A consciência é a capacidade do nosso “Eu” de estar ciente do seu próprio ser e do mundo ao seu redor. Ela tem duas perspectivas: pessoal (“Eu”) e universal (Unidade). Essas perspectivas não são excludentes nem pertencentes às dimensões distintas. A consciência e o ser são realidades que existem independentemente de um corpo físico. Elas são associadas ao mundo, ao Universo, ao coletivo. Quando acontece uma divisão entre consciência e ser, perdemos, aos poucos, aquilo que nos liga às capacidades absolutas da consciência e o contato com a dimensão universal.
Podemos entender que o ser é o todo, é o um indivisível. Ele se manifesta no Universo por meio de suas particularidades e individualidades. Isso o torna único em sua essência, mesmo integrado ao Universo. A consciência universal materializa-se e se personifica por meio da individualidade do ser.
O desenvolvimento máximo da consciência de si e do mundo torna possível que o ser individualizado seja o espelho do ser universal. Mesmo individualizado, o ser deve manter conexão com a dimensão universal da consciência e se descentralizar. Isso, que vamos chamar de consciência do “Eu”, é um estágio para atingir a consciência da unidade, também chamada de consciência universal, ou “Eu Maior”.
O ser humano é inteiramente movido por esses dois estados de consciência: a consciência do “Eu” e a consciência da unidade. Por trás de toda vida humana, de qualquer ação ou escolha de todos nós — seja guerras, tratados de paz, acordos políticos ou invasões, casamentos ou rompimentos — está uma dessas consciências e, consequentemente, um estado interno.
É a consciência da unidade que está vinculada a toda a energia de prosperidade e riqueza. É essa consciência expandida que gera os movimentos energéticos mais profundos de consciência. A forma como educamos nossas crianças e toda a cultura que nos influencia desde o início de nossas vidas até o fim não se preocupam com os dois estados de consciência. Eles, pelo contrário, incentivam a competição, o que prejudica o crescimento e a conquista de uma vida plena.
Quando estamos submergidos somente na consciência do “eu”, estamos voltados para o ego, para nosso próprio umbigo. Movendo-se assim, as pessoas tendem a culpar algo externo por seus fracassos. Porém, quando vencem, consideram que o poder de conquistarem determinado objetivo é apenas seu. Indivíduos que agem assim estão conectados somente ao seu cérebro inferior. Sob essa perspectiva da consciência, vemos frequentemente surgirem estados de obsessão, cuja característica evidente é estar preso à dor, às emoções ruins do passado ou às expectativas do futuro.
E isso pode acontecer com qualquer um. Pense e responda para si mesmo: quantas vezes você já sentiu inveja ou culpa? Quantas vezes você já se viu fazendo algo do qual você se arrependeu? A consciência do “Eu” é o estado em que criamos problemas e não os resolvemos, é a vida em eterno sofrimento, frustração, sensação de solidão e estresse. Sentimo-nos perdidos e desconectados dos outros.
Quando um estado de sofrimento se mistura com nossos ideais, por mais elevado que sejam, eles se tornam cada vez mais fracos. Como consequência, prejudicamos a própria causa que buscamos e magoamos as pessoas que amamos. Mas isso não é motivo para desanimar: esses são desafios que você pode e deve superar ao longo de sua caminhada!
Existem três caminhos que todos nós tomamos para nos libertarmos do estado de consciência do “Eu”, estado de estresse ou de sofrimento, e chegar à consciência da unidade:
1) se desconectar do estado de sofrimento;
2) aumentar os momentos de bem-estar, compartilhando-os com outras pessoas;
3) substituir crenças limitantes por ideias e histórias positivas e fortalecedoras.
Nenhum desses caminhos isolados tem, por si só, o poder de tirá-lo da espiral do sofrimento.
Precisamos de um poder interno maior capaz de nos levar ao estado de beleza interior, e esse poder é a verdade interna. Todo o sofrimento da humanidade é oriundo do pensamento autocentrado obsessivo, que é a completa preocupação consigo mesmo. Quando estamos mergulhados no sofrimento, estamos apenas preocupados com nós mesmos. Nesse estado, o pensamento está direcionado apenas ao ego, e não à efetiva solução dos problemas. As ações que provêm do estado de beleza interior surgem da conexão com o Universal.
Quando você percebe a fonte de todo o seu sofrimento, você se desperta para uma consciência de poder, de conexão, de liberdade e de propósito. A consciência da unidade é o estado de conexão com a alegria, amor, compaixão, vitalidade e paixão. É um estado em que nós experienciamos a simplicidade interna e a transparência de uma mente livre. É o estado em que você verdadeiramente se conecta com o presente.
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