Perfeccionismo – esta é uma qualidade que gera muitas controvérsias, pois representa um padrão que para muitos é inalcançável, enquanto que para outros é a única referência. A polêmica é tanta que por muito tempo foi recomendando aos profissionais que ocultassem esta característica em entrevistas de emprego, por exemplo, ou seja, ser perfeccionista não era visto com bons olhos.
Quem leu algum livro ou assistiu a filmes sobre a vida de Steve Jobs vai lembrar o quanto um dos fundadores da Apple era tão perfeccionista e exigente consigo mesmo e com seus parceiros e equipe. Tanto é que no lançamento do computador Macintosh, em 1984, ele ficou obcecado por seu produto dizer “Hello” ao ser ligado. Para isso, pressionou seu programador até o profissional conseguir colocar esta função e causou muito reboliço nos bastidores da empresa.
O Lado Bom e Ruim do Perfeccionismo
O caso de Jobs mostra como o perfeccionismo pode ajudar a construir um verdadeiro império tecnológico, como a Apple. Olhando por outra perspectiva também mostra como isso pode criar uma série de problemas de relacionamento, divergências importantes na equipe e prejudicar os resultados.
Isso acontece porque geralmente o padrão do perfeccionista é muito alto, isso faz com que busque dar o seu melhor e o motive e conquistar os melhores resultados profissionais. Entretanto, também se reflete numa pessoa menos resistente a frustrações e menos flexível aos seus erros e às falhas dos outros.
Quando o perfeccionismo é usado de maneira positiva, o profissional, independente de cobranças externas, lança para si parâmetros de qualidade que devem ser respeitados e seguidos em seu trabalho. Na prática, isso representa um colaborador mais atento aos detalhes, mais comprometido com as demandas, com os prazos, que busca evolução constante e também que se sente mais responsável pelos resultados; o que é bom para toda empresa.
Contudo, quando esta qualidade extrapola os limites, o indivíduo torna-se uma pessoa rígida demais, extremamente metódica, que tem dificuldades de trabalhar em grupo, respeitar a forma de trabalho do outro, escutar diferentes opiniões e adaptar-se num ambiente onde ele não seja a figura dominante.
Quando este é o caso do líder, a equipe pode sofrer muito, pois para ele nada nunca está “bom o suficiente” e seus feedbacks são sempre intempestivos e negativos. Deste modo, por mais que seus liderados se esforcem e deem seu melhor, nunca conseguem alcançar o nível de satisfação do gestor na entrega das demandas e projetos.
Isso tende a desmotivar a equipe, que sente seu trabalho desvalorizado e suas habilidades e competências ineficientes diante das exigências altas do seu gestor perfeccionista. Então, se você tem um perfil perfeccionista, busque equilibrar esta característica e fazer dela uma aliada profissional, e não algo que possa prejudicar seu futuro em qualquer empresa.
Vá pelo caminho do meio, utilize esta competência a seu favor, faça um bom trabalho, mas sempre respeitando o jeito de ser do outro. E lembre-se: “feito é melhor que perfeito!”. Faça!