O afeto é um ingrediente fundamental para que possamos estabelecer relações com outras pessoas. Como é impossível que alguém viva sozinho o tempo inteiro, construímos relacionamentos uns com os outros. É isso o que nos fortalece enquanto sociedade. É isso o que dá graça à vida. Já pensou como seria se só existisse você no mundo?

As relações que construímos uns com os outros podem apresentar-se de diferentes formas. Isso acontece porque o tipo de afeto que construímos com uma pessoa é completamente diferente do que construímos com outra. O que uma pessoa sente por seus pais e irmãos é muito distinto do que sente pelo namorado, que por sua vez é bem diferente do que sente pelos amigos.

Por conta dessas diferenças, a humanidade criou os termos “amizade”, “paixão” e “amor” para distinguir e especificar essas diferentes manifestações de afeto. O problema é que, em nossas vidas, muitas vezes confundimos esses sentimentos. Será que você sabe diferenciá-los? Continue a leitura deste artigo para compreender melhor esses três tipos de afeto.

O que é amizade?

A amizade é um tipo de relação que construímos com as pessoas, que envolve lealdade, admiração pelas características do outro e afeto por ele, mas sem atrações romântico-sexuais.

Em geral, a palavra amizade é mais empregada para falarmos das pessoas de fora de nossa família, com as quais desenvolvemos uma relação de afeto. No entanto, também é possível que pais, irmãos, primos e namorados considerem-se também amigos, embora outros laços os unam.

A amizade geralmente se estabelece quando pessoas compartilham interesses em comum, quando trocam experiências, quando criam uma relação de confiança e quando gostam de partilhar momentos juntos. É possível fazer amigos na escola, na universidade, na vizinhança, na academia, no local de trabalho e basicamente em qualquer lugar onde possa surgir um afeto.

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Acredita-se que a amizade tenha surgido como um instinto de sobrevivência das espécies, já que é mais fácil obter proteção e superar as adversidades da vida em grupo. Hoje em dia, a amizade é um fator essencial para a qualidade de vida das pessoas e para a sua saúde mental.

Nem sempre desejamos expressar nossas opiniões ao namorado ou à família, e são os amigos que nos ouvem nessas horas. Por isso, amigos de verdade são seres que desejam nosso bem, mas que respeitam nossa individualidade. Eles não nos apoiam se acreditam que aquilo que estamos fazendo seja errado, pois desejam o nosso melhor. Entretanto, esses seres de luz nos aceitam como somos, com simpatia e empatia.

O que é paixão?

A paixão é um sentimento humano caracterizado por uma atração muito forte por outra pessoa. Essa atração é intensa, envolvente e inclui um entusiasmo muito grande. Quando alguém sente a paixão, diz-se que o indivíduo está apaixonado por outro alguém. Quando isso ocorre, é natural que surja uma forte atração física e emocional, que inclui o desejo sexual.

Os cientistas explicam que a paixão é despertada pela liberação de alguns neurotransmissores, como a dopamina e a noradrenalina. Essas substâncias são associadas ao prazer, ao vício e à intensidade das emoções, o que explica o porquê de as pessoas apaixonadas agirem muito mais motivadas pela emoção do que pela razão.

A paixão é o ponto de partida da maioria dos relacionamentos amorosos. Ela marca o “fogo” inicial da relação que une uma pessoa à outra por meio dessa forte atração.

Em sentido figurado, o termo “paixão” também aparece em outros contextos, como um entusiasmo forte por um determinado assunto. Nesse sentido, pode-se dizer que uma pessoa é apaixonada por animais, por uma profissão, por futebol, enfim, por uma determinada causa ou atividade.

É claro que, nesse último caso, não estamos falando de uma paixão verdadeira, mas de um interesse profundo e entusiasmado por um assunto específico.

O que é amor?

Quando duas pessoas estão apaixonadas, os hormônios citados acima produzem aquelas sensações típicas do início do namoro: o frio na barriga, a vontade de estar junto a todo instante, a respiração ofegante, e por aí vai.

Segundo os cientistas, essa paixão ardente dura aproximadamente 18 meses, quando a produção desses hormônios diminui, dando lugar a outros, como a ocitocina, a vasopressina e a endorfina. Quando isso acontece, a paixão “esfria”. Ela dá lugar a um novo sentimento, mais brando e sereno, mas tão ou mais agradável: o amor.

Passada a fase da paixão, o casal começa a viver com mais estabilidade e juízo. Isso não quer dizer que o afeto ou que a atração sexual tenha diminuído, mas apenas que o relacionamento se transformou. Na fase da paixão, a pessoa está irracional e “cega” aos defeitos do companheiro. Na fase do amor, a pessoa consegue enxergar que o namorado não é perfeito, mas, mesmo com seus defeitos, isso não diminui a força do sentimento que nutre por ele — isso é amor.

Enquanto a paixão pode ser um sentimento ilusório e temporário, o amor oferece muito mais estabilidade à relação, já que ele “devolve” o pensamento racional ao casal. Entretanto, quando se fala em amor, esse sentimento intenso também é comumente referido nos relacionamentos não-sexuais. Por isso, fala-se também no amor de uma mãe ou de um pai pelos filhos, de filhos pelos pais, entre irmãos, entre primos, e até mesmo entre amigos.

Por conta dessa diversidade de “amores”, os gregos antigos utilizavam diferentes palavras para o amor, que se tornaram conhecidas por meio da obra do escritor irlandês C. S. Lewis:

  • Storge: o amor fraternal, que surge entre membros de uma família;
  • Philia: o amor que surge entre amigos, ou seja, o afeto (não-romântico) e a admiração que nutrimos em nossas amizades;
  • Eros: o amor romântico, que inclui o desejo sexual;
  • Ágape: o amor incondicional de Deus pela humanidade.

Como diferenciar esses sentimentos?

Como citamos no início do texto, as relações humanas são bastante complexas. Nem sempre fica fácil categorizar aquilo que sentimos como amor, paixão ou amizade. Podemos estudar listas de sinais para cada um desses sentimentos, mas a verdade é que a linha que os delimita é muito tênue.

É possível, por exemplo, que você desenvolva uma amizade por um colega de trabalho que, com o passar do tempo, desperta uma paixão ardente e que se converte finalmente em amor. O que difere cada um desses estágios é o tipo de afeto que você nutre por esse colega.

Se você gosta de estar perto dele e tem interesses em comum, pode ser apenas uma amizade. Se surge uma atração física e sexual, fala-se em paixão. Por fim, se você sente por ele uma admiração intensa por suas qualidades e deseja estar ao lado dele por toda a vida (mesmo ciente de seus defeitos), trata-se de amor.

Na prática, as palavras parecem simples, mas é fato que as pessoas confundem muito todos esses sentimentos ao longo de suas trajetórias.

E você, sabe diferenciar amizade, paixão e amor? Deixe seu comentário no espaço abaixo. Por fim, não se esqueça também de compartilhar este artigo com seus amigos, colegas, familiares e com quem mais possa se beneficiar deste conteúdo.