As emoções têm origens diversas, especialmente quando o assunto é comportamento alimentar. Podemos receber estímulos ao ver um alimento, ao sentir o seu cheiro, ao pegá-lo com as mãos, ao saboreá-lo, ou simplesmente ao ouvir alguém o descrevendo.

Como herança da evolução de nossa espécie, nossas emoções são estimuladas pelos nossos cinco sentidos, afinal de contas, todos nós precisamos comer e beber para sobreviver. No entanto, eles não são os únicos estímulos.

Os pensamentos, ou seja, as ideias também constroem emoções, inclusive no âmbito dos comportamentos alimentares. Quando você quer tomar um sorvete em um dia de calor com os amigos, você teve uma ideia que impactou uma escolha alimentar. Quando você decide comer mais salada e menos carboidratos para emagrecer, você também teve um pensamento e uma emoção que geraram um comportamento.

Emoções afetam nosso corpo

Qualquer estímulo externo pode nos provocar uma determinada emoção. Tudo isso é controlado pelo sistema nervoso. Esse sistema é responsável por contrair nossos músculos para uma reação de luta ou fuga, ativar manifestações fisiológicas de defesa e acionar o sistema endócrino, responsável pela produção de substâncias como o cortisol, entre outros neurotransmissores que regulam nossas emoções e nosso estado de humor.

O problema é que, cada vez que uma determinada emoção é registrada, o sistema nervoso fica mais propenso a repeti-la, fortalecendo sempre os mesmos circuitos. É por isso que uma pessoa que passa por situações de estresse com frequência vai, cada vez mais, fortalecer o mecanismo de reação ao estresse.

É o cérebro tentando preparar o seu corpo para reagir aos estímulos, mas isso pode desencadear problemas como ansiedade, estresse crônico e depressão. Nessas doenças, o círculo vicioso está sempre acionando o sistema nervoso com base nas mesmas emoções e nas mesmas reações.

Impactos sobre a alimentação

Essa retroalimentação do sistema nervoso também tem muito a ver com a compulsão alimentar. Cada vez que alguém passa por um momento de tristeza ou de estresse e come um alimento de que gosta para se sentir melhor, a tendência é que o cérebro registre essa ação, passando a exigir que a pessoa a repita cada vez que sentir uma emoção negativa.

Esse é o caminho para o desenvolvimento de um comer compulsivo. Este problema precisa ser tratado o quanto antes, pois, cada vez que a pessoa comer de forma compulsiva, o cérebro vai “pedir” que esse comportamento se repita para que a pessoa se sinta melhor.

Dessa forma, é preciso compreender que as pessoas podem encarar dificuldades em emagrecer ou em manter o peso por profundas questões emocionais. Enquanto elas não estiverem bem solucionadas (sejam elas questões de depressão, ansiedade, medos ou estresse), não há dieta que consiga solucionar o problema sozinha.