Em um contexto de grupo é normal que emoções sejam distintas daquelas que experimentamos individualmente, é comum se emocionar com a história do outro, isso é ser empático. Não temos vergonha de cometer uma gafe quando estamos sozinhos, por exemplo, pois não há ninguém nos julgando. Já em grupo, o escopo de sentimentos é diverso. Empatia, segurança, ansiedade, admiração, timidez, curiosidade, integração – os coachees provavelmente sentirão tudo isso.
Para lidar da melhor maneira com os sentimentos despertados, lembre-se ou imagine quais são os estados emocionais mais comuns apresentados quando os indivíduos estão reunidos, especialmente numa sessão de Coaching. Imagine-se atuando como coach neste momento:
- O que o semblante dos coachees demonstra?
- O que a linguagem corporal do grupo diz?
- Como eles expressam suas opiniões – com paixão, desânimo, autenticidade, receio?
- Qual seria a melhor forma de motivar cada um, de gerenciar eventuais emoções negativas?
Manifestar e observar emoções em um grupo são ações comprovadamente terapêuticas. Sempre que um sentimento forte e destrutivo se manifestar, lembre-se de que aquele momento será uma oportunidade de crescimento para você e para o grupo, pois haverá na prática a administração de emoções.
Tomemos como exemplo a euforia. Ela deve ser freada ou nutrida? A que rumos ela está levando o grupo? A empolgação pode ser proveitosa ou não, então cabe ao coach direcionar as dinâmicas, inclusive a nível emocional, para que sejam uma força motriz do desenvolvimento de todos.
Emoções, quando administradas da maneira correta, não são danosas, por pior que possam parecer. O perigoso é justamente a apatia, porque ela não impulsiona o grupo a nada, apenas tolhe o desejo de integração e evolução. Como coach, sempre tenha em mente a motivação como objetivo primordial das dinâmicas da sessão para que o grupo não fique apático. É certo que não é uma tarefa fácil lidar com emoções.
Se já é desafiador termos autocontrole emocional, que dirá estimular essa habilidade em outrem! As pessoas vivem de acordo com sua própria visão da realidade, são muito complexas. Não é fácil ter certeza de que não vamos ofender ou magoar alguém com nossas ações. Então, mais uma vez, cabe ao coach ser extremamente compreensivo e empático para que consiga ajustar seus conhecimentos e práticas, da melhor maneira possível, aos mapas mentais dos coachees.
Aprendendo a Lidar com as Emoções
O meio mais eficaz de lidar com os sentimentos alheios é saber lidar com seus próprios sentimentos. É importante saber que nunca devemos reprimir nossas emoções – pelo contrário, devemos aceitá-las. A partir de então, podemos atribuir-lhes a importância devida. Quando uma sensação muito desagradável te assaltar, reflita sobre os seguintes pontos:
- Faz algum sentido se deixar afetar?
- Seus sentimentos representam a verdade absoluta?
- Você está tendo uma reação proporcional à importância do ocorrido?
Se você consegue ter esse discernimento, auxilie os coachees a questionar suas próprias emoções. O coach também deve desatrelar a ideia que tem dos integrantes da emoção que eles manifestam. É necessário cautela para não rotular alguém de, digamos, estressado, distraído, contido ou invasivo a partir de suas ações, sejam elas isoladas ou frequentes.
Em outras palavras, as pessoas não são os sentimentos que elas demonstram, são muito mais do que isso. Considerando a vida inteira de um indivíduo, uma sessão de Coaching representa um momento ínfimo no longo período de tempo por ele vivido. O que é visto na sessão é só a ponta do enorme iceberg que é sua individualidade. Julgar alguém é inevitável, mas conter esse julgamento torná-lo o mais racional e equilibrado possível, é fundamental. Voltemos, então, às emoções.
Outro caráter peculiar delas é que, em grupo, são contagiantes. É desejável que apenas sentimentos positivos atinjam os demais. Ao invés do receio, da incerteza e do ressentimento, o bom humor, o entusiasmo, a cooperação, o respeito e a leveza são fatores que devem contagiar a todos.
Apesar disso, tenha certeza de que emoções negativas surgirão. Uma forma de fazer com que percam sua intensidade é deixar que a pessoa as expresse livremente até que sejam “esgotadas”. Com cautela, permita que o coachee se sinta embaraçado, chore ou esbraveje até seu limite. Dessa forma, ele se sentirá aliviado e a sobrecarga de estresse vai passar.
O estresse nos impede de sentir empatia e absorver informações, logo precisa ser minimizado, especialmente numa sessão de Coaching. Todos devem aproveitar ao máximo a oportunidade valiosa de convivência em grupo que o Coaching Group propicia. Os indivíduos expansivos demais poderão aprender como se regrarem a fim de se relacionar mais adequadamente, já aqueles que são introvertidos terão a chance de colocarem para fora seus pensamentos, e assim saírem de suas zonas de conforto e partir para a zona expansível de desenvolvimento.
A heterogeneidade de indivíduos e sentimentos é um solo fértil para o crescimento do grupo seja qual for suas demandas ou pontos de melhoria. Vivenciar momentos e experiências jamais vividas antes no faz sair da nossa zona de segurança, onde podemos prever nossas reações e sentimentos.
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