Como tem sido o seu sono? Você tem dormido uma quantidade suficiente de horas por noite? Tem dormido sem acordar muitas vezes durante a madrugada? Tem se sentido bem-disposto ao acordar? Saiba que a qualidade do seu sono tem impactos muito expressivos sobre a sua saúde, inclusive sobre a saúde mental.

Neste artigo, você vai entender melhor a relação entre o sono e a saúde da mente, além de conferir algumas dicas para ter uma noite de sono mais profundo e reparador. Ficou curioso? Então, continue a leitura e saiba mais sobre o tema!

Qual é a relação entre o sono e a saúde mental?

Não é novidade que o sono é muito importante para a saúde física e mental. Há processos cerebrais que só acontecem durante esse estado. A mente organiza as informações do dia anterior, elimina toxinas e “descansa” o cérebro para que um novo período produtivo tenha início.

As pesquisas científicas mais recentes têm indicado que a relação entre o sono e a saúde mental é recíproca, ou seja, um beneficia o outro, ou um prejudica o outro. Problemas de sono (insônia ou sono de má qualidade) podem despertar ou agravar quadros de saúde mental. Da mesma forma, as doenças da mente tendem a prejudicar a qualidade do sono. É uma relação circular que precisa de equilíbrio. Entenda melhor como isso ocorre nos quadros a seguir.

  • Estresse

Uma noite de sono de má qualidade certamente trará consequências para o dia seguinte. Além do próprio cansaço físico, a mente terá muito mais dificuldade de atenção e concentração, além de despertar oscilações de humor, irritabilidade e raiva. Até mesmo acontecimentos de menor importância do dia a dia podem causar uma frustração intensa.

Aliás, o próprio estresse de não conseguir dormir bem pode ser a causa das noites mal-dormidas, reforçando o já citado círculo vicioso. Além do mais, o estresse eleva a produção do hormônio cortisol, que reforça o estado de alerta e provoca insônia.

  • Depressão

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Pesquisas também têm indicado um fato curioso: a insônia pode ser, simultaneamente, uma causa e um sintoma dos quadros depressivos. A depressão altera os níveis de alguns neurotransmissores que provocam insônia. Contudo, é fato que a insônia não tratada também pode ser uma das causas da depressão.

Por isso, a comunidade médica tem defendido que prezar por uma boa noite de sono é uma medida eficaz na prevenção e no tratamento dos quadros depressivos. Há melhoras expressivas no humor e na disposição das pessoas que apresentam essa doença, que relatam mais bem-estar e capacidade de agir no trabalho e em casa.

  • Transtornos de ansiedade

Assim como o estresse, os transtornos de ansiedade também são causados por uma liberação desordenada de neurotransmissores, como o cortisol e a adrenalina. É claro que, de vez em quando, todo mundo fica ansioso e tem problemas para dormir, como na véspera de uma entrevista de emprego. No entanto, a cronificação dos problemas do sono pode transformar a ansiedade pontual em um transtorno de ansiedade.

Novamente, a comunidade científica reforça um padrão circular: os problemas do sono elevam a ansiedade, sendo que a ansiedade também provoca os problemas do sono. Por isso, é muito importante administrar o estresse para dormir melhor e administrar a qualidade do sono para amenizar a ansiedade!

  • Transtorno bipolar

O transtorno bipolar é um transtorno mental marcado por duas fases que se alternam: a fase depressiva (marcada pela falta de vitalidade) e a fase maníaca (marcada pelo excesso de vitalidade e por atitudes de maior risco). As pesquisas indicam que a redução do sono pode intensificar justamente esse período de mania.

Por isso, o tratamento dessa condição passa também por uma “reeducação” de hábitos de sono, pois a doença naturalmente afeta esse padrão. Dessa forma, os médicos tratam a doença, o que beneficia a qualidade do sono, mas também orientam o paciente a cuidar dos seus hábitos noturnos para amenizar os sintomas da condição.

  • Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)

Conforme citamos, uma noite de sono de má qualidade tende a diminuir a capacidade de atenção e foco de um indivíduo. Estudos indicam que dormir mal pode provocar o aparecimento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, além de agravar os sintomas em quem já tem a doença diagnosticada.

Pessoas com TDAH, como a doença é conhecida, têm mais dificuldade de pegar no sono ou de mantê-lo ao longo da noite, o que torna mais difícil despertar pela manhã e desenvolver a atenção nas atividades ao longo do dia.

Quando procurar ajuda?

Toda pessoa passa por momentos difíceis na vida, que comprometem a sua saúde mental. Além disso, todo mundo tem episódios pontuais de insônia ou de sono de má qualidade. Contudo, se esses problemas estiverem ocorrendo com frequência acima do que é normal para você, é importante procurar ajuda.

Distúrbios do sono precisam ser investigados, pois podem ter causas respiratórias, neurológicas, psiquiátricas, entre outros. É importante realizar exames e diagnosticar as origens do problema antes de efetivamente iniciar o tratamento adequado.

Se as causas realmente forem relacionadas à saúde mental, o principal tratamento é a psicoterapia. Ela ajudará o indivíduo a lidar melhor com as adversidades da vida e a recuperar a autoconfiança e o equilíbrio, além de oferecer ao paciente informações sobre como dormir melhor. Além disso, alguns casos podem demandar a administração de medicações, como antidepressivos e ansiolíticos, mas sempre com acompanhamento médico.

Como dormir melhor?

Confira algumas dicas da chamada “higiene do sono”, compartilhadas por profissionais da saúde mental:

  • Tenha horários definidos para dormir e acordar, resultando em aproximadamente 8 horas por noite;
  • Evite cochilos durante o dia;
  • Exponha-se à luz solar logo ao acordar para regularizar o seu ciclo circadiano e a sua produção hormonal;
  • Pratique atividades físicas com regularidade, mas evite-as após o anoitecer;
  • Tenha horários definidos para as suas refeições, evitando alimentos pesados e calóricos após o anoitecer;
  • Após o pôr do sol, diminua as luzes da sua casa, bem como a utilização de televisores, computadores e aparelhos celulares, cuja luz interfere na produção de melatonina — o hormônio do sono;
  • No quarto e na sala, procure ter lâmpadas amareladas, que não estimulam tanto o cérebro quanto as luzes brancas ou azuladas;
  • Utilize o quarto apenas para dormir e ter relações sexuais. Não leia, trabalhe, assista televisão ou alimente-se nele;
  • Mantenha o seu quarto sempre silencioso, escuro e com roupas de cama adequadas à temperatura do momento;
  • Só vá para a cama quando realmente estiver com sono. Evite permanecer no quarto em momentos de insônia. Nesses casos, saia dele, leia um livro na sala e só volte à cama quando estiver sonolento;
  • Diminua o ritmo das suas atividades ao anoitecer. Evite conversas negativas e ações complexas nesse momento. Tome um banho quente ou morno, faça uma refeição leve, tenha momentos de descontração, ore, medite, enfim, faça aquilo que desperta o relaxamento.

Coloque as dicas acima em prática para prevenir e/ou auxiliar no tratamento das condições mentais acima descritas. O seu sono é um fator essencial na manutenção da sua saúde mental. Faça a sua parte!

E você, ser de luz, como tem cuidado do seu sono? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!