O conhecimento é capaz de transformar vidas e, se utilizado devidamente, contribui significativamente para a construção de um mundo melhor. Trata-se de um processamento complexo e subjetivo da informação absorvida por um indivíduo. É a interação com processos mentais lógicos e não lógicos, com experiências anteriores, insights, valores, crenças, compromissos e vários outros elementos que fazem parte da mente de uma pessoa.
Até os dias de hoje, a definição de conhecimento desenvolvida por Sócrates ainda é uma das mais aceitas pelos acadêmicos. Como o filósofo grego não deixou qualquer tipo de material escrito com seus pensamentos, o que sabemos sobre sua forma de raciocinar são os textos de Platão, um de seus principais discípulos. Diálogos sobre o significado da palavra conhecimento aparecem em textos famosos de Platão, como Mênon, Timeu, Teeteto e na República.
Neles, o conceito é definido como uma opinião verdadeira que possui justificativas. Sendo assim, o conhecimento e a opinião se separam devido ao viés racional inerente ao primeiro. Mas o que seria uma opinião justificada pela verdade? Essa resposta não foi obtida pelos filósofos clássicos, tendo em seus textos, tanto Platão quanto Aristóteles, uma noção expressa bastante vaga sobre tal ponto. Essa definição é explorada mais claramente pelos autores modernos, que utilizam o conceito de “evidência” para justificar que uma opinião é na verdade um conhecimento.
Quando migramos esse olhar para o campo científico, a evidência ganha ainda mais peso, podendo ser obtida por uma observação empírica ou mesmo por explicações de cunho mais abstrato, como as equações físicas que justificam a movimentação de um corpo celeste cuja verificação ainda não é possível. Saber que um fato se constitui em uma verdade justificada é só o primeiro passo. Mais importante que obter conhecimento é a gestão aplicada a ele, ou seja: de que forma a pessoa utiliza o conhecimento adquirido para transformar sua vida e a das outras pessoas, sempre para melhor.
Veja dois tipos de conhecimento que pode ser aplicada pelo ser humano: Conhecimento explícito – O termo explícito também advém do latim, da palavra explicitus, que por sua vez representa aquilo que é formalizado, dito, mostrado e explicado. É aquele tipo de conhecimento formalizado, ou seja, que adquirimos por meio de cursos, formações, treinamentos, especializações e que são de conhecimento público, pois todos sabem ao demonstrarmos em nossas ações e resultados.
Esta habilidade é materializada por meio de nosso trabalho, a exemplo de planilhas, planejamentos, artigos, livros, vídeos, relatórios e de tudo mais que transformamos em algo concreto. Por isso podemos dizer que a empresa contrata o profissional por seus conhecimentos explícitos, mas sempre desejando que seus conhecimentos tácitos complementem sua formação e agreguem valor e diferenciais competitivos ao seu capital humano. Conhecimento tácito – A palavra: tácito é proveniente do latim, do termo tacitus, e representa em sua tradução: “aquilo que não pode ser traduzido por palavras”.
Como tal reflete aquele tipo de conhecimento que adquirimos ao longo de nossa vida, por meio de nossas experiências pessoais e profissionais e de nossas vivências e observações e que estão guardados apenas em nossa mente.
Neste sentido, podemos dizer que cada pessoa tem sua bagagem de conhecimentos tácitos e únicos, ou seja, eu tenho os meus e você os seus, mas isso tudo está armazenado apenas em nosso cérebro. Só nós sabemos! Numa empresa, por exemplo, também é esse leque de atributos que acaba direcionado o trabalho do profissional, pois além de suas habilidades técnicas ele também pode se utilizar de suas experiências e aprendizados para ter novas ideias, propor soluções e inovações, tomar decisões mais assertivas e relacionar-se melhor com seus colegas, equipes, clientes e pares.
Esses dois tipos de conhecimento, aplicados e compartilhados na empresa, contribuem para a geração de valor e a melhoria do atendimento ao cliente. Uma vez disseminado, o conhecimento pode ser retido por outros colaboradores gerando resultados positivos. Sabendo agora a diferença entre conhecimento tácito e explícito, qual deles você percebe como mais presente em sua bagagem profissional atual?
Pergunto isso porque dependendo de sua formação pessoal e profissional é possível que um esteja se sobressaindo ao outro. Se, por exemplo, você está iniciando sua carreira no mercado de trabalho, sem nenhuma formação específica, é normal que neste momento seus conhecimentos sejam mais tácitos que explícitos. Por outro lado, se você já tem uma história profissional e tem aplicado o que aprendeu, na universidade ou em cursos, junto com seus aprendizados pessoais para realizar o trabalho em sua empresa e conquistar os seus resultados, você está usando as duas habilidades e fomentando seu sucesso.
Nesse sentido é válido estar atento ao conceito de aprendizagem organizacional, ou seja, aliar o conhecimento explícito ao tácito em prol de alcançar novos horizontes dentro e fora das organizações. A aprendizagem organizacional é uma junção de conhecimentos formais e informais, que permite à organização criar seus próprios modelos de gestão, coerentes com as suas necessidades e pautados no que ela precisa para alcançar os resultados.
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