O que chamamos de destino muitas vezes não é uma força externa, mas o reflexo das emoções que repetimos dentro de nós. Cada sentimento vivido com constância se transforma em uma espécie de código interno que orienta nossas escolhas, relacionamentos e caminhos.
A Psicologia Marquesiana revela que o destino é emocionalmente programado. O que sentimos de forma dominante organiza o cérebro, condiciona o comportamento e molda o futuro. Quando mudamos a emoção que nos guia, mudamos o roteiro da vida.
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A ilusão do destino
Durante séculos acreditou-se que o destino era algo imutável, escrito nas estrelas ou decidido por forças superiores. Mas a neurociência e a psicologia mostram que o destino é construído a partir das emoções que alimentamos.
As emoções são organizadoras do pensamento, da percepção e da memória. Elas determinam o que percebemos, o que ignoramos e até como interpretamos o mundo. Emoções moldam decisões, e decisões moldam destinos.
Carl Jung já afirmava que enquanto não tornamos consciente o que está no inconsciente, esse conteúdo dirige nossa vida e chamamos isso de destino. Na Psicologia Marquesiana, essa ideia é ampliada pela estrutura dos Três Selfs.
O Self 1, racional, tenta entender o que se repete. O Self 2, emocional, guarda os registros que realmente controlam nossas reações. O Terceiro Self filtra o que deve ser acessado e o que precisa continuar guardado. Assim, o que chamamos de destino é, na verdade, a repetição de emoções dominantes não curadas.
Jung, TCC e o inconsciente emocional
A Terapia Cognitivo-Comportamental, desenvolvida por Aaron Beck e expandida por Robert Leahy, reconhece que as crenças e pensamentos automáticos moldam o comportamento. Em níveis mais profundos, porém, o que realmente condiciona a mente são os esquemas emocionais.
Um esquema emocional é uma estrutura afetiva construída a partir de experiências intensas de dor ou prazer. Ele age como um atalho inconsciente que ativa reações antes mesmo que o pensamento racional perceba. Esses esquemas são o inconsciente ativo, e continuam moldando o destino até que sejam substituídos por uma nova emoção dominante.
A Psicologia Marquesiana une Jung, TCC e neurociência para mostrar que o verdadeiro destino não é místico, mas emocional. O que se repete na vida é o que ainda não foi sentido, compreendido e curado.
A neurociência da repetição emocional
Emoções fortes criam trilhas sinápticas preferenciais no cérebro. Isso significa que o que é vivido com intensidade tende a se repetir porque se torna mais acessível neurologicamente.
Cada emoção marcante libera neurotransmissores específicos como dopamina, noradrenalina e cortisol, gravando padrões químicos no corpo. Sempre que lembramos de algo, o cérebro reconsolida a memória emocional, reforçando ou transformando o padrão.
Assim, o cérebro passa a perceber o mundo de acordo com a emoção dominante. Uma pessoa com emoção de medo tende a interpretar a vida sob alerta constante. Já alguém cuja emoção dominante é o amor, percebe possibilidades, segurança e expansão.
A emoção dominante molda o olhar, a química e o comportamento. É ela que cria o destino emocional que se repete até ser ressignificado.
A emoção dominante: a linha invisível que conduz
Imagine alguém cuja emoção dominante seja o abandono. Mesmo rodeada de pessoas, essa pessoa sente solidão. Mesmo amada, duvida. Mesmo cuidada, se defende. O destino dela parece ser o mesmo: relações marcadas por afastamento e rejeição.
Mas o destino não é castigo. É condicionamento emocional. A boa notícia é que toda emoção dominante pode ser substituída. E quando uma nova emoção é instalada, o destino muda.
A reprogramação emocional pelos três selfs
Na metodologia PSC, desenvolvida dentro da Psicologia Marquesiana, o processo de reprogramação segue uma sequência específica. Primeiro, identifica-se a emoção dominante original no Self 2.
Em seguida, instala-se uma nova emoção através de vivências guiadas em estado ampliado de consciência. O Terceiro Self aceita essa nova emoção como referência segura e o Self 1 passa a reforçá-la por meio de novas interpretações e atitudes.
O ciclo da transformação emocional acontece em quatro movimentos: sentir, substituir, reinstalar e reforçar. É assim que o cérebro e a alma constroem um novo caminho de destino.
Quando o destino é também um chamado
Nem toda repetição é um castigo emocional. Às vezes, o que chamamos de destino é um chamado da alma para evoluir. Repetimos a dor para aprender a amar. Repetimos o erro para encontrar humildade. Repetimos a perda para descobrir o propósito.
O destino, nesses casos, não é prisão. É aprendizado. O ciclo só se encerra quando a emoção correta é integrada. A alma interrompe o padrão quando compreende a mensagem emocional por trás da experiência.
Fé, profecia e programação espiritual
Sob a ótica espiritual, fé e profecia são formas conscientes de gerar emoção dominante futura. Quando acreditamos com intensidade, desejamos com emoção e visualizamos com amor, o cérebro começa a programar uma nova realidade.
Essa é a base neuroemocional da fé. A mente não aceita o que é apenas dito com lógica, mas o que é sentido com verdade. O futuro é criado a partir das emoções que escolhemos nutrir no presente.
Mude a emoção, mude o destino
O destino é emocionalmente condicionado, quimicamente sustentado, psicologicamente interpretado e espiritualmente acessível. Ele só se transforma quando a emoção dominante que comanda o roteiro interno é substituída por uma emoção mais elevada: amor, merecimento, reconciliação, fé.
Como ensina José Roberto Marques, seu destino não está escrito nas estrelas, está gravado na emoção que você mais alimenta.
Mudar o destino não é mudar o mundo ao redor, mas o mundo que vibra dentro de nós. Quando a emoção muda, o roteiro muda. Quando o roteiro muda, o destino se transforma.
José Roberto Marques
Mentor, escritor e fundador do IBC Coaching