manter as emoções sob controle e pesquisar as oportunidades positivas, como fazemos com os preços de um produto que desejamos comprar. Negociação e impulsividade não combinam, OK?
Ao encontrar cenários vantajosos, contudo, não faça a sua melhor oferta de cara. Aprenda a ceder gradativamente, de modo que se chegue a um meio-termo interessante a todos os envolvidos.
Se não conseguir, não hesite em buscar outra possibilidade de negociação. Apenas certifique-se de desenvolver a sua inteligência emocional para administrar a ansiedade nesses momentos. Negociar exige persistência, mas também flexibilidade. Observe a postura do outro e analise se ele está mais propenso a ceder, ou se está irredutível.
2. Fuja dos clichês e antecipe os argumentos adversários
“Você não vai encontrar um preço mais baixo” e “essa oportunidade é imperdível” são expressões mais do que conhecidas e que podem ser destruídas com uma simples consulta ao Google. Por isso, a dica é construir um roteiro, já considerando as objeções que podem surgir e desenvolvendo uma argumentação mais edificante e criativa, fugindo do lugar-comum. Tanto em negociações presenciais como online, ter personalidade, autonomia e inteligência é fundamental.
Dessa maneira, se você estiver negociando com um parceiro de negócios, com um chefe ou com um familiar, por exemplo, reflita sobre os argumentos que eles poderão apresentar. Construa a sua argumentação de modo que você possa neutralizar os argumentos deles. Esteja sempre um passo à frente, mas aberto a ceder em alguns aspectos!
3. Entenda que as habilidades de negociação podem ser desenvolvidas
Ser um bom negociador não é um dom que alguns têm, e outros não. É uma habilidade que pode ser aprendida e desenvolvida por qualquer um que desejar, sendo que a prática leva à perfeição. Dessa forma, é essencial que a negociação jamais seja compreendida como um confronto pessoal, a não ser que estejamos falando de um familiar ou amigo íntimo.
Contudo, na vida profissional, cada indivíduo fecha o negócio que lhe parecer mais vantajoso, e dizer “não” faz parte do jogo. Assim, não há por que se ofender. Apenas seja comunicativo, desenvolva um discurso persuasivo e anote também os questionamentos que você deseja fazer à outra parte.
4. Adquira conhecimentos constantemente
A área das negociações é muito rica em textos, artigos, estudos e cursos (online e presenciais) que abordam o assunto. Todos esses materiais podem ajudar você a desenvolver um plano estratégico de negociação, o que pode ser muito útil para fortalecer os seus argumentos ou valorizar o seu dinheiro/produto. Eles também ensinam a pessoa a verbalizar esses valores de forma convincente, seja em comunicação oral ou escrita.
A aquisição do conhecimento é o que nos permite vencer as objeções que surgem. Ela também é importante para que saibamos desenvolver planos B, C, D, entre outros, de modo que saiamos da negociação da melhor maneira possível.
Negociar é a arte de agregar valor a si mesmo, sempre com honestidade, ética e transparência, sem que ninguém seja prejudicado. O domínio das técnicas de negociação permite que as pessoas lutem com mais eficácia por seus interesses. Isso lhes permite alcançar os seus objetivos em todas as áreas da vida: pessoal, profissional, financeira etc. Ainda que a negociação faça parte de algumas profissões específicas, todos devem ter noções básicas do tema para prosperar!
O que você achou das dicas acima? Quais delas você sente que precisa desenvolver com mais dedicação? Deixe um comentário com a sua resposta no espaço abaixo. Por fim, não se esqueça de compartilhar este artigo nas suas redes sociais. Leve estas recomendações aos seus amigos, colegas, familiares e a quem mais possa se beneficiar deste conteúdo!
Imagem: Por bluedog studio